Enjoa-me o que fizeram da política. Vejo bandeiras, enchentes, encenações partidárias. Vejo as paradas grotescas que são as arruadas, os comícios, jantares e tainadas. A "cidade" e o povo tornaram-se representados por uma máquina partidária potente, de tablóide, minada pelos caciques e os jotas, com bandeiras compradas e vontades falseadas. Todos somos disso também. Fizeram da política um desfile de vaidades, mentiras, discursos decorados, frases feitas e chavões. Fizeram da pólis - do que é de todos - uma feira da Vandoma onde o polícia compra produto contrafeito. Destruíram a cidade dos Gregos, o contrato social de Rosseau, as inovações do marxismo e da democracia cristã. Reduziram tudo a pó, ao totalitarismo da enchentes, às marginalidades das grandes corporações. Dói-me ver a minha geração sem consciência política, espírito crítico, marchando como peões num xadrez minado. Absolutismos informados sem direito ao plural. Dia 4 de outubro não vencerá o PSD/CDS, nem o ...