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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2009

Só uma pergunta

Os minaretes* impedem e/ou condicionam os seus movimentos? Se sim, preocupe-se em: 1.º Mandar avaliar o seu genoma e descobrir se possui ascendentes bovinos ou caprinos. 2.º Contratar o seu detective particular e mandar pesquisar os últimos passos do seu cônjuge. Tomar atenção, em especial, a sinais exteriores de traição. 3.º Observar se há muçulmanos por perto para conseguir arranjar pretexto para a sua islamofobia. 4.º Consultar o seu médico e/ou farmacêutico por forma a averiguar os níveis de qualidade da sua terapêutica mental. 5.º Comece por defender a extinção dos símbolos religiosos, a limitação dos toques dos sinos dos templos e a proibição do uso do véu e burcas na rua, por forma a manter os níveis de coerência das suas opiniões. Se não percebe o porquê desta mensagem, vide isto . Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira *para os mais distraídos, minarete é, tão-só, a "torre de uma mesquita, [um] local do qual o almuadem anuncia as cinco chamadas diárias à oração"( wikipe

O Natal começa mal

Olha que lindo: Uma árvore iluminada no Parque Eduardo VII, em Lisboa. A jornalista fala de partilha e de emoção. Uma árvore portuguesa, na capital portuguesa, como personificam do mundo e do sentimento do natal português. Daqui de Braga não se ouve nada nem se sente coisa alguma. Onde está sediado o governo da República? Em Lisboa. Onde estão os melhores espectáculos de música? Em Lisboa. Onde são instaladas as melhores lojas, as melhores marcas e as maiores novidades? Em Lisboa. Onde é a Cimeira Ibero-americana? Na Grande Lisboa. Onde há teatro em todas as esquinas? Lisboa. O que é Portugal? Lisboa não é de certeza. O Portugal verdadeiro não está na Praça do Comércio nem no Parque das Nações nem sequer no Parque da maior árvore que se iluminou neste cantinho. O que é a Província? Tudo aquilo que é português mas que não rima com o cosmopolitismo da bela Lisboa. É complexo de inferioridade? Não, é irritação. As televisões generalistas comportam-se como se todo o espectador vivesse e se

Ensopado de mortos

Ingeriu uma porção mínima de veneno verde, cor-de-limão. Era fresco e desceu-lhe pela garganta abaixo, reconfortando-lhe o estômago, calando-lhe as lágrimas. Fechou os olhos. Cerrou os dentes e os punhos. Respirou fundo. Cansado daquela espera, caminhou para o piano. Avistando-o ao fim da sala, agarrou na Vodka e num copo, da edição especial de 100 anos de uma das empresas da família. Geriu o tremor das pernas e o medo de cair com duas goladas frias, cruas e nuas da sua Vodka predilecta. Melhor era impossível. Caminhava para a morte que sempre desejou: lenta, com tempo para experimentar os últimos e derradeiros sabores e vícios da sua vida. Sentou-se ao piano ardente de febre, ergueu os suaves dedos e deu-se ao prazer. Tentou cantar, mas estava cansado demais para isso. As pautas, as claves e o tempos voavam naquele espaço, acompanhando o cheiro da lavanda e do jasmim inatos à casa que o viu nascer, crescer e morrer. Em cima daquele piano melancólico estavam os caixões da sua mágoa: fo

Estado das coisas II

Ontem, depois de um convite à pressão, fui ver o filme New Moon da saga Twilight . Desta vez foi dirigido por Chris Weitz. A película é francamente inferior ao Twilight (o primeiro filme da saga), contando com menos adrenalina, acção e romantismo. Kristen Jaymes Stewart (a querida Bella ) continua bonita, cativante e talentosa. O resto desiludiu-me, sinceramente. É mais marketing que arte, com grandes culpas e responsabilidades para a natureza do argumento. Os Cullen aparecem vezes de menos, a meu ver. Denota-se que são eles o ser e a razão do sucesso do Crepúsculo . Corram para a sala de cinema mais próxima e tirem a prova dos nove. Comprei, conforme havia prometido a mim mesmo, o DVD I Am... Yours: An Intimate Performance at Wynn Las Vegas . Beyoncé Knowles desmonta-se da futilidade da pop, chega-se ao R&B e à magia de Las Vegas, e brilha. Simplesmente brilha. Criou um mini-concerto, intimista, próximo do público, onde a protagonista é a sua voz e o seu público. Conseguiu-o. Ent

Distância afegã

Para a Lídia. Minha querida Lídia, escrevo-te pelas saudades de te ter junto de mim, no meu ombro, entre os dedos. Estou sentado num barril de pólvora à espera que o pavio, cheio de combustível, congele, com este frio que a tua falta me provoca. Lídia, querida Lídia, sinto-te dentro de mim, mesmo neste submundo distante, cheio de armas e canhões. É uma guerra que me irá matar. Tenho a certeza. Mas, querida Lídia, acalma-te, por favor. Não chores. Este corpo pouco presta quando está longe de ti. Lembras-te das minhas gargalhadas quando andávamos entre a gelataria e o cinema? Já não existem. Se as houvesse não se ouviam, entre o zumbir da bala e o frenesim dos gritos mutilados. Lídia, querida Lídia, espero poder escrever-te mais uma vez, daqui a um mês. Anseio, mas não sei se lá chego. Tu, que vives na paz, mas na Guerra do quotidiano, sobrevive, mesmo sem mim. Aqui, no sítio da guerra verdadeira, não há alegria nem sorriso, só esperança. É talvez ela que me leva a ti, nestas linhas. Líd

Estado das coisas

Estou a tentar focar-me naquilo que realmente é importante, realinhando as energias de que dava conta em "Abalado". Tento tomar caminho e envolver o meu corpo numa outra mecânica comportamental. Prometi-me que irei ser melhor do que aquilo que sempre fui. Amanhã, mais aulas. Beijos e abraços, Luís Gonçalves Ferreira

Janela afora. Verdade adentro.

Sentados num banco de jardim, André e Rodrigo discutem a derrota injusta do Benfica frente ao Vitória de Guimarães. Ambos concordam que o Benfica tinha capacidade para muito mais. Na tasca, Alice e Joana falam dos últimos prémios da música nos EUA. Gostaram desta ou daquela actuação, mas não encontram pontos comuns. Uma é gótica outra é nerd, mas dão-se incrivelmente bem. São as melhores amigas. Do alto do Castelo de São Jorge, Pedro e Inês fotografam a cidade de Lisboa e comentam quão mágico é o luar, visto dali. Descem ao Chiado e continuam a árdua tarefa de trabalhar sem luz natural. Pausam e vão jantar. Está frio. Alexandre e Vitória falam do processo de Bolonha e criticam a chuva de cadeiras . Não lhe conhecem vantagens. Debatem-se e organizam manifestações. Esquecem-se é que nada vale, agora, quando tudo está decidido. O processo Face Oculta e as mundividências do meio-Governo socialista são temas largamente comentados por todos, especialmente pela D.ª Glória e o Sr. J

Abalado

Custa muito perceber que me encontro a actuar a meia-velocidade. Estou a dar metade de mim e a usar metade do meu esforço. Ninguém é menos que alguém. À partida, temos todos as mesmas oportunidades. Eu lanço-me para além da previsão e sei que tenho mais vitalidade que isto a que me presto, todos os dias. O problema é que não consigo sair deste ciclo vicioso. Não sei como sair de mim. Preciso de elogios, forças e energias. Ainda me dizem que estou a tempo de mudar o rumo das coisas... Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

Partos políticos com epidural

Ora, as eleições legislativas foram há muitos meses ou é impressão minha? Se a sua resposta é "Sim", devo-lhe dizer que este país anda em ataraxia ou coisa filosófica qualquer. Esse síndrome que nos abala ainda nos vai prejudicar, particularmente na resolução dos problemas graves do país. Especialmente nas questões do deficit e da taxa de desemprego. Depois existem essas coisas fantástico-irónico-criativas como o "orçamento redistributivo" (que não lembram nem ao diabo nem a um tal Governo que não fazia Orçamentos Rectificativos) e umas Faces Ocultas e Freeports e, e, e... O despesismo e a subsidio-dependência são dois problemas crónicos que se avultam neste demente país, especialmente em governos de esquerda. O Estado gordo e imenso sempre me abespinhou, mas em Portugal não se sabe viver sem ele. Até os privados gostam de Estado, por incrível que possa parecer. A despesa sobe e vêm mais uns 4 mil milhões para a dívida. Quando a crise passar a receita terá que ser

Um imenso talento na Ucrânia (e para o mundo)

No Ukraine Got Talent 2009 (o irmão ucraniano do nosso extinto Aqui Há Talento , que foi exibido na RTP1) há uma forma de expressão artística única, que eu nunca tinha visto. Kseniya Simonova basicamente cria estórias e põe-nas em prática num painel iluminado, com recurso a areia e MUITA imaginação e criatividade. A passagem de uns quadros para os outros é incrivelmente bem feita. O dom é especial. Não consigo ficar-lhe indiferente e quero partilhar minha admiração convosco. Ela e o seu "número" Sand Animation são assim : Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

Ode pestilenta

Sua cabra maldita, foste tu que me deixaste assim, sabias? Abandonaste-me, minha suína. Fizeste-o, grande porca, no tempo em que o mundo te deu uma gripe. Sua ordinária inspiração, fazes-me falta. Sem ti nem escrever sei. Contigo tudo sabia fazer, até amar. Agora, sem ti, minha grande decadente, deixei de saber pensar ou querer sorrir. Melhor, deixei de Crer no sorriso, que é coisa muito pior. As palavras ficaram parcas por tua culpa, seu maldito acontecimento encarnado numa pessoa. Esses Deuses que habitam os céus não te levaram o corpo, mas arrancaram-te de ti, com frieza de um Vampiro que suga sem humanidade, sem qualquer resquício de piedade e compaixão pelo seu hipotético semelhante. Tu, sua escabrosa aberração da natureza, seu aborto mal-feito, mas legal, deixaste-me assim, aflito. Ó maldita criatura, deixa-me. Antes só que mal acompanhado. Ó benditas divindades!, dêem-me um discernir que me permita manter a sanidade longe daquele monstro. Saber que mais monstros virão amedronta-

Entre a dança e os elefantes

Sofia Bragança Buchholz postou isto n o 31 da Armada . É cómico pelos fantásticos e velozes movimentos de Clara Pinto Correia no Dança Comigo . Eu deprimo-me quando vejo pessoas a fazerem cenas, mesmo em relação a plagiadores ou dançantes-mal-amados. Mais comentários? Não. Deixo-vos aqui alguns dos que estão na página de reprodução do vídeo, no YouTube , que são da exclusiva responsabilidade dos seres fantásticos que os escreveram: "(...) ah men's isto não é dançar é sacudir as pulgas (...)" "não é dança, é fisioterapia ..." "com a subtileza de um elefante (...)" "ela devia estar com hemorróidas !!!!!!!!" "Pois...a rapariga coitada não é muito dada ao ritmo ...mas adiante (...)" "Isto é o que dá votar no Bloco ..." " arraçada de mastodonte ?" "A estaca dançante ... (...)" LINDO! Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

Animus

A pintura cheirava a fresco. A vida sentia-se a morte. Tudo estava putrificado, inclusive os grandes sonhos de outrora. Desamparo. Desânimo. Cansaço. Uma incrível impressão de falência efectiva dos projectos dados como certos. Coragem. Força. Alegria. Rarefacção de forças. Uma grande confusão intelectual. Última linha. Luís Gonçalves Ferreira

A Diva em versão acústica

Sweet Dreams acoustic Beyoncé Sweet Dreams é, sem dúvida, das melhores músicas do disco I Am... Sasha Fierce (o hiper-sucesso da diva da R&B, Beyoncé Knowles). É-o, para mim, principalmente pela letra. Agora, e no contexto de um show em Las Vegas, I Am... Yours (CD/DVD a ser lançado dia 24 de Novembro), surge esta versão acústica, podre de linda, que faz sonhar e que realça essa extrema categoria da letra. O Amor de amante, apesar de parecer uma treta, ainda merece odes como estas. Fechem os olhos e tenham sonhos doces. ;) Boa noite, Luís Gonçalves Ferreira

Sugestões psicológicas

É estúpido por de mais quando observámos algo e surge uma leve impressão de alguma coisa. Olhava para o título do post anterior ( sick and tired ) e em tudo me sugeria uma música conhecida. Pensei e pensei, e nada. Nenhuma lembrança, mas aquela sensação déjà vu continuava. Estar doente dá tempo às pessoas, então pesquisei no Google. Surgiu-me a (outrora vesga) Anastacia e uma explicação mais que lógica para a reacção psicológica. Sick and Tired é uma música da norte-americana Anastacia, que fez sucesso por estas bandas há algum tempo. Tretas. Podia-me ter sugerido coisa melhor, não é? Doente e cansado por culpa da (vaca) gripe. Nunca pelo amor. Arre! Sick and Tired Anastacia Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira PS.: Enquanto escrevia esta mensagem estava prostrado, com os meus tímidos quilos, sobre o comando do televisor. Entre brincadeiras e contra-pesos, já estava no canal 94. Que giro!

Sick and tired

Dores de cabeça. Dores no corpo. Arrepios. Tosse com expectoração. Temperaturas de 37,8º. Garganta a arranhar. Alucinações nocturnas. Saturação em relação à televisão, ao quarto e à sala. Agonia por não conseguir estudar. Pouco apetite para ingerir alimentos. Assim. É assim que estou. Só espero que seja por pouco tempo. Luís Gonçalves Ferreira

Saudade de Ary dos Santos

José Carlos Ary dos Santos, poeta-músico, génio inato, Ser que escreveu um povo nas entre-linhas dos seus versos. Ary dos Santos, autor de sucessos como Cavalo à Solta , Tourada , Desfolhada Portuguesa ou Menina , reanima-se hoje, volvidos 25 anos (e uns meses) da sua morte, pela mão de quatro mulheres. Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviana e Luanda Cozetti, trazem Ary no disco Rua da Saudade. Numa selecção de 11 temas do vasto legado de Ary dos Santos, Rua da Saudade apresenta nova roupagem de canções singulares como Estrela da Tarde, Retalhos, Cavalo a Solta, entre outras. Um projecto único para se ouvir da primeira à última música, com interpretações que tocam diferentes sonoridades do pop, ao fado, passando pelo jazz e até o ritmo da bossa nova. Projecto que, de per si , vale a pena e tem significado. Numa Era em que se revivem grandes vultos da música portuguesa, Rua da Saudade entusiasma-me e leva-me, quase de imediato, a adquirir o CD. Deixo-vos Cavalo à Solta , numa interpret

Esta Ministra...

Gabriela Canavilhas Ministra da Cultura do XVIII Governo Constitucional ...é gira que se farta. Finalmente alguém com classe a liderar um Ministério. Pena é que a Cultura tenha um orçamento que nem para mandar cantar um cego dá. Luís Gonçalves Ferreira

Muros e Blocos

http://fc09.deviantart.net/fs32/i/2008/212/0/7/Muro_de_Berlim_e_sua_historia_by_Vydor.jpg O Muro de Berlim caiu antes de eu nascer. O Mundo só me haveria de conhecer um mês depois, aos quinze dias de Dezembro. Não fui vítima de uma Europa dividida fisicamente, mas aprendi , cá da periferia da Europa, que existiu uma divisão ideológica, com consequências físicas, feita entre papéis, no alto-mar, lá no final da Segunda Guerra Mundial. Diferenças ao canto da História, o muro da vergonha era a cisão entre dois mundos, feitos de pólos de dominação, agravados nas descolonizações de outrora, perpetuado pelas armas e as não-Guerras que, não obstante, fizeram os desígnio do Globo, encaminhando-o na História. Os países de Leste parecem ter recuperado daquela corrupção astronómica que os abalava e da máquina comunista de enriquecimento de algumas classes dirigentes (qual sociedade capitalista?). Os países Ocidentais viveram os 30 Anos de Ouro , até à crise dos anos '70, onde uma outra divisã

Encontro Nacional de Blogueiros

A ideia é magistral e partiu daqui e chegou-me ao conhecimento por aqui . Agradeço o convite, mas não poderei ir a este encontro, por circunstâncias académicas. Mas quero deixar aqui o convite, solidarizando-me com este encontro, que tem tudo para dar certo e ter continuidade em mais edições. Não obstante, convido-vos a irem e se divertirem. Pode ser que para o ano lá estejamos todos, para que possamos ver as caras para lá das palavras. Queria agradecer especialmente ao Daniel pela insistência na minha presença. Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

Levitante

Escutando no vento Tua voz secreta Que me sopra por dentro Deixe-me ser só ser No teu colo eu me entrego Para que me nutras E me envolvas Deixa-me ser só ser Um ponto de luz Que me seduz Aceso na alma Um ponto de luz Que me conduz Aceso na alma Por trás dessa nuvem Ardendo no céu O fogo do sol rei Eternamente quente Liberta-me a mente Liberta-me a mente Um ponto de luz Que me seduz Aceso na alma Um ponto de luz Que me seduz Aceso na alma Ponto de Luz Música de Sara Tavares

Prémio #8

Mais um prémio. Desta vez vem do Sair das Palavras representado na pessoa do Daniel Silva (Lobinho). Fazendo citação de citação (isto na faculdade não se faz, mas aqui permito-me a isto), o prémio tem por finalidade distinguir (...) «Blogs que, além da assiduidade das postagens e do esmero com que são feitos, nos provocam a necessidade de reflectir, questionar, aprender e – sobretudo – que instigam almas e mentes à procura de conhecimento e sabedoria.» Isto deixa-me babado-feliz, porque saber que aquilo que comentamos merece ressalvas e especiais congratulações é giro, giro e giro. Eu cá comento regularmente aqueles blogues que gosto mesmo, mesmo. Eu sou um blogger activo na minha lavoura, onde o gosto se esbarra na acção de opiniar. Portanto, exibo o selo e passo-o a todos os que comentam regularmente. Quero ressalvar, nomeadamente: - Câimbras Mentais da AnAndrade; - 100 Nada a Perder da Catarina Ferreira; - Sair das Palavras da Daniel Silva (Lobinho); - Blá Blá Blá da Ana Paix

1 de Novembro

Talvez este seja dos dias mais tristes do ano, pelo menos para mim. Reviver o local onde um ente querido descansa para a eternidade é muito custoso. Mesmo muito. Principalmente, por ver que as campas estão mortas mas o espírito de quem se venera está vivo, muito vivo, nas nossas saudosistas mentes. É a casa para quem mudaram a pessoa que sempre viveu, aqui, comigo, todo o sempre. Tudo se amplia com o silêncio das vozes, o frenesim dos passos alheios, o calar das campas, o sacrifício dos crucifixos espelhados nas poças de água, o tempo embrulhado, o calor humano triste, desamparado, calado, a venerar algo morto, enterrado, invisível aos olhos desnudos dos seres humanos que sentem apenas saudade. Sentem. Sentem-no aqui como lá, em Braga como em Lisboa, na Terra como no Céu. É um sofrimento completamente alheio a um diacalendarizado ou a uma dor agendada para sofrer. Os cães uivam, os pássaros chilream e os seres humanos remetem-se ao silêncio da dor. A única campa que tem uma imagem do C