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A mostrar mensagens de outubro, 2014

Crónica de um deus revoltado

O meu nome é Deus. Já fui preto, branco, amarelo e afins. Fui-o à vossa imagem e à semelhança das coisas que vos dizem respeito. Quiseram que fosse protetor do dinheiro, da guerra, do amor, sexo e da fortuna. Fui Rei dos Reis e Luz da Luz. Deus verdadeiro, Deus verdadeiro. Justifiquei poder e fracasso. Fui quase sempre humano: ora cabeça de gato, ora fronte de elefante. O meu nome é Deus e sou como vós, por que vós assim o quiseste. O meu nome é Deus e dei-vos santos em troca de altares. Ofereci-vos proteção em horas de aflição e fui justificação máxima em horas de Glória. Vós sois, afinal, inúteis: é a mim que quereis chegar. Deram-me tronos e logo os tiraram, querendo que do vosso poder carnal de alguma coisa de mim tivesse. Dei-vos um filho, até. Ou vários. Casei com prostitutas, deusas e pari semi-deuses e deuses completos: vocês alegravam-se quando algo de mim podiam ter. Dei-vos bastardos como autênticos, e dos reis que vos ofereci glorificam-lhes a genética. Construí impérios