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A mostrar mensagens de setembro, 2011
Sempre tive um sonho e tinha cor azul-de-céu. O sonho era voar. Depressa me disseram que voar era impossível, daí terem inventado as asas de metal e turbinas. Não acreditei, porque algo me dizia que voar era possível... Afinal de contas, eu planava nos sonhos, nas memórias, nas pessoas. Alguém me confessou, um dia, que as asas estão em nós, mas também suspensas a tudo o que os outros nos podem despertar. Como um par imperfeito ou uma moeda de dupla face. Descobri que um sorriso faz voar um coração; um gesto faz voar um sentimento; uma noite faz voar  memórias. O teu sorriso, os teus gestos, as tuas noites fazem-me voar. E é isso mais importante: os voos que consigo realizar contigo, nas nossas imperfeitas asas de cartão. Luís Gonçalves Ferreira

Incompleto

Quinze minutos de fama: é tudo isto que todos esperam. Cortinas descidas, luzes apagadas e um caminhada ‘ ad aeternum’ pela frente. Entre paralelos, curvas e socalcos, nenhum de nós, vulgo seres humanos, sabe onde moram as janelas de solenidade. Alguns escravizam-se uma vida inteira na senda dos que as tiveram abertas e assim as fizeram permanecer. Na sombra, são apenas rasgos do suor de alguém e, mesmo vendo o seu nome em contra-capa, são felizes. Outros, mais ousados e inconscientes, tentam sair da sombra e procurar a luz, por fonte autónoma. E não conseguem. São casos exceptos do insucesso e fracasso para a posteridade. Intelectos fortes, audazes, mas preenchidos de falta de oportunidade ou, com recurso de estilo para magoar menos, apenas fracamente agraciados pela pena da sorte. Existem ainda uns terceiros (numerados tipicamente por mim), mais ariscos, contudo menos contentados, que, ao se desviarem da sombra (ou da luz, dependem agora as perspectivas), se preenchem de luz própria