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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2010

Balanço

É este o balanço que se mete em nós. Se põe por dentro de mim. O groove eterno de uma balada qualquer. Apetecia-me escrever sobre asas e amor eterno. Mas, nada disso existe na pureza que temos como certa. Nada disso é assim. É o balanço que o amor já deu. É o balanço que a solidão, agora, ainda dá. E é tudo isto, metido dentro mim, bem fundo, que não me faz conseguir caminhar sereno. Nada em paz comigo mesmo. Pé sobre pé. Balanço em balanço. De asa em asa, num suave bater, fecho os olhos. É tarde e só penso em nós. Como sempre. No nós de sempre. Luís Gonçalves Ferreira

Viagem do Elefante - a minha passagem

Conta-se na página setenta e três do livro Viagem do Elefante , de José Saramago, a seguinte soma de letras feitas filosofia e profundidade relativa. É a passagem que mais gosto do livro: "Se chego a viena, não volto mais, Não regressa à índia, perguntou o comandante, Já não sou indiano, Em todo o caso pareces saber muito, Mais ou menos, meu comandante, Porquê, Porque tudo isto são palavras, e só palavras, fora das palavras não há nada, Ganeixa é uma palavra, perguntou o comandante, Sim, uma palavra que, como todas as mais, só por outras palavras poderá ser explicada, mas, como as palavras que tentaram explicar, quer tenham conseguido fazê-lo ou não, terão, por sua vez, de ser explicadas, o nosso discurso avançará sem rumo, alternará, como por maldição, o errado como certo, sem se dar conta do que está bem e do que está mal (...)" O que vos diz este excerto? Luís Gonçalves Ferreira

É a valer!

Interessante que regressar à Universidade (depois de uma mega-pausa física e psicológica) continua a ser engraçado. Tomei nota que perdi, em absoluto, os hábitos universitários, nomeadamente o célebre comportamento de visitar o email institucional e todos e quais portais informativos. Vim só actualizar isto com a besteira que se apresenta. Com tudo, deixo legenda: O 2.º/3.º ano recomeçou e agora é a valer! Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

Diário de Viagem: Instância terceira - uma filosofice

Tenerife, 20 de Setembro de 2010 É, finalmente, o dia da partida. Não é que importe o sítio para onde se vem, não é que obrigue o coração a pedir mais, mas é, por certo, aquilo que a alma solicita: o regresso onde fomos felizes e onde nos sentimos confortáveis. Espanha é fria de mais. Nem por ser este o arquipélago onde Saramago escolheu viver que as coisas são diferentes. Tenerife é praia escura, mar revolto e uns hotéis de artifício, eficientes, europeus por demais. É assim as férias dadas ao luxo e ao conforto humanos. E não era nada disto que eu vim escrever. Ia-vos dizer, caros amigos, que tenho pena de não ter escrito mais durante as férias. Só me lembrei do computador, a bom paleio verdadeiro, há uns dois dias atrás, embora a vontade de me lançar sobre as linhas tenha aparecido antes, quando a caneta pedia, entre os dedos, umas linhas mais fartas que uma firma e um número de quarto. Foi pena. Mais sobrará para o que ainda vem e o que ainda resta. Para o solo que irei pisar, daqu

Diário de viagem: instância segunda - a saudade

Tenerife, 18 de Setembro de 2010  Não é que o tempo importe nem que o relógio abrande, mas sinto vontade de regressar a ti, neste instante. Tenho sentido que a tua falta me torna mais frágil e instável. O sol quente, que não fere a pele cor-de-chocolate, abranda o frio que me consome quando te recordo. Tenho vontade de, ao primeiro instante no regresso, me revelar a ti, por completo. Sei que resposta me darias. E sei o que me confessarias. É por isso que me contenho e penso: já disse tudo e não me cabe dizer mais nada. É essa a verdade a que me tenho de prender.  Espero por ti, invariavelmente, no teu leito dia sobre dia, perto como longe, no sol e na chuva, sempre num relento, de brisa, que se chama amor. Não sei quando isto vai terminar, até porque consigo possuir segundos, horas e até dias que me contento com a tua amizade. Os momentos de desprazer e fragilidade fazem-me recordar tudo o que passamos juntos... tudo o que sonhamos juntos.  E com isto, às últimas horas do antepenúlt

Diário de viagem: instância primeira

Caros seguidores e prezados amigos, quem me acompanha nas redes sociais saberá que me encontrei em Tenerife, de férias, na última semana. Termina esse período hoje, dia 20, enquanto me encontro de regresso a Braga. Escrevo-vos estas linhas com um pedido de desculpa pela falta de actualização deste espaço. Ele, como vocês, mora no meu coração pelo espaço de liberdade que representa e, nos últimos dois dias em Tenerife, escrevi dois textos que serão postados de seguida. Espero que gostem. Como sempre, são apenas devaneios deste rapaz que gosta de escrever e faz disto um prazer. Umas vezes mais melancólico e outras mais filosófico, é disso que se construíram os dois escritos seguintes. Com um enorme beijo e um terno abraço, Luís Gonçalves Ferreira

Raiva existencial (parte II)

O amor não vale a pena. Nunca valeu e não seria agora diferente. Magoa. Faz sofrer. E fustiga bravamente por dentro. O amor de amante, refiro-me eu. Se soubermos amar, por inteiro, na base do reconhecimento falamos de um amor diferente e mais belo. Basta aprender a amar. E disciplinar o corpo, por dentro, para não sentir de mais. Mais vale não sentir. Sentir faz sofrer. Hoje sinto-me, de repente, um reaccionário mesclado com Ricardo Reis. Foi ficar no meu canto e seguir a minha missão: tornar cada vida, em isolado, um lugar mais belo. Não fui feito para amar. Nem para ser amado. É isso que tenho que martelar dentro da cabeça. E chega. Não quero mais. Luís Gonçalves Ferreira

Apetecia-me dormir, de repente, e acordar renascido

Não me lembro de ter os braços, as pernas e todo o corpo mais pequeno que alguns bons palmos. Não me recordo de gatinhar. Nem tão-pouco de andar num voador e sonhar livremente como quem voa, de facto, sem amarras. Não me recordo de nada disso, mas ouvi dizer. Escutei que é assim que se é em bebé: livre. Mais livre e sereno que isto. Que um mundo cruel, de dentes afiados, pronto a triturar sonhos e esperanças e liberdades alheias. São jugos e profundas e pesadas pedras que nos plantam nos pés. Demora a crescer, porque são como sementes. Iguais às que nos plantaram na colheita original, bíblica, lá longe. A malícia do homem é nossa, de dentro, da raiz originária. Regou-se depois, a canecos largos, de uma ignorância profunda do exemplo vivo de Deus. Blasfémia. Na Igreja blasfema-se, dia-a-dia, todos os dias, quando se diz que somos imagem d'Ele. Ninguém é perfeito com uma imperfeição no painel criativo. São pés de prata, mas corpos de cobre podre e feio. São pés de barro e corpo de c

Convulsão

Venho para aqui e não me sai nada. Não consigo escrever nada. Talvez porque não tenha mesmo nada que dizer, me virtude de ter pouco tempo livre. Não consigo escrever mais nada. É tudo. Vim só dizer que estou vivo e sinto saudades vossas, gente que paira por aí.  Luís Gonçalves Ferreira

Teste: um antro de curiosidades

A querida e estimada Francisca - ou Joana - (que me escreveu um comentário que faz tudo isto valer a pena) tinha este questionário de curiosidades no seu blogue. Eu gostei e trouxe-o até vós com parte de mim. Agradeço desde já à Franciscolândia da Francisca.  Aqui vai: A tua última relação foi um erro? Não. Nada na vida é um erro. Quem foi a última pessoa que te disse “amo-te”? A pessoa que mais o mereceu até hoje. Lamentas-te muitas vezes?  Não era de me lamentar, porque era um profundo positivista. Recentemente ando meio trocado. És tímido ou extrovertido? Inicialmente, bastante tímido e observador. Depois, uma excelente companhia (penso eu). És um rapaz ou uma rapariga? Uma gaIjo, como se diz aqui no Norte. Qual é o estado da tua relação? Águas-de-bacalhau. Como queres morrer? De noite, sem sofrimento, ao cântico do sono. Qual foi a ultima coisa que comeste? Não é para copiar o original deste questionário, mas também foi Lasanha. Róis as unhas? Bastante. Infelizmente.