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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2017

Margarita

As pessoas que estudam ou estudaram na Universidade do Minho, e que, por necessidade, vão aos Serviços Académicos, não conseguem passar indiferentes à disponibilidade, simpatia, empatia da conhecedora funcionária Margarita Oliveira. Parece que não há ali mais ninguém, apesar de, certamente, os serviços estarem cheios de funcionários competentes e informados quanto ela. Mas ninguém trabalha com a mesma leveza e o mesmo amor em relação a funções aparentemente tão aborrecidas. É assim que os outros tratam; mas ela não. Em 2014, quando tomei a decisão de tentar a minha sorte, fora do prazo para as transferências, sem saber que nesse mesmo dias saiam os resultados ordinários, foi Margarita que me atendeu. Perguntei-lhe como se tramitava e disse-me que as hipóteses de escolha eram muito poucas. Pediu-me uma ideia de cursos que gostava de frequentar e, desprevenido de melhor memória, lembro-me de ter atirado Psicologia e História. Depois de visto, tinha uma vaga ali, vazia, talvez à minh

memória

Sou natural de uma freguesia chamada Cervães, que faz parte do concelho de Vila Verde. Na verdade, a casa dos meus avós está entre duas freguesias e, até bem pouco tempo, tinha uma irmã natural da freguesia vizinha à minha. Mas isso não importa muito para a questão que vos queria contar. Hoje de tarde estive com historiadores e historiadoras, engenheiros e engenheiras, arquivistas e outros convidados, a ouvir sobre memória, arquivos, informação, informática, bases de dados e binários. O debate ia alto e interessante e falávamos sobre pessoas. Não das físicas e concretas (como se houvesse pessoas metafísicas e não concretas), mas daquelas que produzem rastos: deixam-nos na administração pública, nos tribunais, nos serviços do Estado ou nas empresas às quais compram coisas e dali se fazem documentos; são rastos de alguma forma involuntários, produzidos com um objetivo funcional e cujo armazenamento custa dinheiro. A questão central a todo o debate é que, nesta sociedade digital em viv

apontamento

A minha terapeuta de reiki disse-me que o medo não deve estar atrás das nossas costas, para não nos empurrar nem sair da nossa vista; não deve estar à nossa frente, para não nos condicionar o caminho; mas deve estar ao nosso lado, vivendo fraternalmente com o nosso dia-a-dia. Isto de aceitar o medo, mas sobretudo mantê-lo controlado, tornando-o um aliado, é um dos segredos de uma existência feliz, sobretudo em momentos de mudança.

des-empatia

Quanto mais caminho mais me convenço que a doença do mundo ocidental é a falta de empatia. Não temos medo de morrer, de sofrer e de que o cuspe que lançamos ao ar nos caia na goela. Isso é perigoso: agimos sem limites de consciência e, neste egoísmo anónimo do digital, vamos perdendo a noção do que procuramos e dos lugares aos quais dedicamos do nosso esforço sentimental, por justiça e equidade. Vejo-o da política à economia, no meio científico e académico, mas sobretudo nas relações humanas. Um ser humano sem empatia é um corpo emocionalmente abandonado. Somos, porquanto, estes cemitérios a céu aberto: laicos, científicos, racionais e frios... mármores de capital quadrada.