A minha terapeuta de reiki disse-me que o medo não deve estar atrás das nossas costas, para não nos empurrar nem sair da nossa vista; não deve estar à nossa frente, para não nos condicionar o caminho; mas deve estar ao nosso lado, vivendo fraternalmente com o nosso dia-a-dia. Isto de aceitar o medo, mas sobretudo mantê-lo controlado, tornando-o um aliado, é um dos segredos de uma existência feliz, sobretudo em momentos de mudança.
Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira
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