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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Bang Bang

Nous avions dix ans à peine Tous nos jeux étaient les mêmes Aux gendarmes et aux voleurs Tu me visais droit au cœur Bang bang, tu me tuais Bang bang, et je tombais Bang bang, et ce bruit-là Bang bang, je ne l'oublierai pas Nous avons grandi ensemble On s'aimait bien il me semble Mais tu n'avais de passion Que pour tes jeux de garçon Bang bang, tu t'amusais Bang bang, je te suivais Bang bang, et ce bruit-là Bang bang, je ne l'oublierai pas Un jour tu as eu vingt ans Il y avait déjà longtemps Que l'amour avait remplacé Notre amitié du passé Et quand il en vint une autre On ne sait à qui la faute Tu ne m'avais jamais menti Avec elle tu es parti Bang bang, tu m'as quittée Bang bang, je suis restée Bang bang, et ce bruit-là Bang bang, je ne l'oublierai pas Quand j'aperçois des enfantsSe poursuivre en s'amusant Et faire semblant de se tuer Je me sens le cœur serré Bang bang, je me souviens Bang bang, tout me revient

Por falar em máscaras (e em mim)

Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão. Porque os outros têm medo mas tu não. Porque os outros são os túmulos caiados Onde germina calada a podridão. Porque os outros se calam mas tu não. Porque os outros se compram e se vendem E os seus gestos dão sempre dividendo. Porque os outros são hábeis mas tu não.  Porque os outros vão à sombra dos abrigos E tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não Porque os outros se calam mas tu não Sophia de Mello Breyner Anderson Um imenso obrigado à Marta Rola, do blogue " Artista de Circo ", por esta magnífica sugestão, feita no texto Loucura . Com um beijo especial para ela, Luís Gonçalves Ferreira

Loucura

Eu escrevia horas a fio. Como um louco. Coisas sem sentido. Coisas. Imensas coisas. A noite. O céu. A lua. O teu sorriso. Os meus pés. A caneca. Tudo. Tudo serve para descarregar energia. Energia, bateria, força motriz. A escrita é a alma do homem. A escrita é a mecânica do homem em letras, em arte, nem tintas nem máscaras.  Sinto-me livre. Como se o ar me entrasse nos pulmões e me fosse projectado nos dedos. Flui. Frui. Sem barco nem caravela. Vou. Como um avião de papel. Uma andorinha livre que somente vive presa às asas das marés que o ar tem. Vou voar pelos sonhos. É na escrita e nos sonhos que sou feliz. Como um cleptomaníaco que só se sente bem a roubar... Eu sinto-me bem a projectar letras. São sentimentos, estúpido. Tu és sentimentos. Luís Gonçalves Ferreira

Fricção

Vou-te contar um segredo. Só um. Espero que percebas e que não critiques. O que te vou dizer é uma verdade que escondo desde que a descobri, não me desprezes. Tenho medo do que vais dizer. Tenho receio da tua censura quando souberes. Olha, fixa-me os olhos. Não te esqueças que sou eu, agora, e serei eu depois da revelação. Guarda dentro de ti os meus traços. Vai buscar cordas. Traz cordas. (Vieram as cordas). Une os nossos corpos. Com força. Até estrangular a nossa pele. Quero que não fujas quando eu te disser o segredo. Não te quero perder. É melhor jogar pelo seguro. Chega-te a mim. Mais. Encosta-te o teu coração ao meu. Estás pronta. Eu sinto a tua respiração. Sente o meu corpo e vê o que ele tem. Não quero que duvides do que sou depois do que tenho para te contar. Somos amigos, não somos? Jura-me. Promete-me. Não me mintas. É agora que a verdade acontece, porque é agora que os nossos corações batem juntos. Queres saber a verdade? Sei que sim. O teu sangue fervilha, os neurónios est

Vê a tua alma

Luís Gonçalves Ferreira - 2008 Vamos, por momentos, esquecer o que olhos vêem. Vamos, por momentos, esquecer que estás, aí, desse lado, a fixar-me como quem me entra pela alma. Fecha os teus olhos. Pensa em ti.  Adormece e sonha contigo, dentro de ti. Reabre os olhos. Verás que somos diferentes. Por forma e por dentro. Diferentes, mas não em tudo. Temos alma. Os dois. Somos, inatamente, iguais, porque nascemos iguais, com alma. Destila os teus sentimentos. Vive-te. Só a seguir podes ousar entender as almas que se cruzam com a tua. Luís Gonçalves Ferreira

Por falar em cópias (e em originais)...

Segundo se pode ler aqui , o grupo americano The Black Eyed Peas estará a ser processado por plágio em relação ao hit "Boom Boom Pow" (primeiro single oficial do álbum The E.N.D - The Energie Never Dies dos BEP). O motivo do processo é a música "Boom Dynamite" original de Phoenix Phenom, que apresenta partes "virtualmente idênticas em ritmo e letras". Oiçam vocês e digam de vossa justiça: Boom Dynamite Boom Boom Pow Boas músicas, Luís Gonçalves Ferreira

iPad, o tablet da Apple

http://images.apple.com/home/images/ipad_hero4_20100127.jpg Depois das revoluções levadas a cabo por projectos como iMac , iTunes , AppStore , iPod , iPhone , Magic Mouse , agora chega-nos o mais recente gadget da Apple: o iPad . Esperado por anos, o iPad parece um iPhone em ponto grande, mas é um computador Tablet . Steve Jobs não pára de surpreender os maníacos pela maçã com uma trinca, e, mais uma vez, o design e comodidade parecem ser os pontos fortes da nova coqueluche tecnológica da Apple. Ideal para utilizar internet em qualquer lugar, ler livros em formato digital, processar texto, elaborar apresentações multimédia, o iPad tem memória variável (de 16GB a 64GB) com preços entre os 499 e os 829 dólares americanos, e possui um único botão, sendo totalmente táctil. É uma clara evolução, quer pelos seus 680 gramas e  24 centímetros, quer por ser uma versão alternativa para os vulgares netbooks . É esperar que ele chegue à Europa para vermos o preço convertido em €uros. Se olhar

A cópia e o original

Alguém me explica como é que a SIC está a copiar a história do Crepúsculo e ninguém se irrita com isso? Que porcaria de idiotice! Gente que nem um argumento original consegue criar... Arre!, para os vampiros, principalmente para os que têm luas nos nomes. Exaurido. Muito exaurido. O mais bonito é que há gente com farinha na cara, dentes afiados, um colégio de humanos que tem vampiros que comem animais, uns efeitos em câmara lenta, uns casacos compridos para esvoaçar um bocadinho, uma personagem principal chamada Isabel (que aposto que vai "enigmática", bonita, inteligente, boa amante, e que quererá ser mordida), um vampiro chamado Afonso (que é "lindo" de morrer, "super" estranho e cuja Bella não terá hipótese de namorar - a particularidade é que este vampiro, com esse nome, deve ser da linha de Cascais). E pronto, copiar está na moda porque sai mais barato. Já o mesmo se passa com a Ducci e a Gucci ® , a Ives Saint Laurent ® e a Ives Saint Lourenço

Sem parágrafos

Por momentos  - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me achares.

Rigor Mortis [Republicação]

O amor é morto. A esperança é morta. A fé é morta. A caridade é morta. A prudência é morta. A gratidão é morta. A fortaleza é morta. A paixão é morta. A temperança é morta. A alma é morta. A vida é morta. Calou-se a vida, Porque lhe sepultaram o corpo. Apagou-se a chama, Porque a terra lhe cortou o ar. Estupidificou-se a existência, Porque se lhe cortaram as vísceras. Perpetuamente, Ser sem jamais poder ser. Definitivamente, Um mero ensaio sem pausa, nem refrão. Paulatinamente, Corpo que se espelha em imagens com apagão. Sem alma, A vida é morta. Toquem os sinos a defunto, Quando a vida se transformar em nada, Em simples corpo sem alma, Sem Existência nem Vivência Nem a Consciência Que nem viver se sabe viver. A vida é morta Quando tudo apodrece, De dentro para fora e De fora para dentro, e, Depois, enterra-se, morta. Não há forças para Renascer. A vida é morta quando A existência e a felicidade E a caracterização e o sorriso E o humor e a

Aprender é um desejo

O que é novo faz-nos crescer. Conhecer é a base da grandeza interior. Ao contactar com coisas novas estamos, inevitavelmente, a experimentar novidades interiores. São novos testes, novos sentimentos e novas coisas que surgem em nós quando a novidade nos arregala os olhos ou toca os dedos. É por todas as pessoas, sítios e cantos que me faltam conhecer que continuo, nesta cavalgada louca, como quem come espinhos e não se queixa. Vamos lá. Continuemos. Há uma fila de gente para conhecer. Luís Gonçalves Ferreira

Verdade e consequência

Quando alguém fala com Deus é extremamente religioso e devoto. Quando Deus fala com alguém ele torna-se socialmente um "esquizofrénico".  Joana Amaral Dias Ora, concluo que Deus ouve mais do que fala daí ter dado ao Homem dois ouvidos e uma boca. Bem-aventurados todos os que ouvem mais do que falam, pois poupam-se a loucuras. Luís Gonçalves Ferreira

Pensar mais do que sentir

Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira

Sou mesmo fixe*

Ora, eu, Luís (não interessa) Gonçalves Ferreira, filho da AGo. e do DFe., irmão da RFe. , JFe. e DFe., estou, neste momento, acordado. E porquê?, há-de perguntar o meu leitor curioso. Pois que a DFe., minha irmã, briosa profissional da Medicina, amiga dos seus amigos, estacionou o seu automóvel no parque subterrâneo ao fim da tarde. Esqueceu-se de verificar o horário de fecho (talvez não contasse que o seu auxílio demorasse tanto). O bendito parque encerrava às 00H. A querida irmã chega ao parque às 3H e depara-se com as portas fechadas, luzes apagadas e coisas acabadas em adas que tenham que ver com parques. Estava a uns 20Km de casa. Quem é o bombeiro? O Luís. Quem foi buscar a menina? O Luís. Quem é o cavalheiro e o irmão fixe? O Luís. Ainda me dizem que eu não sou um ser humano formidável... Só me fio no espelho. E mais nada. Já fiz a minha boa acção de hoje (como ela fez a dela ao ajudar quem precisava). Já não preciso de plantar uma árvore. E sim, eu tenho um ego mesmo mesmo

Prova: Chineses

http://in-utilidades.co.cc/wp-content/uploads/2010/01/findthepeople1.png Ainda dizem que os chineses não são todos iguais... Aqui está a prova. Quem adivinhar as questões todas ganha um doce. Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

Eu tenho um Eufemismo (e vocês?)

O Direito Internacional ocupa-me os dias e as horas. Depois de uma maratona a resumir, organizar, qualificar e desesperar, fiz uma capa gira e fui imprimir os apontamentos. Mandei o senhor da reprografia imprimir frente e verso para parecer menos matéria. Dizer que se tem 122 páginas para decorar é mais bombástico do que afirmar que moram ali 61 folhas para memorizar. É tudo uma questão de nomes e de recursos de estilo. Hoje, sem querer, acabei de estilizar um comportamento com lírica pura. Hoje, sem querer, elaborei um Eufemismo. Agora, cada vez que me referir aquele troço de estudo vou-lhe chamar de " O meu Eufemismo ". Ora, caros leitores, vou ter com O meu Eufemismo . Vamos enlouquecer mais um bocadinho os dois, aprender coisas giras e curiosas, e depois voltámos. Quer dizer, volto. O Eufemismo vai ficar na secretária, quieto e riscado, como quem grita por mim. Sim, estou oficialmente a descompensar. E daí? Vocês nunca tiveram um Eufemismo de estimação? Beijos e Abraç

Esperança para o Haiti

Ontem foi transmitido, como reflexo do poderio da indústria musical e cinematográfica dos países como os EUA e UK, um dos maiores televisivos de sempre. Dos EUA (Los Angeles e Nova Iorque), Reino Unido e Canadá chegou-nos o Hope for Haiti Now carregado de estrelas. Deixo-vos aqui o que mais gostei do concerto: Halo Beyoncé e Chris Martin Motherless Child John Legend (O momento mais emocionante da noite, apesar de ser, a meu ver, muito pesado para um concerto que proclama a esperança) Stranded Jay-Z, Rihanna, Bono e Edge Lift Me Up Christina Aguilera Try Nelly Furtado Não se esqueçam: Ajudemos os haitianos com a pequenez de uma chamada. Ligue 760 20 22 22 (0,60€ + IVA) Linha de contribuição para o Fundo de Emergência da Cruz Vermelha Luís Gonçalves Ferreira

L'Etate C'est Moi

A Estado-dependência é, provavelmente, o maior problema português. Saúde, Educação, Cultura, Economia, Privado, Público, Público-Privado, Classes Alta, Média ou Baixa, Família heterosexual, poligámica ou diabo a quatro... Todos os sectores económicos e sociais encaram a pessoa chamada Estado segundo uma visão paternalista. Pior, sente-se que, na falta de um tapete, é o Estado que estará lá a acolchoar a queda. Dão-lhe subsídios, atribuem-lhe taxas e isenções e pedem mais. Dão-lhe um ensino gratuito, um sistema de saúde generalista e acham pouco. Pagam estradas, aeroportos e linhas férreas e acham irrisório. Sabe tudo a pouco. Na hora de pagar impostos não se queixam, porque não estão lá. Evadem-se da sua responsabilidade social como se da cruz tivessem medo. A classe média aguenta isto tudo, como se de uma caricatura esticada, quase deformada, se tratasse. Depois queixam-se do deficit e da dívida pública e da morte lenta que o Moddy's decretou. E saem estudos que dizem que somos

Avó

Hoje , aos 20 de Janeiro, dia de São Sebastião, faz anos que a minha avó materna faleceu. Foi um sofrimento imenso, atroz, que nenhuma criança merece passar, nem sequer os adultos que lhe cultivaram a despedida naquele dia de Inverno. Ela foi (e é) a minha segunda mãe. Ensinou-me a caminhar, a sorrir, a ser quem sou e quem serei. Hoje, passados cinco anos, sei que não a associo a um caixão nem a um dia triste. Hoje ela é uma enorme Luz dentro de mim, como quem me encoraja a seguir em frente. Choro e continuarei a chorar por si, principalmente à noite. É um sinal que me faz falta e que está longe corporalmente. Contudo, sei que já não é isso o mais importante. Amanhã, irei orar por ti, porque a mansão celeste merece a tua presença. Aliás, deixei de acreditar no Inferno desde que tu morreste. Não quero crer que uma pessoa boa como tu esteja a ser julgada num purgatório qualquer. Não quero crer nessa injustiça de Deus perante uma alma carregada de humanidade, que nunca privou os outros

Isabelle

J'Etais Là Zazie No post Amy (no Piquenique das Letras , um outro blogue em que contribuo), Marco A. recomendou-me esta francesa cheia de discos vendidos, mas pouco reconhecida fora da Europa (segundo consegui apurar). Eu não conhecia o seu trabalho. Confesso que não cultivo a minha cultura com música francófona, talvez por preconceito. A música Francesa é distinta da que se faz no restante continente europeu. A França praticamente não tem cultura rock, fazendo, nas suas ruas, um excelente Hip Hop (género que não aprecio), tendo uma cultura das outras artes digna de toda a história que possui. Zazie surpreendeu-me pelo pop-rock fresco, com rimas e uma qualidade linguística incrivelmente surpreendente. Acho que Zazie consegue, com suavidade, explorar muito bem a complexidade do francês e das suas riquezas verbais. O teledisco desta música está muito bem conseguido. Marco, obrigado pela sugestão. Este post chamar-se-á Isabelle, que é o primeiro nome daquela que tem como pseud

Uma mensagem chamada "Carta de amor"

Meu amor, Não sei se sabes mas eu vejo-te, todos os dias, dentro de mim. Desde que me abandonaste, por ciúmes e doença do coração, sei que te amo, intensamente. Sei que não te conseguirei esquecer, mas que também já sei que não vais estar comigo para sempre. Não dói por seres tu. Doía por outra pessoa qualquer. Magoa por seres o que és: Memória. A minha memória. Já não vales dentro de mim por ti, isoladamente. Tens valor porque eu fui coisas maravilhosas na tua presença. És, dentro de mim. E continuarás a ser. Hoje o coração ainda me leva a ti, cada vez que falo de amor. És especial por seres uma coisa bonita. És um reflexo óbvio da minha fase mais bonita e colorida. Obrigado, meu amor, por seres amor no meu coração. Até sempre, meu amor.  Luís Gonçalves Ferreira

Desabafo

"Já reparaste que és um rapaz novo e estás a ficar impossível de se aturar? Já não se pode falar para ti. Estás sempre a reclamar!" P'la minha Mãe Eu não era assim nem estava sempre irritado. Eu sorria, todos os dias, e era mais amigo dos outros. Eu era mais sensível ao meu redor. Agora, fruto de alguma coisa que desconheço, estou diferente. Para pior. Para muito pior. E isso deixa-me triste e cabisbaixo. Estou intimamente triste comigo próprio. Tudo, porque este não é o Luís, o meu Luís. Transfiguro-me com o stress que o curso causa em mim. Esta época vital estará, provavelmente, a ser das mais complexas da minha pequena existência. Não sei como lidar com isto. Não tenho guia de instruções para me compreender, porque já não sou eu. Triste. É assim que estou. Infelizmente. Perco, assim, a minha luz e energia próprias.  Sou eu que tenho que me reencontrar, eu sei. Mas, por favor, façam um esforço para não exigir muito de mim. Sou só um. Um só corpo. Não me subdivido

Entre um programa de talentos e o talento de um povo

E Depois do Adeus* Diana Piedade   Intérprete original: Paulo de Carvalho Música: José Calvário Letra: José Niza Quis saber quem sou O que faço aqui Quem me abandonou De quem me esqueci Perguntei por mim Quis saber de nós Mas o mar Não me traz Tua voz. (...) E depois do amor E depois de nós O dizer adeus O ficarmos sós Teu lugar a mais Tua ausência em mim Tua paz Que perdi Minha dor que aprendi De novo vieste em flor Te desfolhei... E depois do amor E depois de nós O adeus O ficarmos sós  É nestas alturas que me apetecia estar lá, a aplaudir, como quem fica eufórico por se sentir arrepiado e motivado por um artista. É nestas alturas que queria congratular a capacidade dos programas de interpretação como o Ídolos fazerem maravilhas nas memórias colectivas da Sociedade Civil. Aposto que Paulo de Carvalho adorou esta interpretação. José Calvário haveria de ficar em júbilo com o jeitinho tímido do piado. José Niza orgulhar-se-á do facto da letra não

Ilógico

Tenho saudade. Tenho fome, sede e frio. Tenho-te e ponto. É a certeza do coração e a inquietude da razão. Fim. Luís Gonçalves Ferreira

Haiti

Quando ligo o televisor e vejo aquele desfilar de desgraça, saque e pobreza no Haiti, lembro-me, sempre, destas frases retiradas d' O Ensaio Sobre a Cegueira , de Saramago: "[...] com mil diabos, a cegueira não se pega, A morte também não se pega, e apesar disso todos morremos. [...]Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem" São corpos abandonados nas ruas, a montes, onde os ritos religiosos não cabem na desgraça. São barracas, casas e palácios destruídos. É uma sociedade de rastos, onde os saques e a miséria humana se espelham. É nestas situações que nos apercebemos que o Homem não é senão um bicho, capaz de tudo. É nos estados de necessidade que tomámos nota da podridão da existência sem regras e Humanidade. É nestas alturas que todos, sem excepção, são capazes de comer terra e roubar como os bandidos que, numa sociedade estruturada, seriam condenamos à clausura. É nestas alturas que me apetecia pegar nas bagagens e

Estado de caos

Estou muito muito cansado. Não tenho consciência nenhuma se o exame me correu bem ou mal, tal era a dificuldade do mesmo. Até amanhã e com carinho, Luís Gonçalves Ferreira

Amanhã é o dia

Vamos suicidar o nosso coração na verborreia dos profetas e nas entre-linhas das vidas dos outros? Desejem-me sorte, para o meu exame de amanhã. Sinto que preciso das vossas energias. Estou em canal aberto, à vossa espera. Luís Gonçalves Ferreira

Prémios #13 e #14

Prémios #13 e #14  Prémio Lobinho É do conhecimento geral que receber presentes me anima e relaxa e rejuvenesce. É puro sinal de lembrança, de um sorriso intelectual plantado na cabeça do alguém que se lembrou de nós, a dada altura, e que o fez dedicar-nos alguma coisa. Os filhos 13 e 14 da minha prole privada vieram do Daniel Silva (Lobinho) , por ocasião do aniversário do seu blogue pessoal. O Daniel mais não é do que um Ser Humano com letras maiúsculas. Uma Pessoas carregada de humanismo e decência interior. Não há nele nada de gratuito, eu sinto-o. Acompanha este meu Suor desde cedo e sempre se afigurou como um pilar importante do meu desenvolvimento por esta blogosfera. Agradeço ao Daniel, mais uma vez, e sem me cansar, toda amizade que ele tem por mim, embora que virtual. Repito: Pode ser virtual, mas tem uma pessoa por trás, que espelha em notas escritas a sua interioridade. É Pessoa e tem Dignidade e tem rosto, porque ele é a imagem de uma luta pela humanização deste sub

Português médio

Quando quiser falar com um português que não conhece fale-lhe acerca do estado do tempo. Perceberá quem ele é e se confia em si. Depois, sinta-se à vontade e fale-lhe dos seus filhos e do seu cônjuge. A seguir contar-lhe-á a vida toda, inclusive do património de doenças que herdou dos pais. É toda uma árvore genealógica desenrolada em boca calma. Contudo, não o tome como amigo nem conhecido. Existe uma grande probabilidade de lhe dizer mentiras, principalmente em relação aos bens materiais que possui. Se é classe-média baixa dir-lhe-á que vive numa barraca, que não come nem dorme decentemente e que o seu patrão é um explorador. Se é de classe-média não o encontrará num autocarro nem em outro transporte público. Existirão grandes probabilidades de ser funcionário do Estado ou ter uma pseudo-intelectualidade de novo-rico. Se for de classe alta não aparecerá à sua frente, porque eles não aparecem, nem lhe falará dos bens. Andam de Mercedes como os de classe-média, vestem-se como eles,

De coração enternecido

É bom ser amado e estimado. É excelente se for de forma genuína como quem não quer nada em troca, onde a gratuitidade não acontece nem tão-pouco existe. Ser gratuito é não ligar ao que se dá nem ao que se recebe. Aliás, isso é ser-se simples e básico de pensamento. Obrigado Francisca, do fundo de mim, por isto . Sou mais feliz assim, convosco. Mesmo que virtuais. Pessoas são pessoas. Mais por que sentem e pensam e escrevem, e não tão-só pela componente biológica do seu ser. Com um beijo para a Francisca, Luís Gonçalves Ferreira

O tempo de noite, dentro de mim

E foi-se mais um dia, numa lógica cronológica ordinária, pendular e certa. Amanhã mais um dia chegará para morrer, logo a seguir. E sempre assim foi e continuará a ser. Os dias subtraem-se, contam-se e somam-se. (Ainda dizem que a matemática não é importante. Esquecem-se que a vida é uma equação) Tudo na vida tem um fim. Tudo. Pelo menos o tudo que o corpo encerra. E mais um dia passou. A seguir vem outro. E depois outro. E depois um exame. E depois a acalmia. E depois o stress. E depois novo exame. A vida é uma onda. Um pendulo. Um relógio igual ao do tempo que faz passar os dias. Silêncio. Oiço o sussurrar dos deuses. Prometem-me que sou imortal nos corações dos que me amam. Acredito. Calo-me. Respeito. Sigo. A vida não é senão Movimento. O tempo não é senão Movimento. É tudo Movimento. Tudo roda. As legendas do televisor passam. A personagem anda. Os meus dedos processam, maquinalmente, este texto. O aquecedor turbina e aquece-me a respiração e a pele e comodidade do

Hoje acordei madónico-maníaco

A Rainha do Pop , aos cinquenta anos, mostra-nos (a homens e mulheres, novos ou velhos) que se dança assim: Vogue Madonna Sticky & Sweet Tour (DVD Buenos Aires) E que se é eternamente jovem: Into the Groove Madonna Sticky & Sweet Tour (DVD Buenos Aires)  E que a idade está na cabeça e não nas rugas e na soma do BI : Music Madonna Sticky & Sweet Tour (DVD Buenos Aires) E quando o DVD sair oficialmente vai o Luís a correr à Fnac mais próxima (adoro falar na terceira pessoa como os jogadores de futebol).  The Queen ... E mais nada! Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira 

Casamento entre as pessoas do mesmo sexo

Hoje, em Portugal, depois de um projecto de Lei do Governo, a Assembleia da República aprovou, com a maioria de Esquerda, a legalização do Casamento Civil entre pessoas do mesmo sexo. Damos, enquanto Estado democrático, um importante passo para a tolerância social e o alargamento dos direitos, liberdades e garantias. Ao Estado, ao contrário do que se argumenta, não cabe acentuar discriminações negativas, que vedam direitos. Ao Estado não lhe devem restar funções de moralidade que negam a realidade efectiva das Pessoas, que são o seu Alfa e Ómega. Pelo simples facto de nascerem têm Dignidade. O Casamento Civil é uma instituição jurídica que permite o acesso a uma ramificação de direitos privados, entre elas o da adopção. Parece-me pouco lógico que, ao admitir o Casamento Civil, se vede a adoptação de crianças. É como dar uma árvore e proibir o acesso a um dos ramos. Como consequência, este meio-direito concedido acabará por ser, mais tarde ou mais cedo, considerado inconstitucional por

Quando o desfecho é do futuro

Há coisas que nos acontecem, no decorrer da existência, que nos encurralam entre um mar de dúvidas e uma cáfila de soluções. Como tenho condão nem estrela guia, custa-me muito decidir sobre coisas futuras, principalmente quando envolve passos monetários. Recorro a amigos e familiares e não tomo a decisão sozinho, apesar de tendenciar interiormente as opiniões e as argumentações para certo sítio. Deixe de ser persistente quando não tenho razão. Aprendi a ouvir e a pesar os prós e contras, por mais descalabrada que a balança esteja. Qualquer que tenha sido o caminho fico entristecido e pesam-me as conjecturas de um futuro provável. Sei que isto passa, porque afinal não passa de um telemóvel. Mas, caros leitores, custa-me muito decidir. Como a todos vós, certamente. Tenho saudades em que as decisões não passavam por mim nem a responsabilidade era o meu forte. Ser-se humano em plenitude de direitos custa. Especialmente quando na nossa vida, desde cedo, a utopia do mundo dos sonhos fora de
Tenho um sono imenso que me cresce por dentro. É calmo e puro como o bater de asas de um Arcanjo. Luís Gonçalves Ferreira

Fado nocturno

Vou aproveitar o embale do Fado que oiço. Vou aproveitar o baloiço do sono que vem, levemente, para estas teclas. Vou aproveitar, meu amor, esta tua presença temporal para te confessar que me estiveste na mente, hoje, todo o dia. Estiveste, minha amada, nos sonhos e nas esquinas dos pensamentos. Sou teu. Cada vez mais tenho a certeza. Vou dormir. Contigo. É contigo que vou. Inspiração. Luís Gonçalves Ferreira

Li e Lá (não é chinês)

Eu amo a música e as interpretações jocosas dos actores principais. O argumento parece que é baseado na realidade (as justificações dos "descuidos" são muito muito astuciosos, sem dúvida). É meio brega (como dizem os nossos amigos brasileiros), mas é divertido. Ninguém disse que este blogue tinha que ter bigode e chapéu de judeu. Luís Gonçalves Ferreira

Gostos diferentes

O que eu menos gosto na blogosfera? Os comentários de "por favor" como quem dá à espera de receber. Opinar é muito bom e tudo é mais profundo do que um "gostei" seguido de um smile. Não podemos ser todos iguais. Reafirmei isso no post anterior a este. As grandes sociedades só se cimentam na rectidão de espírito e na pró-acção dos comportamentos. Leviandades? Não como nem durmo delas. Detesto coisas e pessoas levianas. Felizmente os meus comentadores são os melhores do mundo. Tenho pouquíssimos assim... Luís Gonçalves Ferreira

Um novo comentário. Um novo 'post'.

"Não há amor verdadeiro sem generosidade. Não a generosidade de dar, mas a de aceitar. Raramente aceitamos o Outro pelo que ele é, mas pelo que ele nos faz sentir. Isso não é generosidade, logo, não é amor." texto de Mãe Preocupada , num comentário ao Acerca do Amor* Obrigado por me ensinarem e completarem com as vossas opiniões. É por isso que amo preto e branco, tartaruga e albatroz, cruzes e luas. É pela diversidade que vale a pena. Isso vai muito além da mesquinhez das nossas diferenças e distâncias. Obrigado. Luís Gonçalves Ferreira
Hoje, de madrugada, recordei imensas coisas. Aconteceu tudo entre uma forte insónia e uma necessidade imensa de descansar, enrolado sobre mim mesmo, tal e qual um feto que levita na placenta materna. Vagueei pelo passado como nunca tinha feito. Apercebi-me, qual exercício mágico, que aquela posição, acompanhada de um fechar de olhos crente, nos faz sonhar acordados. Não o sonhar sobre o irreal ou que não aconteceu, mas elevar o espírito ao positivo e ao negativo do passado, como se lá estivesse, outra vez ou uma vez mais. Foi emocionante, garanto-vos. Nunca me tinha apercebido que esta caixa mágica que encaixa em cima do pescoço era capaz de tal maravilha. Vocês perguntar-me-ão: Mas tu nunca recordas-te nada conscientemente? E dir-vos-ei: Obviamente que sim, mas nunca com aquela intensidade. Num fechar de olhos passei de Trás-os-Montes a Cabo Verde, da Adolescência para a Infância, sem pagar taxa alfandegária. Isto que escrevo não é sonho nem devaneio da Roberta. É meu, só meu. Eu

Adeus, Lhasa de Sela

E foi-se mais um génio . Foi o cancro que a levou, aos 37 anos, depois de 21 meses de uma batalha desigual. Aprendi a admirar o seu trabalho há pouco tempo, porque há pouco conheci a sua música. Versátil, incrível, humilde na sonoridade, forte na emoção, dizem que Sela era popular em Portugal.  Popular dentro de mim e do meu mundo musical é com certeza. E continua a ser. Foi um prazer tê-la cá. O Mundo ficou melhor. A Música mais rica. A Arte mais diversificada. Engraçado, foi-se o corpo, mas o Mundo continua melhor, a Música mais rica e a Arte mais diversificada. É este o valor da obra genial! http://www.marsab.com/artists/lhasadesela/lhasadesela3.jpg Adeus , Lhasa de Sela. Luís Gonçalves Ferreira

GaGa em Portugal

Já é sobejamente conhecida a minha admiração pela nova revelação da electro-pop mundial. Ela é irreverente e faz arte com música e com a sua personalidade. Canta e tem formação. Faz constantemente coisas novas e anda com a cabeça em cima dos ombros. Faz-me lembrar, em certos momentos de loucura, os verdadeiros artistas dos 70 e 80, cujo a futilidade dos anos 90 fez esquecer. De quem falo? Lady GaGa, está claro. Vamos trazê-la a Portugal? Então assinem esta petição ! Obrigado, Luís Gonçalves Ferreira

Acerca do amor*

O amor tem nuances e sentidos. Variar do preto sujo ao branco limpo é coisa da cabeça de cada um. Para mim o amor de amante é mau, suja e polui os bons sentimentos. Em exagero não remedeia nada, apenas mutila os outros sentimentos. É um amor de dependência, cada vez menos sem confiança. Acho que nos casamentos de 50 anos não há o amor puro, mas talvez um estádio maior, evoluído, onde a companhia e o respeito agigantam-se perante a frivolidade do sexo ou dos presentes materiais. Critico muito o viver os problemas, as dores e as mezinhas dos outros. É um viver a meio-gás. Já por isso se diz, lá nos canotilhos do Direito, que o Casamento limita o exercício de direito. É por certo uma analogia ao amor de amante. O amor de amigo e da família é bom e cura quase tudo.  É diferente do primeiro, porque não tem aquele pendor egoísta que o amor de amante tem. O cobrar sem mais não funciona, como regra, nos segundos campos do acto de amar. Podem existir afastamentos de anos ou quilómetros, mas

Constatação gira

Perguntaram-me agora a minha idade e eu respondi: 19 . Conclusão: Os anos ainda não me entraram no cérebro. Isto é, a meu ver, um bom sinal.  Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

É fictício?

Pronto. Estamos em 2010. Alguma coisa mudou maravilhosamente nas vossas vidas, depois da meia-noite, como se Cinderelas nos tratássemos? Não, pois não? Então continuemos, fiel a nós próprios, a lutar, diariamente, por esses caminhos que nos levarão a local incerto mas novo. É a novidade que nos move. O conhecer. O experimentar. Vamos. Estamos em 2010 e tudo está na mesma. Luís Gonçalves Ferreira