Eu escrevia horas a fio. Como um louco. Coisas sem sentido. Coisas. Imensas coisas. A noite. O céu. A lua. O teu sorriso. Os meus pés. A caneca. Tudo. Tudo serve para descarregar energia. Energia, bateria, força motriz. A escrita é a alma do homem. A escrita é a mecânica do homem em letras, em arte, nem tintas nem máscaras.
Sinto-me livre. Como se o ar me entrasse nos pulmões e me fosse projectado nos dedos. Flui. Frui. Sem barco nem caravela. Vou. Como um avião de papel. Uma andorinha livre que somente vive presa às asas das marés que o ar tem.
Vou voar pelos sonhos. É na escrita e nos sonhos que sou feliz. Como um cleptomaníaco que só se sente bem a roubar... Eu sinto-me bem a projectar letras. São sentimentos, estúpido. Tu és sentimentos.
Luís Gonçalves Ferreira
Ola querido
ResponderEliminarMeu deus , deixas as pessoas estupefactas com estes maravilhosos textos , este e o anterior são tão bonitos e tão poeticos que uma pessoa mesmo que não queira acaba por ser contagiada .É tão bom quando nos sentimos assim felizes e isso faz com que as palavras fruam naturalmente e sem muito esforço , quem me dera ter isso agora porque já sinto uma enorme vontade de poder dar asas á imaginação , exprimir os meus próprios e verdadeiros sentimentos . Com as palavras podemos fazer tudo e mais alguma coisa é bom ter esta arte dentro de nós , por vezes já nascemos com ela e por vezes somos nós que a construimos . Adorei as tuas palavras transmitem uma uma paz e uma serenidade que nos fazem sonhar e viver .
Beijinhos e Parabéns *
Que nunca percas a tua loucura, acredita: é ela que te guia!
ResponderEliminarUm beijo.
Quanta inspiração! Luís, este é um dos textos mais intensos que já li aqui. Um rompante de sentimentos, todos misturados, um confusão mais que perfeita.
ResponderEliminar"Sinto-me livre. Como se o ar me entrasse nos pulmões e me fosse projectado nos dedos. Flui."
Isso é perfeito!
Parabéns!
"Porque os outros se mascaram mas tu não
ResponderEliminarPorque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não"
Sophia de Mello Breyner Anderson
Um poema abonatório ao teu blog, porque afinal de contas, todos nós temos máscaras!
Um beijo!
É o que faz falta a muita gente: escrever.
ResponderEliminarBeijinho Luís.
Uau! Ah, consigo me identificar em muito com o seu texto. Tenho também essa desmedida necessidade de gritar com as palavras e acalmá-las. Vejo-me louca, desprovida de qualquer racionalidade quando quero escrever sobre o que penso, sinto... aceito, critico! É algo que inexplicavelmente me acalma. Eu não sei dizer de mim, se não for pela escrita. Na minha mão adormece e acordam as palavras, cada um com suas intenções. Eseteja eu alegre ou triste a palavra me compreende e através disso, compreendo-me.
ResponderEliminarEsse texto é simplesmente maravilhoso. Ah, eu já disse e vou repetir: Você manda muito bem na escrita. E isso, de forma verdadeira.
Um beijo mais que enormeeee! rs
P.s: Não posso deixar de dizer dessa foto que colocou. É perfeita! Eu gosto muito de máscaras venezianas. Há todo um encantamento e mistério, e ainda a imagem aliada aos versos de Álvaros de Campos! Não há como não ficar lindo!
não percebi esse "ou seja?" ...
ResponderEliminarComo é bom ver-te (ler-te!) avassaladoramente viciado na escrita... Muito bom. :)
ResponderEliminarNão sei se a escrita é a alma do homem, mas começo a pensar seriamente nisso, ou nessa hipótese... tal como a música :)
ResponderEliminarGostei. Muito.
Abraço