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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2011

20 de Janeiro

Avó, dizer que tenho saudades tuas é pouco para expressar a ausência que me sufoca o coração. Lembro-me, todos os dias, de quando saímos os dois e me oferecias pedaços de felicidade. Eram singulares esses momentos... São únicos esses presentes que guardo no coração. Sabes, Avó, tenho muitas saudades tuas... O teu sorriso. A tua companhia. E a leveza pela qual transportavas os corações dos outros para um universo mais feliz.  Avó, querida mãe, fazes-me muita falta. E um dia, para a frente, hei-de erguer muitos brindes à mulher que me viu crescer até onde o corpo conseguiu. Agora, lá longe, aguardo-te, todas as noites, na estrela que me visita no quarto, no espaço e no amor que os outros depositam em mim.  Avó, amo-te.  Com todas as letras.  Mas... isso nem precisava escrever para ser verdade. Luís Gonçalves Ferreira

Bandeira

Nunca me senti tão acompanhado. O teu sorriso... A companhia da tua voz. Recordo-me do baloiço da pequenez quando me sentia só.  Relembro os tempos de escola onde, por máscaras, caminhava sozinho apenas na companhia do oportunismo dos olhos dos outros. As pessoas que não importam não estão cá, para ver isto. A minha professora da primária, que me subestimava o futuro, rir-se-ia de quem sou hoje. Um riso réplica do meu, que seria de escárnio.  Lembro-me de passar horas com pensamentos sobre os sentimentos dos que me rodeavam.  Recordo-me do sonho de não crer no amor, mas sempre esperar encontrá-lo. Sobrevivo por cima dos pensamentos, outrora realidade, de quem via no sucesso profissional a única forma de afirmação. Caminho na sabedoria global sobre mim mesmo. E, caros leitores, prezados amigos, agradeço, do fundo de mim, a quem está comigo, hoje. As crises na vida surgem para expulsarmos os demónios e reciclarmos quem não importa. Ficam os melhores. E um dia, no pico final, a bandeira

mundos do nosso Mundo

Minto, especialmente se te disser, mundo , que tenho saudades de quando estava triste, enraivecido e cego. Minto, mundo , se te disser que me envergonho deste ou aquele pormenor do meu passado. Minto, mundo , meu mundo , se te disser que já estive menos feliz do que estou hoje. Minto, confesso, se um dia te sussurrar que o amor não vale a pena. Minto, incrível e imenso mundo , se te disser que não estou realizado. É este o meio-caminho para a progressão que tanto quis. Tenho, certamente, a pessoa mais maravilhosa do mundo comigo... Do teu mundo. Do meu mundo. Do nosso mundo. E quero, mesmo que a promessa seja falível, viver assim para sempre. Enquanto este sempre deste mundo durar assim. Luís Gonçalves Ferreira

O nosso vazio

 (...) Depois de um acordar normal, entre a riqueza do espaço e monotonia dos passos, Rodrigo deixou, mais uma vez a sua companheira de noite, tão somente a amante de corpo lambido, cuspido, arranhado, fruído, despido ou gemido pelo barulho das mãos. - Vens tomar o pequeno-almoço? - perguntara ele, com a secura que o tempo permitira. Silêncio se fez. Sofia continuava intelectualmente bêbada, depois de uma noite quente como aquela. Na verdade, Sofia era limitada. Ao contrário do que Rodrigo pensou quando lhe ouviu o nome, em Sofia, morena do acaso dos genes, loira por milagre da São Cabeleireira, pouco era de sofisticado. Bonita, alta, porte de modelo, pisar poderoso. Abria a boca e caía dos saltos. É horrível viver com um doente de síndrome vertiginoso, mas ele configurava-se masoquista convicto. Rodrigo, em momentos loucos de auto-reflexão, questionava-se acerca dos porquês deste abusar inculto, mas belo. Os olhos comem muito, mesmo os dos intelectuais. O corpo, com

Feliz 2011

by ~ ChOkRi-AchRaF