Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2010

Sinto-me só

Sinto-me só mesmo acompanhado. É uma tristeza profunda que está comigo. Talvez uma sensação de fracasso ou de abandono. Quiçá produção meramente espiritual. Preciso de colo e não de julgamentos. Preciso do indefinido. Preciso... de alegria para vos dar palavras. Luís Gonçalves Ferreira

Sorri

Sorri.  Sorri como quem canta. Sorri como quem dança. Sorri. Sorri pela boca. Sorri pelos olhos. Sorri com os cabelos e a voz e a máscara que suportas. Sorri. Sorri com o corpo. E os gestos. E tudo o que tens. Alegra-te e sorri. Chora e sorri. Sorri e sorri. Só sorri. Sorri apenas. Sorri e fala. Fala e dança. E ama. Ama a sorrir. Sorrir faz rugas. As rugas fazem sorrir como fazem chorar. Sorri. Por dentro. Por fora. Por dentro como por fora. Sorri. E abre o peito ao sorrir. Espera por outro sorriso e por outro bailado em gargalhada. Sorri.  Passei tantos anos a sorrir e sorrio a pensar que tenho uns tantos mais para o fazer. Gosto de sorrir. Gosto de amar. Gosto de dançar. Gosto de gesticular. Gosto de viver. A vida é um sorriso. O sorriso numa vida. Contemos tudo no mesmo passo e contra-passo. É tudo vida. Sorrir é bom. Sorrir é bom. Sorrir faz bem. Sorri. Em todas as línguas, porque sorrir não tem letras nem raças nem partes nem versos. Sorrir é universal.
Chegará um momento na minha vida em que, num turno de luzes, dois caminhos vão surgir. Virá outro com mais dois. E outros momentos mais com diversos cruzamentos. Digo-vos, pesar tudo custa muito. Optar ainda custa mais. E pior, não saber por onde ir é o que mais agoniza. Não me espanta que o homem tenha inventado meios auxiliares de localização. A minha bússola está confusa e ainda só tenho 20 anos. Luís Gonçalves Ferreira

Noite

  http://1.bp.blogspot.com/_65_Wg_mzht0/TEjvox87GSI/AAAAAAAAACE/ZZwlkrT8GiQ/s1600/6501noite.jpg É de noite. Os corações embrulham-se agora. Os monstros aparecem agora. Os sinos, de morte, metem especial temor agora. É noite, coração, como é aí por dentro. Vai chegar a hora dos demónios e depois a manhã, que vencerá as trevas. A luz que comerá a morte. A singularidade da vida que apagará a noite. É o fim que nos move e que moveu heróis por entre as ondas. Luís Gonçalves Ferreira

Inteligência emocional de um urso

Felizmente - e graças à criação - não sou burro algum. Abonaram-me de inteligência emocional e sensitiva suficiente para conseguir perceber, a léguas, o sentido dos comportamentos humanos. Entre um movimento orientado para a praia e um movimento decadente para Este, existe, sempre, por mais ínfima que seja, uma motivação pessoal. E, perante um movimento, é a motivação - o querer fazer - que nos carece mais atenção. É aí, nessa partícula substancial de um comportamento, que reside a pessoalidade da personalidade que se dirige naquela direcção e não noutra qualquer. Na vida há idas e voltas. Motivações e motivações. Orientações e orientações. A vida é feita de caminhos. São milhentos , no fundo. Todos passíveis de opção. Há coisas tão evidentes que não podemos, jamais, ignorar. Chega, como disse umas mensagens atrás. Chega!, mesmo. Essencialmente de fazer figuras de urso! Tenho dito, Luís Gonçalves Ferreira

Terra

Existia um terra encantada onde só vivia uma pessoa. Só existia aquilo. Só se ouvia a si mesmo, aquele ser. Não sei, ao certo, como era viver ali. Não sei o que se ouvia e se valia a pena ouvir com tão pouca diversidade. Não sei o que se cheirava e, tão-pouco, se valia a pena cheirar além do próprio odor. Era uma terra encantada, mas triste. Encantada, como é tudo o que o homem desconhece e tende, desde logo, a endeusar. Triste, porque eu sei. Sei que, sozinho, não se é feliz. Aliás, sozinho não se é nada. E sem mais ninguém pouco ou mais existe que o próprio alguém que está só. Não sei mais sobre o tal território infértil. Nem sonhei com isso, sequer. Mas veio-me aos dedos o impulso de dizer isto. Não sei se sou eu o ser. Se és tu, desse lado, em frente ao computar, provavelmente sozinho. Não sei se é um casulo. Não sei se é um livro. Sei que escrevi isto. Isso sei. Luís Gonçalves Ferreira

Folhas de papel carmim

Nas páginas do livro da tua pele senti que estava, como nunca, muito perto das tuas memórias.  Percebi que era teu, mas outros já o foram. E percebi, loucamente, que estavas só comigo, agora. Percorri-te, em descanso, como numa pausa de um suspiro... Senti que eras minha, num todo, por momentos. Foi perfeito por que a perfeição eras tu... Foi mágico, meu amor, porque a magia eras tu. Imaginei-te, vezes sem conta, nas páginas de outros livros que fui percorrendo com os dedos, com os olhos, com o coração... Senti, coração, que não te podia perder, porque era tudo muito forte. Estavas aí, junto de mim, com a pele junto da minha... com os olhos colados nos meus... O teu cheiro de lavanda. O teu perfume carmim que era o teu cabelo. Afaguei-te o peito, outrora só. Acariciei-te os sonhos como se fossem meus. Percebi-te como se me olhasse ao espelho. Entendi-te como se folheasse o livro... Eras um quadro, intocável, como os anéis de uma farta vitrina. Eras angelical, como as asas que te nascia

Embrulho, papel e tesoura

Dei-te tudo o que melhor guardei. Ofereci-te poemas encantados em fábulas de oiro. Dei-te contos guardados em caixas de veludo. Prestei-te sentimentos novos, em embrião, para tu desflorares. Arranjei cartas perfumadas, caligrafias melhoradas e todas as carnaválias coisas para te conseguir amar em pleno. Amarrei-te, subjectivamente, no coração com poemas e prosas que te fui, passo a passo, dedicando.  Não me arrependo de nada.  Luís Gonçalves Ferreira

Chega, coração, chega!

Chegou a hora de parar, coração. Não vale a pena lutar por quem, de direito, já não nos pertence. Aliás, essa coisa da pertença está errada, porque todos nascemos livres e independentes, autónomos, dizem-nos os livros. O amor, esse espiritual prazer, apresenta-nos o contrário, por vezes. Chega de esgravatar num terreno infértil. Chega de sofrer e chega de tentar recuperar o que está, definitivamente, perdido. Chega de ouvir coisas que não se gosta. Chega de perguntas que querem X resposta e acabam por receber outra. Chega de esperar, todas as noites, dia por dia, por um sinal de um túnel que fechou, faz tempo. Há momentos que batemos, fundo, com o nariz nesse túnel que se achava não ter fim. E chega, principalmente, de pensar que não serei capaz de seguir em frente. Chega. É isso que quero dizer, a mim mesmo, "Chega!". Dói-me a estupidez deste "chega" e os comportamentos, dia após dia, que metem pé a fundo neste acelerador que está a destruir tudo o que

Manifestis

Há pessoas de quem tenho saudades... de quem sinto a profunda e a imensa falta de ter por perto. As circunstâncias da vida, ora aqui ora ali, vão nos tornando distantes e próximos de pessoas. Pessoas essas que são plantadas na nossa vida com algum sentido e alguma finalidade. Lembro-me, assim de repente, de uma dúzia de pessoas que fui perdendo, hora por hora, fio por fio, passo por passo, por meras ocasionalidades da vida. Às vezes, no entretanto da vida, chegam alturas em que as pessoas se vão perdendo, fortemente, de dentro para fora e de fora para dentro, nesta unidade integrada em que somos gente. Tenho saudades. Muitas saudades. Da JRe., do CPi., da VCu., do JBa., da  AFe. e da FEs., da minha avó e da paz que tinha junto desta gente. Os primeiros, felizmente, andam por aí e provavelmente não leram estas linhas que nem foram escritas para que as lessem. Se assim fosse, dar-lhe-ia isto, em presente, por um dos seus contactos que ainda possuo. Às últimas, por força natural das cois

Confesso:

Procurei-te, vezes sem conta, na memória, e não te encontrei. Nunca havia acontecido algo parecido em mim. Achei-te, tantas vezes, nas gavetas dos sonhos, onde nem a memória manda. E voltei a procurar, porque, ao acordar, perdia-te, vagamente, numa fumaça incrível.... E instável, pois mais tarde adormecia e logo te encontrava. Encontrei-te, finalmente, na realidade. Nem queria crer. Pensei que era um sonho e tentei acordar. Não consegui. Tornei o sonho matéria, recebi uma dádiva, e deixei-te fugir, outra vez. Agora, não tenho desculpa. Não posso culpar o sonho e a sua finitude. Deixei fugir o que fui incapaz de agarrar. Foi simples. Os sonhos deixam-se porque nos ultrapassa, tecnicamente, a tarefa de os agarrar. A ti, perdi-te, como vou perdendo, por razões como aquelas que acordam os sonhos: Pouco claras e profundamente inexplicáveis. Tive hoje uma recaída. E, enquanto assim for, não vou conseguir seguir em frente. Luís Gonçalves Ferreira

Reencontro

Hoje, às páginas tantas de um dos capítulos da minha vida, vou regressar ao coração espiritual de Portugal e orar por mim e por todos. Acho que, no meio da bagunça em que precipitei tudo isto, é um dos comportamentos que tenho saudades. Sinto falta da fé e do papel que tinha na minha vida, lá longe, quando era mais miúdo. Em Fátima, amigos, espero encontrar parte de mim, ou reencontrar, nem que seja, alguns pedaços. Até já, Luís Gonçalves Ferreira

Relatório ordinário-mas-não-muito-distinto

Foi uma energia incrivelmente positiva que me encheu os poros e os pulmões e tudo o que sobrava dos cacos em que me tenho desdobrado. Resta um caminho, sem curvas, nem contra-curvas, pronto a ser feito. Tenho uma sorte incrível, disseram. Só me resta acreditar, respirar fundo e seguir em frente. Seria perfeito se alguns sonhos fossem feitos realidade. Seria perfeito se as nuvens desaparecessem. Provavelmente, sou mesmo eu que crio isto tudo na cabeça para me sentir "normal". E pronto. É isto que me apetece dizer hoje.  Luís Gonçalves Ferreira

Todos os "até sempre" têm sempre uma legenda...

... E do post anterior também. E convém dizer-vos, para vossa felicidade (ou não), que não tenho coragem para largar isto. Vou continuar por cá , como sempre estive. Não sei de que forma nem constituido por quê. Mas eu continuarei. O "até sempre" da minha despedida relaciona-se com o adeus, inevitável, que tenho que dar aquilo que perdi e que detinha como certo. Assim sendo, um até já, queridos companheiros. Luís Gonçalves Ferreira

Suspiro quente

Tenho saudades de planear mensagens e de fazer pesquisas para as tornar perfeitas. Tenho saudades da vitalidade de outros tempos. Tenho saudades de mim, enquadrado, como noutras alturas. Ter saudades não basta. Sentir desespero quando não sei o que é espelho também não. É uma sombra enorme que me persegue. É uma mácula imensa que está aqui, no peito, como na testa de Caim. Apetece-me ganhar forças e mostrar o Luís incrível doutros tempos. Apetece-me ser feliz em todos os quadrantes. Apetece-me voltar a chorar solitariamente para nunca, mas nunca, me apresentar triste aos outros. Queria fechar os olhos e não perder o norte aos meus sonhos. Queria dormir e não perder forças, dia-a-dia, como tem acontecido.  Esqueci-me que sonhei ser grande. Esqueci-me que sonhei ser um grande projecto. Esqueci-me do valor da família. Esqueci-me do valor de Deus. Esqueci-me que tenho energias fantásticas. Esqueci-me que é absolutamente estúpido sofrer por amor. Esqueci-me como era incrivelmente deprimente

O Estado da Res Publica

A República, implementada em Portugal há cem anos, não corrigiu os problemas estruturais que varrem o país há séculos, fruto de uma herança monárquica não menos tempestuosa que os sucessivos governos republicanos das I, II e III Repúblicas. Portugal - com ou sem República - é um país empobrecido por séculos de governos maus, de avanços industriais e tecnológicos tardios com péssimas relações com as liberdades individuais. A República - de inspiração Francesa - chegou a Portugal com século e meio de atraso. A industrialização - de inspiração inglesa - chegou a Portugal em comboio atrasado e descarrilado. A democracia - a plural, europeísta - sofreu de atraso particular. As vagas do Estado Social e do neo-liberalismo ainda estão a acontecer. As grandes nações europeias tiveram os 30 anos de ouro para a seguir liberalizarem. Portugal teve tudo isto, mas em processos completamente desproporcionais. A culpa, dirão todos, é da II República - permitam-me que lhe chame assim. Em grande percen

Pensamento:

Há coisas que não se explicam nem se descrevem nem se dizem em palavras. Há coisas que se sentem e pronto. É a magia da vida.   Estou muito muito muito muito feliz. É essa a verdade. E é isso que importa agora. Luís Gonçalves Ferreira