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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2010

A Morte

A morte é uma instância vagabunda de triste e forte. Sinto-a por todos os lados. E serpenteia-me a cabeça. E deixa-me abalado. Se eu morresse hoje não sei como seria, sinceramente. Como lidaria com a situação sendo um pobre espírito. Como veria os meus familiares tristes. E como saberiam os amigos da minha partida. Hoje, aos tantos de Julho, apeteceu-me fazer uma lista de pessoas a avisar aquando da minha partida. As minhas dores de cabeça estão cada vez mais forte e... tenho medo de morrer. Sinceramente, tenho-o. Não por mim, porque seria mais uma linha, mas pela minha mãe, pai, irmãs, o amor que se foi, restantes familiares e todos os amigos que colecciono e são raridades. Queria dizer, aqui e agora, que a morte é puta e fraca e má. E... ninguém merece conviver com ela de perto. Tenho medo de morrer. Mas sempre tive. E tenho medo de partir sem dizer tudo o que deve ser dito e fazer tudo o que deve ser feito, como disse António Feio.  Sem mais, Luís Gonçalves Ferreira

Até sempre, António Feio.

Morreu um grande e imenso génio. Tinha por nome dos homens António Feio e vai fazer São Pedro dar muitas gargalhadas. Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento. Agradeçam. E não deixem nada por dizer... nada por fazer. Luís Gonçalves Ferreira

Dói por dentro

Chego a casa e não estás lá, pela primeira vez. A distância consome-me, por dentro, como um fogo ardente e forte. Mata. Destrói, mas não sinto arrependimento. Fiz o que estava certo. Disse-te o que sentia. E, a partir daí, dei à consciência algum descanso. Mas... Dói muito. E faz sofrer. Dói muito. E não há nada que aqueça esta chama decadente.  Luís Gonçalves Ferreira

Desabafo

Nestes momentos de particular sofrimento senti uma incrível falta da tua presença física. Pela primeira vez, pré-senti que isto poderá não resultar assim, como está. O amor não consome tudo, porque não vale por tudo. Sinto saudades, agora, do conforto que o corpo pode dar. Dos abraços... E dos beijos. É como uma chuva de pedras que me cobre a cabeça. É uma tristeza intragável. E um espírito cansado que se apresenta. Peço-te, meu amor, que te mantenhas aí, onde estás, para me dar colo neste momento em que tudo morre, em volta. Não é, como te disse, a morte física que me assusta, mas a morte de sentimentos. Só não sei se isto vai chegar a ti. Se vai chegar a nós, no fundo. E é isto que me consome agora, depois de mais uma noite de sono profundo e uma tarde deitado num quarto escuro qualquer. Eu amo-te. Com uma profundidade incrível e uma dedicação imensa. E só tenho a agradecer tudo o que tens prestado e tens sido. E só quero aproveitar os leves momentos em os nossos bater de a

Obrigado

Queria agradecer, especialmente, às pessoas que na mensagem anterior me apoiaram. É por isto que não desisto da blogosfera: há gente (virtual, é certo) a valer a pena. Muito a pena. O meu maior e especial agradecimento. O meu maior e especial beijo e abraço a tod@s. Sem excepção. A vida é assim: um ciclo. Tudo morre. Tudo acaba. E a vida é o máximo exemplo disso. Com o maior agradecimento, Luís Gonçalves Ferreira

Avô das "ricas"

A morte acordou-me, hoje, como há tempos (há longos tempos) - já não me lembrava como era. O meu avô paterno partiu, hoje, aos 24 de Julho de 2010, de madrugada - às 4 da manhã.  O avô - o das "ricas" - era o primeiro Daniel de uma linha de três. Chegava, do Canadá, com doces e, gentilmente, fui crescendo com as "ricas" que o avô trazia. Eram gomas, doces e, no fundo, amor que chegava. E eu recebia. Aliás, nós recebíamos, os quatro irmãos. Não tinha com ele a proximidade que um avô deve ter com um neto, por motivos vários e distâncias normais de quem cresce no seio materno. Apesar de tudo, amor é o nome que tinha por ele. Amor é, incrivelmente, aquilo que nos une às pessoas e pesa no coração quando a sua presença física falha. Não me esqueço que, da outra vez que perdi alguém muito querido, me disseram que o sofrimento, nestas alturas, se divide por três momentos. Mas não é a minha dor que importa. Não é o choro que vale, mas o que foi prestado. E feito. E o que a

Ainda sobre espartilhos

Falei-vos, já, dos moldes: Os espartilhos, os corpetes e crinolinas . Cansa-me seriamente esta meia-existência, tacanha e pobre, amarrada a eles. Não aos meus, pelo menos directamente, mas aos espartilhos dos outros. Aos moldes (pobres, tacanhos, medianos) dos que não conseguem observar futuro para além do que, obviamente, é alvo de certa futurologia do senso-comum. No meio deste barulho de ferros cerebrais perde-se o sentido da pessoa. Ninguém pergunta, antes de julgar, gritar e berrar, o porquê do acontecimento ter acontecido (ou estar a acontecer). A pessoa, nisto tudo, perde-se. No seu magno sentido existencial. Não importa o sentimento próprio, a razão justificativa pessoal ou o mero impulso. Releva, nesta praça pública de tempos sem bruxas, castigar com o jugo dos outros. Outros, caros leitores, que são comparações. E isso, meus amigos, é aquilo com o qual mais me custa viver. Existir assim seria fácil, mas eu prometi-me à vida deste o primeiro dia em que me vi sofrer pelos outro

Chegada temperada

Chegaste de mansinho como quem entra, sem fazer barulho, dentro de uma casa que não te pertence, mas sempre admirou. Descobriste, mal entraste, que era um templo complexo, cheio de portas e falsas saídas. E dúvidas. E inseguranças. Desfizeste o culto e o deus e tudo o que lá se fazia. Mudaste a cor das paredes. Repuseste objectos. Reacendeste certas velas e apagaste outras tantas. Fizeste ver, lá dentro, ao habitante de sempre, que havia maravilhas noutros sítios com outros cultos. A natureza, essa vulgar instabilidade, mostrou-te que os caminhos eram turvos e negros de coisas vãs. Tu sabias. Entraste por isso, mesmo não sabendo o que era, hoje creio. Rezo e oro, dia-a-dia, para que não saias daqui, de dentro, onde decidiste entrar. Não pesemos sentimentos. Não criemos distâncias. Diz-me o que é isso dentro de ti, ao certo. Aliás, não digas. Faz silêncio. O deus - o do amor - diz-me que é simplesmente para mostrar, sempre, que um dia é um traço de um lápis de cera difícil de apagar.  A

Por detrás da nova imagem deste canto

 We must crown our heroes A lógica iluminista, inteligente, simbólica e imperial do Terreiro do Paço sempre me encantou. Significa a profundidade que as peças de arte (de qualquer género) devem conter: um pedaço de História. Estar ali, no meio, virado para o Tejo é um transporte no tempo. Espelha um malogrado destino de um país que, outrora potência, reconstruiu, por infortúnio do tempo, um pedaço medieval, transformou-o em algo novo e apresentou-o ao Mundo. É como se, ali, num pedaço de chão, estivesse a réstia triste de um Império e o movimento hostil de um país que cresceu, ano após ano, século após século, de uma forma atabalhoada, confusa, mas sempre com uma imagem exterior límpida, renovada. Foi isso que guiou Dom João V, Dom José e o seu Marquês, a I República e a sua incursão na Guerra, Salazar e a sua exposição em 1940, a Expo 98', o Europeu de Futebol e que guia o TGV. São imagens que nos guiam como povo. Não interessa se se morre de fome para além de Lisboa. Não importa

Dedico-te

I would like to say... I can not imagine my life without you. Nor can I imagine my future without you and I sometimes even question how I survived without you before you. I will forever passionately only serve you. I love you. Lady GaGa no ShowStudio.com, sobre os seus fãs.

A ginástica do coração

O poeta não tem que sentir para escrever sobre. O poeta, como mestrou Pessoa, é um fingidor que finge completamente a dor que deveras sente . E isso é a mais profunda constatação. Um poeta, caros leitores, não tem que ter tudo à flor da pele para abordar as coisas.  Isso é coisa dos fracos que, como os bebés, precisam das coisas ao pé para saberem que existem. Um poeta, apesar de poder não estar a viver ali, naquele momento, tem que conhecer, mesmo noutros contextos ou contado por outras pessoas. A dor, que é o grande auxílio de quem escreve, é-nos trazida não só pelas nossas mãos, mas simultaneamente pelos olhos e apertos de peito que os outros nos transmitem, quotidianamente. A dor - a humana e poética inspiração - comove.  A dor é marketing. Difícil é fazer rir um coitado que paira nas ruas da amargura e fazer despertar a mais básica situação de se ser feliz. Nos dias de hoje, ser feliz é regra e a excepção é a tristeza. Excepção que, por pobreza de espírito, se transforma em sub-re

Carta Aberta III

Não sei quem controla isto tudo. Não sei. Mas queria pedir, senhor que estabelece a ordem de afazeres, para teres mais calma. Muita mais calma. Respira fundo e lembra-te que sou só um. Não consigo fazer tudo em simultâneo. Estás-me a cansar. Muito. E isso não é bom, porque deixo de ser óptimo em vários quadrantes que me solicitas soluções. Mais, sinto-me a ficar com ar. Estou numa gaiola. E não é justo.  Estou a ficar sem ar, senhor. E já só consigo respirar lentamente.  Luís Gonçalves Ferreira

Carta Aberta II

Deus, queria pedir-te uma coisa, mas não posso falar muito alto. Queria pedir-te uma coisa, mas não sei por onde começar... Deixei de rezar todas as noites. Deixei de ir ter contigo à tua casa, Deus. Acho que te abandonei, lá longe, no dia em que a racionalidade tomou conta dos meus braços, dos meus olhos e dos meus ouvidos. Deus, não digo que crer em ti seja irracional. Não. Não é isso. Existem coisas, porém, que nos fazem repensar a tua concreta existência. Mas eu sinto-te, sabes, Deus. Eu sei. Eu sinto. Podes não ser velho nem ter barbas brancas. Podes ter uma forma qualquer ou ser  um Ser sem forma. Podes ser todos os que conheço ou nada que eu já vi. Mas és. Alguma coisa. Eu sinto-te. Aqui. No meio. A acompanhar isto tudo. Os tolos dos homens deixam os filhos escrevem cartas ao Pai Natal, mas não querem que te escreva. Mesmo assim, fi-lo. E fá-lo-ei sempre. Eu sei que isto é tudo obra tua para me ensinares alguma coisa.    Deus, posso-te, agora, pedir o que me trouxe aqui?  Poss

Ao que isto chegou

Eu juro que queria estar mais presente. Eu juro que gostaria de voltar em força, como dantes. Eu juro... mas estou sem forças. Completamente. Perante isso, peço-vos compreensão. E deixo-vos carinho. Nestas palavras. Obrigado por tudo, especialmente pela presença. É óptimo ter esta caixa de mensagens sempre à mão e tanta gente amiga para dar aquela força.  Um enorme cumprimento (terno), Luís Gonçalves Ferreira

Trita mil entradas

Com a barafunda que anda a minha vida (e consequentemente a minha vida) (só) reparei agora que ultrapassamos a barreira das 30.000 visitas, minha gente. Obrigado! Muito obrigado! Para um blogue pessoal, cheio de mesmices pessoais, que está cá há um ano e meio, não está nada mau. T em sido um prazer fazer a caminhada com todos vocês. Os números claro que importam, deixemos de ser cínicos. Eu escrevo publicamente, para gente. Pessoas que são únicas e que fazem desta blogosfera um lugar melhor.  Com um enorme beijo e um gigante abraço de agradecimento, (o que já esteve mais presente) Luís Gonçalves Ferreira