A morte acordou-me, hoje, como há tempos (há longos tempos) - já não me lembrava como era. O meu avô paterno partiu, hoje, aos 24 de Julho de 2010, de madrugada - às 4 da manhã.
O avô - o das "ricas" - era o primeiro Daniel de uma linha de três. Chegava, do Canadá, com doces e, gentilmente, fui crescendo com as "ricas" que o avô trazia. Eram gomas, doces e, no fundo, amor que chegava. E eu recebia. Aliás, nós recebíamos, os quatro irmãos.
Não tinha com ele a proximidade que um avô deve ter com um neto, por motivos vários e distâncias normais de quem cresce no seio materno. Apesar de tudo, amor é o nome que tinha por ele. Amor é, incrivelmente, aquilo que nos une às pessoas e pesa no coração quando a sua presença física falha. Não me esqueço que, da outra vez que perdi alguém muito querido, me disseram que o sofrimento, nestas alturas, se divide por três momentos. Mas não é a minha dor que importa. Não é o choro que vale, mas o que foi prestado. E feito. E o que aconteceu.
É uma memória farta que fica e é o meu avô saudável, forte e rijo que quero lembrar, apesar da doença repentina que se apoderou dele, nos últimos tempos. A minha cobardia interior - e o medo da morte que ainda cultivo - evitaram que fizesse mais. Não sei se, mais uma vezes, vou aguentar com o fardo da culpa de uma ausência que sempre fica. E não consigo escrever mais, porque o rosto, húmido, já não deixa.
Fica a saudade. A incrível e pesada saudade que é um fardo. Que come e consome nas poucas horas que já passaram desde que o senti vivo pela última vez. E que me faz chorar.
Até sempre, vovô das "ricas". Até sempre.
Um beijo do teu neto,
Luís Gonçalves Ferreira
Lamento..força *
ResponderEliminarQue palavras mais belas e tão verdadeiras, custa muito perder alguém seja uma pessoa extremamente chegada ou não.
ResponderEliminarBeijinho *
Muita força, Luis..
ResponderEliminarBeijinho grande*
Força! E um grande, grande beijinho!
ResponderEliminarForça ja eu sei que tu tens apesar do que tu as vezes achas, es muito mas muito forte. Peço-te é que a guardes ai bem no coração e que dessas lagrimas faças força em dobro. Lembra-te disto: O bom de amar é que podemos amar para sempre, aqui dentro. Nada nem ninguém nos arranca isso.
ResponderEliminarEstou aqui, coisa que já sabes. E te garanto que podes sentir*
Beijino, hoje ainda maior, da Francisca.
É sempre dificil perder alguém... Eu acredito que ele estará a guardar-vos, com o amor de que falas.
ResponderEliminarDavid
Um grande abraço e muita força amigo, conta comigo para o que for preciso!
ResponderEliminarMénon.
A morte desafia a compreensão e não existem palavras que consolem um coração que se encontra em luto.
ResponderEliminarAs mais sinceras condolências.
Força.
Marta Marques
Perdi o meu avô paterno cedo de mais, como tu.
ResponderEliminarAinda hoje, dezasseis anos volvidos, lhe sinto a falta.
Um beijo muito grande.