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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2011

Reinado mental: demente

Toquem os sinos a defunto. Toquem. Resvalem os corpos à vala. E apetece-me compor mordacidades ao teu lado. É o sangue do nosso amor a destilar-me os recantos dos olhos. GRITO! Fere-me o sangue de ti. O peito de ti. Resvala. Resvala para a vala moribunda de ti. PAUSA! Shiu , pede o tempo. Ele não manda. Ele não comanda. A morte é mais poderosa. Põe e dispõe do corpo... como peças frias de um xadrez podre.  AhAh . Pausa. Gargalha a bruxa do canto do cemitério. Pobre alma. Instância enferma. Rosto de morte. Pausa. GRITO! Tropas de espíritos em linhas curvas. É uma visão. Pura visão. Visão de um país falido, esquecido. Espíritos ao recanto. Vem Pessoa. Nada de Quinto Império nas pérolas dos seus anéis de poemas. INFELIZ , grita o Rei. Pensava ser poderoso. Nada de nada. Pessoa morreu. Todos os génios morrem. PAUSA! Silêncio , pede o Grito. O tempo roubou-lhe o lugar. Movimento. Barafunda. Confusão. Ah-ah-ah . Ri a Princesa. De copas. Putas copas. A pureza das palavras. Das fei

Beijo

Não posso deixar que te leve O castigo da ausência, Vou ficar a esperar E vais ver-me lutar Para que esse mar não nos vença. Não posso pensar que esta noite Adormeço sozinho, Vou ficar a escrever, E talvez vá vencer O teu longo caminho. Quero que saibas Que sem ti não há lua, Nem as árvores crescem, Ou as mãos amanhecem Entre as sombras da rua. Leva os meus braços, Esconde-te em mim, Que a dor do silêncio Contigo eu venço Num beijo assim. Não posso deixar de sentir-te Na memória das mãos, Vou ficar a despir-te, E talvez ouça rir-te Nas paredes, no chão. Não posso mentir que as lágrimas São saudades do beijo, Vou ficar mais despido Que um corpo vencido, Perdido em desejo. Quero que saibas Que sem ti não há lua, Nem as árvores crescem, Ou as mãos amanhecem Entre as sombras da rua. Beijo - Pedro Abrunhosa

Balada de Gisberta

Perdi-me do nome, Hoje podes chamar-me de tua , Dancei em palácios, Hoje danço na rua. Vesti-me de sonhos, Hoje visto as bermas da estrada, De que serve voltar Quando se volta para o nada. Eu não sei se um Anjo me chama, Eu não sei dos mil homens na cama E o céu não pode esperar. Eu não sei se a noite me leva, Eu não ouço o meu grito na treva, O fim quer me buscar. Sambei na avenida, No escuro fui porta-estandarte, Apagaram-se as luzes, É o futuro que parte. Escrevi o desejo, Corações que já esqueci, Com sedas matei E com ferros morri. Eu não sei se um Anjo me chama, Eu não sei dos mil homens na cama E o céu não pode esperar. Eu não sei se a noite me leva, Eu não ouço o meu grito na treva, E o fim quer me buscar . Trouxe pouco, Levo menos, A distância até ao fundo é tão pequena, No fundo, é tão pequena, A queda. E o amor é tão longe, O amor é tão longe O amor é tão longe O amor é tão longe .   Balada de Gisberta , Pedro Abrunhosa, adaptado para M

Amar-te seria pouco se, aos poucos, deixasse de o fazer.

Amar-te seria pouco se, aos poucos, deixasse de o fazer. Querer-te seria pouco, se, de repente, o corpo fugisse nas nuvens dos sonhos que me colam a ti. Estimar-te seria pouco, meu bem, se, daqui a nada, já não aqui estivesse para o fazer.  É sempre o melhor que desejo. Para mim como para os outros, porque os outros são parte de mim. A vida é um cortejo de comportamentos egoístas mais ou menos benevolentes. Sinceramente, é esse o encantamento deste jardim existencial. Não é o melhor colado à noção de perfeição, mas o da maximização do sentir... do estar. É uma dádiva imensa, em portefólios de memórias, que, para sempre, nos reconfortam o ego. O ego, meu amor sobrevive dos bons sentimentos que me proporcionas. Mas o ego não me liga ao centrismo que ele costuma ter. Transporta-me, somente, para a necessidade de me munir dos melhores para ser feliz. E tu, sinceramente, és o melhor sucesso que a minha vida conheceu nos últimos tempos. Há pessoas nos marcam os passos e as memórias e que nos