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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2016

Perda e encontro no Templo

Tinha doze anos quando me perdi de casa e fui ter ao templo. Tinha saído para brincar, lembrando os tempos em que, com o meu primo João, na porta de casa, brindavamos o mundo com os nossos sorrisos de meninos. A minha mãe, naquele tempo, cozinhava para Isabel, sua prima, pois, cansada e velha, tinha perdido a visão e a capacidade para cuidar dos desígnios da casa. Pelos entremeios, entre as refeições e os trabalhos de fiação, a minha mãe contava-nos histórias sobre os Profetas do povo de deus. Eram tempos felizes, apesar de, pouco tempo depois, Isabel ter morrido nos braços da minha mãe (os mesmos que mais tarde viriam a suportar o peso do meu corpo morto). João, depois de uns tempos passados em nossa casa, partiu para o deserto. A minha mãe explicara-me, uma noite, que o meu primo era um precursor  e, como tal, fazia coisas que só aos olhos de Deus são explicáveis. Encontrei-me com um velho, enquanto brincava: vestia-se de preto e ostentava um nobre ceptro alto, parecido com o dos

Chuva de Primavera

Eis-nos chegados ao fim de um ciclo. Hoje acontece um dia triplamente especial: a última das minhas irmãs casa-se; o papá celebra o aniversário; e, amanhã, acordará, com o primeiro de maio, o dia de todas as mães do mundo. Por isso, hoje gostava de celebrar, convosco, a nossa família. O catálogo magnífico de valores que fazem deste dia e destas palavras possíveis moldaram-se numa educação atenciosa ao outro e preocupada com uma vida sobre bons princípios seguindo a moral cristã. Falar da mãe ou do pai nem sempre é fácil, porque rapidamente as lágrimas nos embaciam os olhos e a voz treme por dentro. O pai e a mãe são as unidades mais profundas de amor autêntico: é deles que retiramos as formas dos outros amores e é por eles que aprendemos a amar todas as outras pessoas que connosco se cruzam. Como se estas fossem as fórmulas matemáticas que rapidamente calculamos a cada encontro que nos acontece.  Permitimo-nos a ser felizes sabendo que existe um porto-de-abrigo ao qual podemos