O amor é morto.
A esperança é morta.
A fé é morta.
A caridade é morta.
A prudência é morta.
A gratidão é morta.
A fortaleza é morta.
A paixão é morta.
A temperança é morta.
A alma é morta.
A vida é morta.
Calou-se a vida,
Porque lhe sepultaram o corpo.
Apagou-se a chama,
Porque a terra lhe cortou o ar.
Estupidificou-se a existência,
Porque se lhe cortaram as vísceras.
Perpetuamente,
Ser sem jamais poder ser.
Definitivamente,
Um mero ensaio sem pausa, nem refrão.
Paulatinamente,
Corpo que se espelha em imagens com apagão.
Sem alma,
A vida é morta.
Toquem os sinos a defunto,
Quando a vida se transformar em nada,
Em simples corpo sem alma,
Sem Existência nem Vivência
Nem a Consciência
Que nem viver se sabe viver.
A vida é morta
Quando tudo apodrece,
De dentro para fora e
De fora para dentro, e,
Depois, enterra-se, morta.
Não há forças para Renascer.
A vida é morta quando
A existência e a felicidade
E a caracterização e o sorriso
E o humor e a tristeza
Estiverem amarrados a um cubículo qualquer.
A vida é morta.
Primeiro em pé.
A seguir no chão. Depois,
Em Rigor Mortis.
Toquem os sinos a defunto!
Há milhões de vidas mortas!
Luís Gonçalves Ferreira
1-Set.-2009
A fé é morta.
A caridade é morta.
A prudência é morta.
A gratidão é morta.
A fortaleza é morta.
A paixão é morta.
A temperança é morta.
A alma é morta.
A vida é morta.
Calou-se a vida,
Porque lhe sepultaram o corpo.
Apagou-se a chama,
Porque a terra lhe cortou o ar.
Estupidificou-se a existência,
Porque se lhe cortaram as vísceras.
Perpetuamente,
Ser sem jamais poder ser.
Definitivamente,
Um mero ensaio sem pausa, nem refrão.
Paulatinamente,
Corpo que se espelha em imagens com apagão.
Sem alma,
A vida é morta.
Toquem os sinos a defunto,
Quando a vida se transformar em nada,
Em simples corpo sem alma,
Sem Existência nem Vivência
Nem a Consciência
Que nem viver se sabe viver.
A vida é morta
Quando tudo apodrece,
De dentro para fora e
De fora para dentro, e,
Depois, enterra-se, morta.
Não há forças para Renascer.
A vida é morta quando
A existência e a felicidade
E a caracterização e o sorriso
E o humor e a tristeza
Estiverem amarrados a um cubículo qualquer.
A vida é morta.
Primeiro em pé.
A seguir no chão. Depois,
Em Rigor Mortis.
Toquem os sinos a defunto!
Há milhões de vidas mortas!
Luís Gonçalves Ferreira
1-Set.-2009
Republico por que me apetece. Republico por que acho que este é o meu melhor poema até hoje. Republico porque tenho público novo desde Setembro que pode, perfeitamente, nunca o ter lido. E republico por que tenho saudades de voltar a escrever poesia e da inspiração e disposição que tinha para tal.
Hão-de dizer: Isto não rima. E eu direi, como quem não quer a crítica, que: não rima mas é verdade. Eu também não rimo e às vezes desafino. E mais nada.
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
Está excepcional.
ResponderEliminarFazes das palavras, magia!
Um beijo!
Obrigada. Eu não o tinha lido :)
ResponderEliminar"Calou-se a vida,
ResponderEliminarPorque lhe sepultaram o corpo.
Apagou-se a chama,
Porque a terra lhe cortou o ar."
E, no fim disto tudo,
"Toquem os sinos a defunto!"
porque
"Há milhões de vidas mortas!"
Só assim já ficava sublime.
Abração
És poeta!!!
ResponderEliminarFortes tuas palavras!
Mas me diz, não estava nos teus melhores dias quando escreveste este poema, ou estava?
Desculpe se estou sendo indelicada ao te perguntar isso.
Mas quando escrevo, sinto o pulsar das palavras querendo mostrar através da escrita, o que está dentro de mim.
Não sei se isso acontece com você, penso que sim.
Beijo, Luís!
Luís, sabe o que gosto de fazer? Tentar imaginar o que se passava com aquele que escreveu naquele exato momento. E fico eu, aqui a pensar, o que se passava com você. É, sem dúvida, uma excelente reflexão, intensa, eu diria até, revolta, sobre vida e morte. Nem precisamos sentir o coração parar para morrer, não é verdade?
ResponderEliminarFantástico!
Abraços, meu caro.