Hoje, aos 20 de Janeiro, dia de São Sebastião, faz anos que a minha avó materna faleceu. Foi um sofrimento imenso, atroz, que nenhuma criança merece passar, nem sequer os adultos que lhe cultivaram a despedida naquele dia de Inverno.
Ela foi (e é) a minha segunda mãe. Ensinou-me a caminhar, a sorrir, a ser quem sou e quem serei. Hoje, passados cinco anos, sei que não a associo a um caixão nem a um dia triste. Hoje ela é uma enorme Luz dentro de mim, como quem me encoraja a seguir em frente. Choro e continuarei a chorar por si, principalmente à noite. É um sinal que me faz falta e que está longe corporalmente. Contudo, sei que já não é isso o mais importante.
Amanhã, irei orar por ti, porque a mansão celeste merece a tua presença. Aliás, deixei de acreditar no Inferno desde que tu morreste. Não quero crer que uma pessoa boa como tu esteja a ser julgada num purgatório qualquer. Não quero crer nessa injustiça de Deus perante uma alma carregada de humanidade, que nunca privou os outros das melhores coisas, sacrificando-se tantas vezes.
Avó, onde quer que estejas, dou-te um imenso beijo. Tão grande como a distância física que nos separa, tão forte como o sentimento que nos une, e tão imenso como o futuro que nunca me fará esquecer o teu rosto.
Avó, onde quer que estejas, dou-te um imenso beijo. Tão grande como a distância física que nos separa, tão forte como o sentimento que nos une, e tão imenso como o futuro que nunca me fará esquecer o teu rosto.
Luís Gonçalves Ferreira
Gostei muito de ler esta publicação:)
ResponderEliminarbjinho(juliA)
Lindas palavras, mas confesso que preferia não as ler. Preferia que sua querida avó esteve ai, ao seu lado, e não houvesse de sentir esta ausênsia corpórea. Infelizmente, todos passamos e passaremos por isso, e nos resta encarar como você, que sabiamente entendeu que ela está bem, onde quer que esteja, que sendo a pessoa maravilhosa que me pareceu ser, só pode estar em um lugar tranquilo e acolhedor, e mais, mesmo estando neste lugar ela, também, está contigo.
ResponderEliminarDeixo meu abraço de conforto, caro Luís.
Dos avós que já foram, restam memórias das vivÊncias que nos proporcionaram.
ResponderEliminarAos que ainda vivem, demos-lhes a certeza que gostamos deles enquanto cá andam.
A morte dos outros é uma dor sem fim.
Ô meu amigo... Que coisa mais linda! Que gracioso tudo isso que escreveu, veio da alma cheia de saudade. Tua avó jamais deixou de estar contigo. Alma boa, cheia de luz... assim, são os bons, já estão do lado de Deus... Avós são símbolos de amor, pois são mães duas vezes. Bençãos de Deus. Gostaria muito de de dar um abraço bem apertado e dizer coisas que o confortasse, mas, deixo aqui o que posso de todo o meu coração. Ore meu amigo, sempre.
ResponderEliminarUm abraço enormeeeeeeeeeee!
Sei bem o que é perder alguém que amamos dessa forma. E por saber é que te digo que fazes mesmo muito bem ao associá-la a todos os momentos felizes que passaste a seu lado, e não ao momento da partida, perda e dor.
ResponderEliminarEu confesso não ser crente em Deus, nem em nenhuma religião em especial. A minha crença baseia-se somente no Amor e em tudo o que é natural... e sendo que as tuas palavras reflectem tanto amor pela tua avó, então tenho a certeza absoluta que ela nunca partiu, mas sim ficou alojada num recanto do teu coração, quentinha. E assim ficará, para sempre.
Sabes... as pessoas só partem de vez e para sempre quando nos esquecemos delas.
:)
Onde há dor, o chão é sagrado, dizia Oscar Wilde.
ResponderEliminarSão momentos indizíveis de alma que as palavras atraiçoam e impedem. Só o silêncio na interioridade do ser que amamos ainda que fisicamente desaparecido, pode mitigar a dor, porque nessa interiridade a tua avó vive sempre... Contigo.
«Hoje ela é uma enorme Luz dentro de mim, como quem me encoraja a seguir em frente. Choro e continuarei a chorar por si, principalmente à noite. É um sinal que me faz falta e que está longe corporalmente» Se este texto estivesse no masculino, pensaria que teria sido eu a escreve-lo para ele.
ResponderEliminarQuem é amado, nunca morre. *
A minha avó materna também morreu. Eu não cheguei a conhece-la. Também a tenho como uma luz. Não como um cadáver dentro de um caixão, como disseste. São poucas as vezes que vou ao cemitério visitá-la. Eu sei que ela não está lá. Eu gosto de falar com ela, porque eu sei que ela me ouve. Esteja eu aqui ou no Brasil. Saber da existência dela, saber que éramos iguais fisica e psicologicamente, saber que é minha avó e que teria por mim um amor como só as avós são capazes de ter, reconforta-me e dá-me o à vontade suficiente para desabafar com ela. Porque sim, eu sei que ela me ouve, mesmo nunca me tendo pegado ao colo, sequer. E é isso que se sente quando temos a ausência física de alguém que nos é muito. Eu sei que também sabes disso. *
ResponderEliminarOntem fui à missa pela tua querida e amável avó. Sempre que olho para a minha avó lembro-me da tua. Porque se há irmãs que se amam são elas; se há irmãs parecidas fisicamente para mim são elas; e se há irmãs tão humanas e dadas aos outros são sem margem de dúvida elas.
ResponderEliminarRecordo-me tão bem do dia em que a "Tia Júlia" partiu fisicamente. Da força que tive de dar à minha avó e à minha mãe (que defendia a sua tese nesse mesmo dia. Não esquecerei jamais esse dia e todos os sorrisos que tive oportunidade de ver na tua avó. Vejo-os sempre que olho para a minha avó, como já disse.
(e as lágrimas já não me deixam escrever mais. invade-me o medo de perder quem amo)
Um grande beijo para ti querido primo...
Lu