Por momentos - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me achares. Estarei noutra terra, com outro amor, num mundo paralelo onde não saberei esperar mais. Não desistas de me encontrar. Não me digas falsas-verdades. Não me elogies gratuitamente. Não me mintas, por favor. É tudo o que te peço, porque é tudo que o amor exige do outro.
Luís Gonçalves Ferreira
ui, aí está uma faceta tua que desconhecia!
ResponderEliminarbelo texto que aí tens, tens de começar a pensar seriamente em tornar este teu amor pela escrita em algo mais sério do que um simples blog...
adoro a forma como escreves, Luís. sem mais nada a dizer
ResponderEliminarbeijo *
Uau, uau, uau :)
ResponderEliminarUma das "raras" vezes em que Luís afectivo se despe do racional (ou talvez não), mas não hipoteca nem enclausura o Luís total, primaziando a vertente da Entrega, do Amor amoroso e não universal, e com isso mostrar que somos sempre raptados pela intensa onda de pujança que mexe com os alicerces e que nada é mais do que... o Amor!
Figurado mas criativo, falas num mundo paralelo, numa espera que não aguentas mais, num "busca-me" antes que me esgote em mim mesmo e possa já nao vir a amar, mas deixas a condição nobre: sem falsos elogios, sem meias verdades, sem mentiras.
É tudo o que pedes, porque "é tudo que o amor exige do outro"
Belo, Luis, belo. Que nao seja de passagem, mas um ensaio para a intensidade que um dia se fará sentir... qual furacão dominador... e simultaneamente suave.
É bom quando deixas o Luis afectivo nao refém do Luis cerebral (nao necessariamente racional, porque esse compreende também o Amor). :)
O teu abraço
Aos poucos, vamos conhecendo um pouco mais de você, e isso é incrível! Não és pontual, querido Luís, não és apenas racional, prático, direto. Há ai muita razão, mas há também muito sentimento, pronto a se mostrar sempre que dão-lhe a deixa.
ResponderEliminarAhh... quero eu que o amor te encontre, Luís! Sinto que veríamos até poemas "docinhos" por aqui... rs.
Abraços, querido amigo!
Todos temos capacidade de amar. Contudo existem vários tipos de amantes tal como existem vários tipos de amor. Alguns amam tanto que se esquecem que são capazes de se amarem a eles próprios, outros amam-se tanto que negam amor aos outros, outros ainda amam em plenitude que a ténue linha que serve de barreira entre o ideal e o excesso e reforçada e há ainda os que amam mesmo sem se darem conta, os que só percebem que são capazes de amar quando estão já arrebatados com um amor imenso.
ResponderEliminarQue ames sempre. Abraço
É tão boa a fase, em que deixamos de pensar em nós e nos dedicamos somente a um amor, ás vezes é bom demais para ser realidade. Mas se tás a passar por uma fase dessas, aproveita, fluí, e saí de ti mesmo nem que seja por instantes. Não penses, aproveita só :)
ResponderEliminarAdorei o teu texto Luís :) *
A todos - Isto é criação literária, pura, não tem qualquer correspondência com a realidade actual. Não, não há amor. Certo é que já houve e vai haver, porque só a experiência nos deixa saber. Quem me segue há mais tempo sabe que sou muito ajuizado para me pôr em xeque por outra pessoa. Sim, sou capaz de amar, por isso escrevo sobre amor, como escrevo sobre tudo. Tento ser completo. E quando se tenta perceber muita coisa pode-se perder a candura de não conhecer coisa alguma. Eu vivo entre a racionalidade e o sentimentalismo em modo q.b. Não quero mudar, porque me sinto bem assim. E nunca, em momento algum, seria capaz de viver uma coisa, numa entrega total, qual estupidez humana, como quem se esquece por outra pessoa. Eu, sempre, em primeiro lugar. Não me quero perder....
ResponderEliminarBeijos e Abraços, a todos. Obrigado por cá estarem.
Está tão bonito. Este texto, com a música de fundo, dá uma atmosfera brilhante.
ResponderEliminarBeijinho Luís.
Luís, confesso que fiquei até receosa de comentar este teu lindo texto!
ResponderEliminarMas depois que li teu comentário, respirei aliviada, porque senti através das tuas palavras que o amor existe p/ você e em você.
Embora ele talvez se torne real em palavras,no sentir, no desejar, creio que de fato ele se tornará real e paupável um dia p/ você, p/ mim e para todos que acreditam que viver sem amor é impossível!
Um abraço de urso!
E parabéns, adorei este ser romântico que está escondido aí dentro de você!
Gosto deste teu outro "eu" que, por vezes deixas emergir. Mesmo que nada tenha que ver com as tuas vivências, com os teus quereres e ideais, saiu de ti, pelo que é teu, és tu.
ResponderEliminarNão o anules, não?!
;)
Beijoooo.
"E nunca, em momento algum, seria capaz de viver uma coisa, numa entrega total, qual estupidez humana, como quem se esquece por outra pessoa. Eu, sempre, em primeiro lugar. Não me quero perder...."
ResponderEliminarNeste ponto somos o oposto :) Eu, ao contrário de ti, preciso de me entregar totalmente, perder-me e reencontrar-me, amar sem limites ou fronteiras, explorar e aprender de todas as formas possíveis e imagináveis. E sim, muitas vezes esqueço-me de mim, mas porque sou parte intrínseca doutra pessoa, e não conseguiria viver a vida doutra forma. No entanto, eu não perco a minha personalidade nem a minha a minha vida, apenas amo puramente e com todo o coração, com todas as minhas forças. O amor puro, sentido e verdadeiro é, para mim, o melhor que algum dia levarei deste mundo :)
De qualquer forma, cada pessoa é um caso, e tu és como és :)
No entanto, e corrige-me se estiver enganada, penso que nunca conheceste alguém que te tenha levado a sentir algo arrebatador, feito deixar tudo para trás, levado a cometer as maiores das loucuras por amor... que realmente valesse a pena por tudo. Eu diria que te sentes seguro em não te entregares completamente a alguém, porque terias medo de não conseguir voltar para trás... ou talvez eu esteja mesmo errada xD
De qualquer forma, e em jeito de resumo... Nunca digas nunca.
Beijinho*
Brid - Estás profundamente e incrivelmente errada. Eu simplesmente não entendo o amor como o resto das pessoas. E sei que sou raro. Mas gosto de ser assim. E não sofro tanto como vocês, que se entregam e dão e sofrem. Não censuro. Não vos condeno. Aconselho. Dizem que sou epicurista, e eu digo que talvez.
ResponderEliminarComo disse, eu sou capaz de amar. E garanto-te, sou mais romântico que muitos outros homens. Só não entendo que o amor seja essa anulação e entrega. Eu quero um amor de respeito, inclusive dos espaços de cada um. Acho incrivelmente redutor o amor de controle. Existes tu, a pessoa que se entrega, e existe um outro que recebe. Recebe tudo e pouco dá. E ninguém se mostra verdadeiramente, porque deixas de ser quem és pelo outro. Inevitavelmente, quando te entregas, anulas-te. É certo como 2+2 serem 4. O problema é que um dos elementos, muitas vezes, anula-se totalmente e o outro é o Alfa, aquele a que o outro se adapta. O que dá tudo fica mal, depois da relação acabar, porque não sabem viver sem aquele vínculo vísceral de pseudo-sobrevivência.
Acho que as pessoas não se entendem e não se amam. Se te respeitasses, a meu ver, não te davas com essas loucura de quem se esquece. Eu acho que só sendo quem sou posso respeitar os outros. Talvez nunca tenha vivido nada de loucamente dependente, porque não sou assim e não me deixaria fazer assim. E pronto. Não gosto que me rotulem de mal-amado, como se eu tivesse esta posição por nunca ter amado. Isso é uma idiotice. Eu se arrisco falar de amor sei do que trata, porque só falo daquilo que experimento. Tenho isso como princípio. Eu tenho um estofo e uma segurança em mim que vejo pouco nos outros. Eu respeito-me e amo-me, primeiro que o amor em relação à amante. Não acho que amor seja essa perda de personalidade. Acho que ter duas palas e olhar para uma coisa só, esquecendo os outros, é ser-se limitado e viver-se a meio gás. A meu ver.
Brit, toda a gente tira a ilação que tu tiraste. Já estou habituado. Mas acredita que não é verdade. É a coisa que tenho para te dizer. Não é verdade. Talvez estejas na presença de uma pessoas que tem a sua própria posição em frente a tudo, TUDO, que experimenta, prova e depois opina. Eu construo as minhas opiniões, não as ofereço. Talvez esteja cada vez mais embutido de um espírito racional que cada vez mais me afasta de um cobarde amor. Mas eu não o quero. Ou sou aceite como sou e aceito a outra pessoas ou não resulta. Aliás, acho muita piada às mulheres que pedem um homem que não as controle, nem ligue a perguntar onde está, e quando apanham um tipo como eu, que não quer satisfações se está aqui ou acolá, se queixam de falta de atenção. :)
Beijo
Eh lá, grande resposta xD Em tamanho e em conteúdo, claro eheh
ResponderEliminarMuito bem, fiquei esclarecida quanto a essa questão :) Espero que não tenhas levado a mal a minha afirmação; eu disse o que disse sabendo à partida que poderia estar errada, já que não te conheço. E estava. Compreendo o que escreveste e aceito. É a tua forma de ver o amor, e é tão válida quanto a minha ou a de qualquer outra pessoa. Penso também que ficaste com uma ideia errada a meu respeito no que toca a este assunto, mas isso só poderia ser totalmente esclarecido ao me conheceres pessoalmente. Explicar-te o que é realmente o amor para mim através dum comentário ou doutra forma escrita não seria muito esclarecedor, acredita. Porém, queria apenas dizer que se eu amo como amo é porque tive certas experiências de vida que me levaram a tal, e eu aceito-me como sou e gosto de ser assim, tal como tu gostas de ser como és. Entregar-se a alguém não significa imediatamente a anulação dum dos seres, apesar de isso acontecer muitas vezes hoje em dia. As pessoas são diferentes, encaram a vida de diversas formas, e é essa diversidade que nos faz aprender e seguir caminhos diferentes. E eu respeito-me, mesmo entregando-me totalmente a alguém. Especialmente porque a pessoa a quem me entrego nunca deixaria que eu me anulasse por ela :)
Penso que somos ambos felizes da forma que escolhemos, e isso é realmente o que importa. De qualquer forma, é sempre bom trocar pontos de vista. Quando nos surge à frente alguém completamente oposto a nós no que toca a um determinado assunto, primeiro há o choque, depois a "discussão" e, finalmente, a aprendizagem. E eu gosto disso.
Beijinho*
Brid - Eu peço desculpa se te pareci ríspido, mas não. Eu só tentei esclarecer uma situação, servindo como um desabafo também. Daí devo-te agradecer por estares aqui para me ouvir. Eu percebi o que disseste e absorvi e fiquei mais rico. :) Agradeço a paciência. Um beijinho :D
ResponderEliminarNão peças desculpa, então! xD Eu desde o início que percebi que eras uma pessoa de opiniões fortes :)
ResponderEliminarSabe sempre bem encontrar alguém nesta imensa rede de blogues com quem se possa trocar pontos de vista e dizer algo mais que comentários pré-fabricados ehehe
Podes desabafar quando quiseres xD Beijinho*