Avançar para o conteúdo principal

Saudade de Ary dos Santos

José Carlos Ary dos Santos, poeta-músico, génio inato, Ser que escreveu um povo nas entre-linhas dos seus versos. Ary dos Santos, autor de sucessos como Cavalo à Solta, Tourada, Desfolhada Portuguesa ou Menina, reanima-se hoje, volvidos 25 anos (e uns meses) da sua morte, pela mão de quatro mulheres. Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviana e Luanda Cozetti, trazem Ary no disco Rua da Saudade.

Numa selecção de 11 temas do vasto legado de Ary dos Santos, Rua da Saudade apresenta nova roupagem de canções singulares como Estrela da Tarde, Retalhos, Cavalo a Solta, entre outras. Um projecto único para se ouvir da primeira à última música, com interpretações que tocam diferentes sonoridades do pop, ao fado, passando pelo jazz e até o ritmo da bossa nova.

Projecto que, de per si, vale a pena e tem significado. Numa Era em que se revivem grandes vultos da música portuguesa, Rua da Saudade entusiasma-me e leva-me, quase de imediato, a adquirir o CD.

Deixo-vos Cavalo à Solta, numa interpretação de Viviane:



Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Pensar mais do que sentir

Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira

Sem parágrafos

Por momentos  - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me acha...