Há uma analogia profundamente surpreendente entre os livros e as pessoas cujos destinos se cruzam com o nosso. Escolhemos um livro, antes de mais, pela capa: o aspecto pictórico que nos chama a atenção. Somos atraímos pela letra, as cores, ou até por uma palavra chamativa exclamada aos nossos olhos. Igual à pessoa que nos chama atenção no meio da rua, do nada. Aproximamos e começamos uma certa sedução de convencimento. O cheiro conta, a par da textura do papel. Vemos a contra-capa: o resumo. Se não conhecemos o autor, perguntamos o nome e até o que faz da vida. As biografias são sempre importantes, nos livros como nas pessoas. Uma página à sorte é aberta para absorver o estilo da escrita; a forma como flui naturalmente; um certo talento que nos conquista. Será o equivalente à linguagem corporal dos humanos ou ao sorriso, para os que, como eu, são por ele fixados. Levar o livro para casa é o acto mais íntimo do processo de se possuir algo. Tudo tem um preço, como nos livros. E tê...