É o saber que tanta coisa se perdeu, no entretanto. Das memórias que plantamos juntos e das certezas que, infinitamente, nunca poderemos reconstruir. É o conhecer dos riscos que corremos, das linhas que traçamos e dos rumos que talhamos. É recordar a tensão, os suores, as respirações e a tangente do prazer e do amor, que loucamente me sepultaram nesta magnífica e poética saudade. É o desespero da falta de contacto, de não perceber os silêncios e nem sequer contar os segundos, porque as horas são tremendamente mais fortes. É o estar perdido, desencontrado, sem rumo. E, mais das vezes, me sentir sozinho, mesmo que tremendamente acompanhado. É como gritar no silêncio sem sequer ter força para dizer um som que os outros percebam. É um sentimento de abandono. De auto-desapego, sem porta de fuga. E é o sentimento de morte e do chorar por dentro 16 horas por dia. Do pedaço que se tirou e nunca mais se colocou. É uma procura vazia e um encontro que não existe, mesmo quando tento respirar, no ...