Depois de celebrar a Páscoa com Tadeu e os outros apóstolos, surgiu-me um súbito desconforto para falar com o meu pai. Desde que criança que seguia os meus instintos e procurava-o onde conseguia e apetecia. Naquele dia, para além de sentir a morte a rodear-me os poros, fui atraído para o Jardim das Oliveiras: local alto de Jerusalém de onde conseguia ver o meu povo. Pelo caminho, voltando pelo redor com Tiago, Pedro e João, lembrei a forma magistral com tinha sido recebido, montado num pequeno animal, por entre gritos e cânticos de glória. Nunca acreditei nos defeitos dos seres humanos, mas, a caminho do horto da paz, lembrei-me do quão ignóbil é amotinação dos outros; ser rei e ser carrasco, em segundos. Procurei uma pedra e ajoelhei-me, perante ela. Sentia o meu fim próximo e procurei o meu pai. Queria entender qual a razão da minha escolha, se existia revés, por onde me deveria encaminhar, como poderia encarar a negação do Pedro - ali, ao largo, já a dormitar - ou a traição de Ju...