Na urdidura do meu livro falo das diferenças conceptuais entre o traje e a da indumentária. Enquanto o primeiro incorpora referências do passado ou recria algo fantasioso e/ou folclórico, o segundo integra-se no fenómeno de moda e contempla elementos de distinção e competição em relação à aparência dos outros; o sujeito interpreta um signo diferente e procura destacar-se pela sua incorporação na imagem que inventa de si. Afinal, a moda, em todos os objetos de consumo, vive do passageiro e do fugaz e é, nesta medida, um importantíssimo documento histórico. Este vídeo* ilustra completamente as profundidades temporais diferentes dos dois conceitos, mas fá-los conviver num mesmo plano artístico e imagético. Esta distinção falta, regularmente, a quem trabalha na etnografia ou na história da moda/roupa/traje e é especialmente grave nestes últimos, porque acrescenta à crítica à fonte e ao sujeito histórico a que se refere No vídeo*, enquanto o corpo se movimenta num sentido de indumentár...