"Reacende-se" o conflito, "regressa à normalidade" (considerando a Guerra coisa normal por aquelas bandas) o conflito, "reaparece" o conflito nas nossas televisões...
A terminologia não é importante. Importante é que o mundo tente perceber a irremediabilidade de um conflito (termo consensual) de cariz religioso. Tentar perceber que ali reside um daqueles problemas cabeludos que com certeza atormentam Ban Khi Mon, Barack Obama, Sarkosy, Angela Merkle, Sócrates (até o grego que deve andar, na cova, em rotação constante), Cristãos convertidos e por converter (católicos praticantes/mistos/excêntricos, protestantes, testemunhas disto ou daquilo, evangélicos, pastores, Papas, líderes casados e/ou imaculados), Islâmicos (palestinianos, árabes, indonésios, ocidentais, orientais, chiitas, sunitas), Budistas, Hindus, pretos, brancos, laranja às pintas ou azuis (porto, turquesa, ciano, petróleo). É um conflito que todos precipitam ao compactuarem com ele.·
Guerras, pressões diplomáticas (por força do poder económico dos judeus), a calamidade do Holocausto, ataques terroristas ao protectorado Britânico da Palestina (não por árabes, mas sim por judeus), o Sionismo, a Diáspora, a ânsia pela conquista da Terra Prometida, são as bases do conflito.
A ONU, ensitada quer pelos EUA e pelo RU (potências ocidentais em geral), cria em 1948 o Estado de Israel e nunca mais se viu capacetes azuis por aquelas terras. Israel pensa realizar-se o fim da Diáspora e entusiasma as magnânimas franjas judias (os sionistas) do mundo inteiro. Palestinianos, ou melhor países vizinhos sob a égide da União Soviética, tomam como sua uma luta que não lhe pertence, não reconhecendo o Estado de Israel. A Palestina inflama com um rastilho mínimo. Israel protege o seu território e lança, os tentáculos, à parte árabe da divisão de 1948. Ganha a primeira, a segunda, a terceira e outras tantas guerras Israelo-palestinianas (árabes) e amplia o seu território. Recuos e avanços, contratos, pactos que resolvem os problemas a curtíssimo prazo.
Se os árabes palestinianos usam [e abusam] de pedras, paus, rocket's e da legitimidade mortífera da sua religião, de Intifadas, de políticos com duplas-caras... Israel reduz a economia, a política, a independência administrativa da virtual "Autoridade Palestiniana" com a construção de muros da vergonha, de checkpoint's, de colonatos, com divisões comodistas de território, com o isolamento na Terra do povo sem terra.
ONU, EUA, Liga Árabe, Palestinianos judeus e árabes, UE, Rússia (potências que têm uma quota parte na origem do conflito) não conseguem arranjar forma de criar um estado chamado "Palestina" com bandeira, hino, cultura, território, exércitos, vida política e económica próprias. Que num primeiro momento se ajudasse (não nos moldes americanos de “ajuda”, de defesa do bem e da sanidade do mundo) a que esse estado se auto-afirmasse, se auto-regularizasse, impusesse os seus produtos, porque há, de certeza, lugar para este Estado num mundo tão diversificado e plural como o nosso.
Existem interesses claros por detrás do conflito: ter um enclave do Ocidente, em constante guerra, no meio de um barco a afundar-se (cheiinho de crude, saliente-se) é sempre importante. Este é o conflito que simboliza as mais profundas dicotomias globais: Bem/Mal, Ocidente/Oriente, Desenvolvimento/Sub-desenvolvimento, Príncipios Judaico-Cristãos/Príncipios Islâmicos, Primeiro Mundo/Terceiro Mundo, Democracia/Autocracia... Com choques ideológicos vêm todos os problemas e conveniências da diferença.
Cheira-me que com este reacendimento do conflito (com o "maior dos ataques [recentes] de Israel à Faixa de Gaza), as carteiras globais vão esvaziar. Como em 1973, e nos demais choques pretolíferos, a base da estagnação este ali, no petróleo e nos países-membros da OPEP. No tempo em que o barril de petróleo anda nos valores mais baixos dos últimos anos, calha que nem ginjas um conflito a envolver os Barões dos petróleo. Ah! E sem falar da indústria e investigação tecnológica bélica.
Esquecem-se é que por aquelas bandas (e por tantas outras) existem Pessoas (sim com letra Maiúscula mas tratadas abaixo do seu posto) dotadas de Dignidade. Só por serem pessoas merecem o máximo respeito de qualquer ser humano. Ali, em terras da Religião, definham milhões de pessoas em campos de refugiados. Ali, na base remota das civilizações, a ajuda chega a conta gotas, em vidas que o tempo come, à muito, o sossego e a esperança. Ali, em terras de Jericó, já há muito se clama a paz e ela nunca chega. Ali, pelas bandas de Nazaré e da Samaria, às crianças é-lhe arrancado o direito de sonhar.
Nas guerras, a pessoa, o sonhos e o sorriso, são o que menos importa. A morte de, civis inocentes, é mero "dano colateral" de investidas contra alvos "particulares". Fraseando o pestilento (perdoem-me o admiradores) Estaline: Uma morte é uma tragédia, um milhão é apenas uma estatística.
A morte! Essa entra-nos pelas casas a dentro, sem pedir licença. Desfila sem máscaras venezianas. Já nem se esconde nos rocambolescos quadros surrealistas.
O coração, ferido de dor e embalsamado pelo egoísta verbo "sofrer", prefere já nem ligar.
Hasta,
Luís Gonçalves Ferreira
P.S.: Esta temática é extremamente complexa. Por que este é um local de partilha de conhecimento, deixo aqui um trabalho académico sobre o assunto. Teve classificação "muito bom" por isso podem confiar.
Ah...eu lembro-me desse trabalho!
ResponderEliminarComo tu tens razão... não consigo perceber muito bem estas questões, pq nunca fui capaz de entender essa grande difernça que há entre o Bem e o Mal, por ser tão ténue a linha que os spara!
enfim, são coisas que me preocupam, mas que infelizmente acho nunca assistir à sua resolução!
:D
ah...esqueci d dizer que aquela do "..ou azuis..." era escusada!
ResponderEliminar:DD
É muito raro ver alguém da tua idade raciocinar com esta lucidez.
ResponderEliminarOs meus (humildes) parabéns!
Beijo!