Avançar para o conteúdo principal

Quase a pôr a beiça em 2009

Nos preparativos (emocionais, físicos - os antigripine é que são bons, psiquicos, e sei lá mais a que níveis) para o novo ano.
As previsões dizem que vai ser excepcional para Sagitário. Estou para ver... Se for como 2008 estou grego, turco, índio americano, indiano (mesmo Hindu), mal empacotado, lixado e embalsamado.
Os balanços de 2008 já são mais que muitos, e esta coisa de andar a fazer projecções e a desejar coisas à miss Universo é uma valente treta. Nada se parece realizar. Se se realiza este bicho insatisfeito acha que nunca nada basta, e já nem se lembra.
As coisas parvas (de banais, as tais à "miss Universo") como saúde, paz, dinheiro, amor e outros sentimentalismos parecem nunca se realizarem porque, temos sempre tudo isso para dar e vender. A minha rede, no alto da cadeira do último segundo do 31 de Dezembro, cai sempre para essas passas coloridas e desidratadas de tanto serem cobiçadas (e desdenhadas, já agora).
De pé direito, a tropeçar no esquerdo, às cavalitas dos velhos, a partir cadeiras, a beber, a chorar, a sorrir, a cantar (9, 8, 7...), em família, com amigos, de cuecas e camisola azuis, de roupa nova... Entra-se no novo ano de quinhentas maneiras e o ser humano ainda não arranjou a suprestição certa a quem atribuir as culpas do seu sucesso.
A minha, começo a achar, é mesmo entrar sempre da mesma maneira. Às vezes corre bem outras não.
No alto, amarrado à flute (à flauta, como a Maria Delfina e Denise de Magalhães dizem) de champagne (fiel às origens do dito cujo), com doze (e doces) passas (horríveis, sequinhas como virótes) na mão, a contar em decrescendo (se a palavra não existir estão perante um novo FP e JS), a sepultar o velho e a levantar o novo.
Mais que nada esta coisa de passagem de Ano é um mito. Lá está, este ser humano agarra-se sempre às coisas mais surreais. Este ano a novidade é termos mesmo de introduzir um segundo do tal decrescendo.

Hoje, como não tinha nada para escrever de pretinente, e como aindei por aí (a cuscar certos e determinados blog's, que ninguém me ralhe por favor :D), surgiu (por analogia saliente-se) este tema.
Cheira-me que este post deveria ter acontecido em fase post mortem do ano. Mas, enfim, sou muito influenciável.

Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

  1. Como sabes (ou devias saber) sou um bocado dada a essas coisas...

    12 uvas (pq não gosto de passas a solo, e as uvas fazem o mesmo efeito), partir o prato, bater com as panelas, beber o belo do champagne, ver o fogo, rir, abraçar, passar os 1os minutos do ano agarrada ao telemovel a desejar tudo de bom aos meus amores,o belo do karaoke familiar, e uns quantos amigos para fazer farra até às 500!

    :DDD

    Já agora, que 2009 traga tudo de bom, tu mereces!


    Beijo!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!

Mensagens populares deste blogue

Aceitação do Prémio Lusitania História – História de Portugal Academia Portuguesa da História

Senhora Presidente da Academia Portuguesa da História, Professora Doutora Manuela Mendonça,  Senhores Membros do Conselho Académico, Senhoras e Senhores Académicos,  Senhor Dr. António Carlos Carvalho, representante da Lusitania Seguros, S.A., Ilustres Doadores,  Senhoras e Senhores,  Vestidos de Caridade, Vestidos de Fé, Vestidos de Serviço, Vestidos de Pátria.  São vários os nomes que podem ter os vestidos que, ao longo da História, foram oferecidos de ricos para os pobres, dos homens e mulheres para os deuses, dos senhores para os seus criados e criadas, de um país ou reino para o seu povo, do ser que não se é para o que se quer ser. Em todos eles há pedido, necessidade, dádiva, hierarquia e crepúsculo. A minha avó Júlia, costureira de ofício e filha de um armador de caixões, fez durante décadas roupas de “anjinho” que alugava nas festas e romarias do Minho. Miguel Torga, num de “Os Contos da Montanha”, referiu que nem o Coelho nem outro qualquer da aldeia o ...

Quietude

Tenho saudades de quando, no calor do tempo, caminhávamos de mãos dadas. Tenho saudades de sentir que as nossas almas eram uma só e que, mesmo por tornado, o castelo ficaria intacto. Lembro-me de como sorria a olhar para ti. Era genuína a forma de te contemplar. Hoje a ferida está aberta por de mais. Tudo me deixa triste, porque a margem de erro diminuiu de tanto ser usada (e abusada). Hoje são como farpas que entram na pele e ferem ainda mais. Não sei até que ponto isto continua viável. Como se a amizade se pudesse avaliar assim... Está tudo fora do sítio e, eu, quieto, continuo à tua espera. Luís Gonçalves Ferreira

Carta IV

Avó, como estás? Noutro dia, como sempre, fui ver-te ao local onde está a tua fotografia e umas frases iguais a tantas outras. Eram vermelhas, as tuas flores. Estava tudo bonito e arrumado. A tua nova casa, como sempre, estava tão fria. O dia está sempre frio quando te vou visitar lá, já reparaste? Espero que no céu seja tudo mais ameno e menos chuvoso. Tu merecias viver mais tempo, porque eras calma, serena e um porto seguro. Queria voltar a ser menino e ter-te novamente e dar-te tudo o que merecias de mim. Era muito pequeno para perceber como merecias mais carinho... Tenho saudades tuas, avó. Do teu colo. Do teu carinho. Da tua protecção e de quando ias comigo passear, à terça-feira. Fomos dois companheiros muito fortes, não fomos? Deixaste-me de responder... Não te oiço. Mas sinto-te. Sinto muito a tua falta, onde quer que estejas.  Tenho muitas saudades tuas. Muitas mesmo.  Até logo, nos sonhos, avó. É só lá que me consigo encontrar contigo e abraçar-te docemente. Luís...