Para que se tire as medidas à evolução do nosso Portugal.
Quem faz um filho fá-lo por gosto naquela terra onde o sol queimava e o tempo beijava. Era, apenas, uma casca de noz desamparada, uma lonjura, mas havia amor em cada espiga desfolhada.
E porque me falta tempo,
Quem faz um filho fá-lo por gosto naquela terra onde o sol queimava e o tempo beijava. Era, apenas, uma casca de noz desamparada, uma lonjura, mas havia amor em cada espiga desfolhada.
E porque me falta tempo,
DESFOLHADA PORTUGUESA
Simone de Oliveira, 1969
Letra de Ary dos Santos
Corpo de linho, lábios de mosto
Meu corpo lindo, meu fogo posto.
Eira de milho, luar de Agosto
Quem faz um filho, fá-lo por gosto.
É milho-rei, milho vermelho
Cravo de carne, bago de amor.
Filho de um rei, que sendo velho
Volta a nascer, quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde
Meu céu azul tocando a serra.
Ó minha água e minha sede
Ó mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro, é além Tejo
O meu país neste momento.
O sol o queima, o vento o beija
Seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.
Olhos de amêndoa, cisterna escura
Onde se alpendra, a desventura.
Moira escondida, moira encantada
Lenda perdida, lenda encontrada.
Ó minha terra, minha aventura
Casca de noz desamparada.
Ó minha terra minha lonjura
Por mim perdida, por mim achada.
Simone de Oliveira, 1969
Letra de Ary dos Santos
Corpo de linho, lábios de mosto
Meu corpo lindo, meu fogo posto.
Eira de milho, luar de Agosto
Quem faz um filho, fá-lo por gosto.
É milho-rei, milho vermelho
Cravo de carne, bago de amor.
Filho de um rei, que sendo velho
Volta a nascer, quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde
Meu céu azul tocando a serra.
Ó minha água e minha sede
Ó mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro, é além Tejo
O meu país neste momento.
O sol o queima, o vento o beija
Seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.
Olhos de amêndoa, cisterna escura
Onde se alpendra, a desventura.
Moira escondida, moira encantada
Lenda perdida, lenda encontrada.
Ó minha terra, minha aventura
Casca de noz desamparada.
Ó minha terra minha lonjura
Por mim perdida, por mim achada.
A forma sublime com que Ary dos Santos mostrava os "podres" da sociedade parece-me intemporal!
ResponderEliminar"mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", mas o resto continua à vista de todos...
e porque não é só a ti que falta o tempo...
Beijinho!
No próximo domingo, passam 25 anos sobre a morte do Ary dos Santos.
ResponderEliminarEra um pensador, um inquieto, um homem de uma coragem assombrosa, quase visionária. E se a isso juntarmos a aparente facilidade com que brincava com as palavras, temos um génio. Que ele foi!
Obrigada por me sossegares: a tua geração conhece-o. isso é fantástico.
ainda falamos nesta musica no outro dia a conta do meu exame de geo..lol
ResponderEliminarvai estudar filosofia