Todos morrem.
Olha em teu redor e reflecte sobre a fatalidade de tudo o que te rodeia. As flores murcharão e morrerão. A mãe, o pai, os irmãos, os avós, os tios, os vizinhos, os amigos, o cão, gato e pintainho, morrerão também.
Todos.
Tudo morrerá.
Quando mais não seja na data do teu próprio colapso físico. A partir daí só existirão recordações. Quiçá sentidas por meia dúzia de pessoas.
Provavelmente, o corpo é feito para ser esquecido (os cemitérios e as fotografias surgem para contrariar), o nome (e os feitos e os feitios, os gestos) para ser memorizado (ascendências e descendências, genealogias, cemitérios novamente).
E quando há pseudo corpo e nada de mágico a recordar? Cadê o abraço e o beijo, que nem a foto, nem o livro, nem o cemitério dão?
A finitude das coisas é dura, mas é real.
E quando não fores mais capaz de ver as flores, ouvir a expressão dos bichos, sentir o carinho da mãe, ouvir o ralhete do pai, conversar com o irmão, sair com os amigos? Acharás que uma vida medíocre valeu a pena?
Dane-se para o "amor e uma cabana".
Dane-se esta "coisificação" da vida.
Luís Gonçalves Ferreira
Olha em teu redor e reflecte sobre a fatalidade de tudo o que te rodeia. As flores murcharão e morrerão. A mãe, o pai, os irmãos, os avós, os tios, os vizinhos, os amigos, o cão, gato e pintainho, morrerão também.
Todos.
Tudo morrerá.
Quando mais não seja na data do teu próprio colapso físico. A partir daí só existirão recordações. Quiçá sentidas por meia dúzia de pessoas.
Provavelmente, o corpo é feito para ser esquecido (os cemitérios e as fotografias surgem para contrariar), o nome (e os feitos e os feitios, os gestos) para ser memorizado (ascendências e descendências, genealogias, cemitérios novamente).
E quando há pseudo corpo e nada de mágico a recordar? Cadê o abraço e o beijo, que nem a foto, nem o livro, nem o cemitério dão?
A finitude das coisas é dura, mas é real.
E quando não fores mais capaz de ver as flores, ouvir a expressão dos bichos, sentir o carinho da mãe, ouvir o ralhete do pai, conversar com o irmão, sair com os amigos? Acharás que uma vida medíocre valeu a pena?
Dane-se para o "amor e uma cabana".
Dane-se esta "coisificação" da vida.
Luís Gonçalves Ferreira
"Acharás que uma vida medíocre valeu a pena? (...)
ResponderEliminarDane-se esta "coisificação" da vida."
Abraços
Daniel
Texto espectacular!
ResponderEliminarPoucas são as pessoas que têm "tomates" ou estômago, p'ra falar deste assunto, preferem fazer de conta que não existe, quando chega a altura lidam com isso.
Enfim...o que se há-de fazer...
Tu continua com o bom trabalho ;)
Sim, estou no secundário. Tenho mesmo que aproveitar ao máximo/dar o meu melhor uma vez que é o último ano. Algo me diz que ainda vou ter saudades destes tempos.
ResponderEliminarNinguém morre antes da hora. Quando a minha vida terminar é porque ela já está inteira (quer eu a sinta assim ou não). A utilidade do viverr não está no espaço de tempo, está no uso. Há pessoas que vivem durante muitos e muitos anos e no entanto pouco viveram. Viver muito e bem depende da nossa vontade, não do número de anos que cá andamos. Acho que a "vida mediocre" vale sempre a pena e, quando chegar a nossa hora, mil homens, mil animais e mil outras criaturas morreram nesse mesmo instante em que morremos. Pelo que dizem , um dia, até o sol e o universo morreram.
Beijinho Luis