Avançar para o conteúdo principal

A um poeta

Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno,
Afuguentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! são canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faz-te espada de combate!

A Um Poeta por Antero de Quental

Temos o futuro a levitar na palma da mão. Fugimos. Resistimos, vezes demais, aos projectos arrojados que ele nos segreda ao ouvido.
O Futuro sou eu. O futuro são vocês. Somos os sonhadores, os 'soldados do Futuro'.
Um Portugal adormecido é convidado a acordar. Há séculos e séculos que assim o é.
É um Império que nos espera. Um império Espiritual, de Pessoa e de Quental, que fita o futuro.

Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

  1. Por vezes gosto de esuecer que existe um futuro!

    ResponderEliminar
  2. Isso mesmo. Somos nós que caminhamos para o futuro onde (ainda) nada está decidido e só depende de nós construi-lo. "Somos os sonhadores, os 'soldados do Futuro'" e cabe a nossa geração, principalmente, meter as nossas ideias e consciencias em marcha. Temos que lutar por ele sem medo e estar preparados para tudo uma vez que todos os dias há "fenomenos" a surgirem incessantemente e que forçam as nossas ideias a transformarem-se indefinidamente.
    Como já ouvi em algum lado: tudo o que fazemos, de mal ou de bem, é para nós.

    Beijinho Luis

    ResponderEliminar
  3. "Acorda! É tempo!"
    (as vezes que eu repito isto por dia não têm conta... e ninguém parece querer ouvir. Não desisto, caramba, jamais desistirei!!)

    Beijo!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!

Mensagens populares deste blogue

Pensar mais do que sentir

Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira

Sem parágrafos

Por momentos  - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me acha...