As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro;
Vê-o também no meio do Hemisfério,
E quando desce o deixa derradeiro;
Vós, que esperamos jugo e vitupério
Do torpe Ismaelita cavaleiro,
Do Turco oriental, e do Gentio,
Que inda bebe o licor do santo rio;
Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Dua austera, apagada e vil tristeza.
Canto I, est. 1, 2 e 8 - Canto X, est. 145
Os Lusíadas
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro;
Vê-o também no meio do Hemisfério,
E quando desce o deixa derradeiro;
Vós, que esperamos jugo e vitupério
Do torpe Ismaelita cavaleiro,
Do Turco oriental, e do Gentio,
Que inda bebe o licor do santo rio;
Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Dua austera, apagada e vil tristeza.
Canto I, est. 1, 2 e 8 - Canto X, est. 145
Os Lusíadas
Por Portugal. Pelos 14 milhões de Portugueses. Por Camões. Pelos Heróis. Pelas Ninfas e Deuses dos nossos séculos de existência. Pelos Adamastores e pelas Tormentas da vida. Pelos D. Sebastião em que acreditamos. Pelos Reis amados, jamais recuperados. Pelas Guerras perdidas e vencidas. Pelos que gritam e enrouquecem a voz. Pelo Amor e pela Paixão de se ser Português.
Por tudo, hoje é dia de Portugal!
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
Por tudo, hoje é dia de Portugal!
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
Gostava de que, num futuro próximo, fosse dia de Portugal sempre. E que, sem esquecer os heróis clássicos, não esquecêssemos os heróis contemporâneos.
ResponderEliminarE que as condecorações não fossem fruto de uma lista, já difícil de fazer, em que se vai riscando os que já levaram a medalha e se vai buscar até o Ti Zé da esquina para a receber.
Neste dia, em vez de orgulho, sinto vergonha. E tristeza...
Só por ser dia de Portugal, hoje o meu dia vai ser dedicado ao estudo dos Lusiadas!!..;)..LOol
ResponderEliminarViva Portugal, que apesar de tudo, nem é um pais muito mau...e eu, de certa forma, até me orgulho de ser portuguesa!!
Beijinho..
Continua a ser um cantinho em paz no meio deste mundo perdido xD
ResponderEliminarVivendo nós num Portugal tão espezinhado e tão dilacerado pela opinião púbica, é de louvar não esqueceres este nosso país que não é bom nem mau, é NOSSO!
ResponderEliminarSe não somos reconhecidos pela política nem pela economia, sejamos pela cultura..particularmente pela literatura...Os Lusíadas é uma obra nossa!São 10 cantos de pura magia e arquitectura literária...Adoro a obra e adorei ver que não é esquecida...bjs