Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Liberdade por Fernando Pessoa
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Liberdade por Fernando Pessoa
Esta coisa de se ser para sempre criança encanta-me. Não só pelos presentes, que receberia a 1 de Junho de cada ano, mas pela eterna candura de não saber coisa nenhuma.
O melhor do mundo são as crianças. São-no, concordo plenamente. Também são especiais, como nos diz o poeta, todas as outras coisas simples da vida: as Flores; a Música; o Luar; e, o Sol. Para se ser querido e amado não é preciso ser mais do que aquilo que realmente e verdadeiramente somos.
As crianças, espelho da mais profunda e original subtileza, são admiradas e merecem um dia único no calendário. As crianças, reflexo eterno daquilo que o Homem grande nunca poderá voltar a ser, revelam muito daquilo que justifica os grandes pecados da maioridade. As crianças, outrora consideradas meros adultos em formato compacto, são agora largamente complexificadas pelas urgências e emergências que a imaturidade lhe oferece.
São únicos e especiais os adultos imaturos, pequenos e frágeis. Não duvido. Mas, é também importante a criança que habita em mim, em vós, e em todos aqueles, que mesmo o negando, serão sempre e para sempre crianças.
Eu tenho uma criança de 5 anos dentro de mim. Manifesta-se todos os dias, seja na desarrumação do quarto, na porta por fechar ou numa palhaçada momentânea. Quero preservá-la para sempre dentro de mim, alimentando-a da brincadeira que é a realização de sonhos. Tenho sido feliz assim. Sou, hoje, mais do que nunca, feliz assim.
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
O melhor do mundo são as crianças. São-no, concordo plenamente. Também são especiais, como nos diz o poeta, todas as outras coisas simples da vida: as Flores; a Música; o Luar; e, o Sol. Para se ser querido e amado não é preciso ser mais do que aquilo que realmente e verdadeiramente somos.
As crianças, espelho da mais profunda e original subtileza, são admiradas e merecem um dia único no calendário. As crianças, reflexo eterno daquilo que o Homem grande nunca poderá voltar a ser, revelam muito daquilo que justifica os grandes pecados da maioridade. As crianças, outrora consideradas meros adultos em formato compacto, são agora largamente complexificadas pelas urgências e emergências que a imaturidade lhe oferece.
São únicos e especiais os adultos imaturos, pequenos e frágeis. Não duvido. Mas, é também importante a criança que habita em mim, em vós, e em todos aqueles, que mesmo o negando, serão sempre e para sempre crianças.
Eu tenho uma criança de 5 anos dentro de mim. Manifesta-se todos os dias, seja na desarrumação do quarto, na porta por fechar ou numa palhaçada momentânea. Quero preservá-la para sempre dentro de mim, alimentando-a da brincadeira que é a realização de sonhos. Tenho sido feliz assim. Sou, hoje, mais do que nunca, feliz assim.
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
Eu diria que tenho uma criança de 18 anos dentro de mim. Sim porque isto de se ter 18 anos e ser maior de idade é muito bonito, mas só em teoria!
ResponderEliminarQuanto ao poema, não sabes tu o quanto gosto eu dele. É qualquer coisa de fenomenal. É daqueles em que estou a ler e já sei o verso vindouro. É daqueles que me arrepia só em ouvir...
Beijinho, e feliz Dia da Criança xDDD
Mal vi nas actualizações "Ai que prazer/ Não cumprir um dever/ Ter um livro para ler(...)" reconheci logo o poema e vim a VOAR para o teu blog *.*
ResponderEliminarÉ bom ser-se criança! Revelo a minha todos os dias, tal como tu, nem que seja numa gargalhada ou num comentário badalhoco :D
Na nossa infância é quando somos mais felizes, que bela ignorância. Que bela inocência. Tudo nos passa ao lado, Luís, e é tão bom viver a pensar que o mundo ainda pode ser cor de rosa :)
Só não digo que adorei o texto para não ser repetitiva. Que doçura 'pá :) Beijinho acriançado *
Apesar da idade que tenho, ainda me sinto criança! Acho que nunca me sentirei adulta...
ResponderEliminarHá uns anos, nos meus 14/15 anos pensava que quando chegasse à universidade, iria ser mais adulta, iria ter ideias mais racionais e fundamentadas! Não iria pensar naquilo que fosse desnecessário e não importante para a minha sobrevivência.
Agora, vejo em mim exactamente a mesma pessoa! Talvez até me encontre mais insegura dos meus próprios actos.
Eu lembro-me de ter 5 anos, do meu primeiro dia de aulas como se fosse ontem. Lembro-me da ansiedade no dia anterior, de não dormir à noite por não saber como iria ser o dia de amanhã!
Atrevo-me a dizer, tal como tu, que tenho uma criança de 5 anos dentro de mim.
Eu sinto-me criança
Eu quero ser criança
Não me quero perder na escuridão de se ser adulto!
Acho que me vai custar envelhecer!
Bem, hoje estou assim! Não ligues..Deve ser das dores de cabeça que ja me atormentam desde sabado! Tambem so tu é que sabes que sou eu a comentar hehehe
Beijinhos
Adorei o texto!!!
Dra Cromo-filosofica
Eu cá (e como tu bem sabes) continuo na (eterna) idade dos porquês. Era o que me dizia a minha mãe há 30 anos (nunca me satisfez um "porque sim") e é o que me dizem os meus alunos, enquanto reviram os olhos.
ResponderEliminarEles não sabem, mas é um elogio! :)
Feliz dia da criança para NÓS, portanto... ;)
Olha o meu poema favorito de Fernando Pessoa... e exclusivamente para o dia da criança....:)
ResponderEliminarSe não tivessemos dentro de nós uma criança a nossa vida era chata e desinteressante... Gostei do texto...:)
Beijinho
Por mim, acho que nunca fui adulto... por mais que eventualmente possa parecer... na forma.
ResponderEliminarE os adultos, Senhor?
Tenho espírito de criança ainda, mas quem me dera voltar a ser um criança de 5 anos..nada de preocupações, apenas amor p'ra dar e receber.
ResponderEliminarBeijinho