O PPD-PSD venceu, com 31.69% dos votos (8 deputados eleitos), as eleições de ontem. É de ressalvar, internamente, o significado político de tal resultado. É, antes de mais, uma espécie de renascimento político do outrora "pouco saudável" e dividido Partido Social Democrata. Depois, Manuela Ferreira acha, neste resultado, a verdadeira bofetada de luva branca para os opositores internos. Depois, Rangel mostrou, quer pelo seu ar bonacheirão (que conta muito na política portuguesa) quer pela verdade das suas afirmações, ser o candidato ideal. A afirmação vitoriosa de Rangel resulta na segunda vitória prática (pela escolha solitária do candidato do partido da centro-direita portuguesa) de Manuela Ferreira Leite. PSD sai, para as próximas corridas eleitorais, com mais folgo e confiança (uma espécie de Telma Monteiro (e seu carrapito) com Formas Luso, mas em versão séria).
Que se calem as vozes de dentro e que se oiça, cada vez mais, uma voz em uníssono.
O PS leva um chumbo. Perde para a direita, mas sobretudo para a extrema-esquerda (e para os quase 5% de votos em branco). O Bloco de Esquerda alcançou um resultado histórico, com 3 deputados eleitos. A ascensão do BE faz-se, acima de tudo, pelo dito "voto de protesto" (conceito que me custa a entender). Ver, num partido de extrema-esquerda (com as devidas "capotas" e controlos ideológicos que a carinha laroca de Louçã traz), uma alternativa à social-democracia, é pura e afã ignorância política. Olhe-se para a História. A Utopia de esquerda tem experiências efémeras na geo-política internacional, pautadas pela pobreza material e formal dos regimes que se escudam no socialismo igualitarista.
A inteligência do PS (e do seu Secretário-Geral) e os sorrisos de Manuela Ferreira Leite ditarão a renobabilidade da maioria parlamentar socialista (ideologicamente socialista, na prática cada vez mais de direita) e a continuidade do renascimento da Fénix.
Os pequenos partidos (que juntos conseguiram 11.98% dos votos) são extremamente discriminados pelos órgãos de comunicação portugueses. Em alguns deles encontram-se ideias e programas coerentes, perfeitamente praticáveis e aceitáveis.
Mais que lamúrias e vergonha, sinto incómodo. Senti-o ontem quando soube do número (a-democrático) daqueles que trocam a oportunidade de se manifestarem politicamente por um pretexto sórdido. A culpa não é só dos eleitores e da sua falta de cultura democrática. É, sobretudo, da política rasa, mesquinha e redonda, que se pratica em Portugal e no resto da Europa (os 42.87% participação média nos restantes países da U.E. dir-nos-ão qualquer coisa).
A esta hora, nos cafés e nos bancos de jardim, só se fala do chumbo do Governo PS e das suas (últimas) políticas. Ninguém pensa da nova constituição política do Parlamento Europeu e na sua influência na resolução de questões como: a matriz europeia de mais de metade da legislação que vigora em terriório nacional (reflexo do quase-Federalismo europeu); as respostas à crise internacional e soluções para a crise do modelo económico (nomeadamente em questões de política social); a resolução do embargo ao Tratado de Lisboa e o consecutivo aprofundamento da unidade política da UE... É importante que o pensamento dos europeus viva na Europa. Esta política umbilical não deixa que os eleitores percebam onde anda a U.E. e do que se faz o pseudo-cérebro da Europa unida.
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
Que se calem as vozes de dentro e que se oiça, cada vez mais, uma voz em uníssono.
O PS leva um chumbo. Perde para a direita, mas sobretudo para a extrema-esquerda (e para os quase 5% de votos em branco). O Bloco de Esquerda alcançou um resultado histórico, com 3 deputados eleitos. A ascensão do BE faz-se, acima de tudo, pelo dito "voto de protesto" (conceito que me custa a entender). Ver, num partido de extrema-esquerda (com as devidas "capotas" e controlos ideológicos que a carinha laroca de Louçã traz), uma alternativa à social-democracia, é pura e afã ignorância política. Olhe-se para a História. A Utopia de esquerda tem experiências efémeras na geo-política internacional, pautadas pela pobreza material e formal dos regimes que se escudam no socialismo igualitarista.
A inteligência do PS (e do seu Secretário-Geral) e os sorrisos de Manuela Ferreira Leite ditarão a renobabilidade da maioria parlamentar socialista (ideologicamente socialista, na prática cada vez mais de direita) e a continuidade do renascimento da Fénix.
Os pequenos partidos (que juntos conseguiram 11.98% dos votos) são extremamente discriminados pelos órgãos de comunicação portugueses. Em alguns deles encontram-se ideias e programas coerentes, perfeitamente praticáveis e aceitáveis.
The Last, but not the least.
Lamento, profundamente, os 63% de Abstenção. Envergonho-me de pertencer a um país que não preza a política e o mais caro direito cívico.Mais que lamúrias e vergonha, sinto incómodo. Senti-o ontem quando soube do número (a-democrático) daqueles que trocam a oportunidade de se manifestarem politicamente por um pretexto sórdido. A culpa não é só dos eleitores e da sua falta de cultura democrática. É, sobretudo, da política rasa, mesquinha e redonda, que se pratica em Portugal e no resto da Europa (os 42.87% participação média nos restantes países da U.E. dir-nos-ão qualquer coisa).
A esta hora, nos cafés e nos bancos de jardim, só se fala do chumbo do Governo PS e das suas (últimas) políticas. Ninguém pensa da nova constituição política do Parlamento Europeu e na sua influência na resolução de questões como: a matriz europeia de mais de metade da legislação que vigora em terriório nacional (reflexo do quase-Federalismo europeu); as respostas à crise internacional e soluções para a crise do modelo económico (nomeadamente em questões de política social); a resolução do embargo ao Tratado de Lisboa e o consecutivo aprofundamento da unidade política da UE... É importante que o pensamento dos europeus viva na Europa. Esta política umbilical não deixa que os eleitores percebam onde anda a U.E. e do que se faz o pseudo-cérebro da Europa unida.
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
Caro Luís,
ResponderEliminarA propósito da discussão - por fazer - da Europa que queremos (e podemos) construir, não sei se já conheces esta posição que descobri há pouco:
- http://www.youtube.com/watch?v=RgMnv-laKOg
- http://www.grifo.com.pt/index.php?Itemid=33&id=238&option=com_content&task=view
É uma visão interessante e angustiante, não achas? E o pior é que temo mesmo que para lá caminhemos e que isso tenha o desfecho que "a outra" teve... seria um desperdício monumental!
Grande abraço,
Luís
Tenho um miminho para ti :)
ResponderEliminarBeijinho Luis
Luís P. - Conheço o carácter marcadamente Federalista da União Europeia contemporânea e do papel do Tratado de Lisboa no aprofundamento da transformação dos Estados-Nação em Estados-Federados. Aliás, esse é o grande objectivo da U.E. – a aprofundamento da unidade política.
ResponderEliminarQuanto às tendências soviéticas, penso que analogia é precipitada, mas realmente preocupante. Creio, acima de tudo, que quando um país da UE cair a Europa cai com ele, porque o modelo e o sistema unitário falharam.
Espero, sinceramente, que o caos socioeconómico, que marcou o período posterior à dissolução da URSS, não assole a Europa mais uma vez.
Os portugueses não percebem nada de União Europeia, inclusive se ela é boa ou má. Eu acho que tem defeitos e virtudes. Neste momento constitui uma grande fonte de estabilidade política e económica para Portugal. É certo que os países pequenos sofrem sempre por serem pequenos. Nós é que não s(a)oubemos crescer e adoptar comportamentos de país desenvolvido.
As opções e os caminhos futuros da União Europeia não são mostrados de forma clara e real aos europeus. É por isso que existem muitos euro-cépticos. Bruxelas, Estrasburgo, o PE e a CE ficam longe dos europeus.
Abraço