Avançar para o conteúdo principal

Saudade de nada sentir

Sinto falta do vazio de não conseguir sentir nada.

Sentir de mais dá trabalho, quer ao corpo quer ao espírito. A certa altura, já nem sei o que o outro "eu" sentiria nesta ou naquela situação.

Esta mescla é parva, estranha, mas incrivelmente verdadeira. A veracidade reside na concreta concretização de coisa alguma (ou de um pouco de tudo).

Amar sem nunca crer no amor. Odiar usando a metodologia de um sentimento nobre. Chorar sem motivo. Embargos morais que surgem em situações de concreta efusividade biológica. Conselhos descaracterizados. Amizades esvaziadas por coisas vãs. Desprazer. Excitação.

A culpa só pode ser do Aquecimento Global (da chuva com sol em Junho), da política governativa capitalista ou de um tal medicamento que me preenche de negatividade.

Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

  1. Ai isso vai passar :)
    Não te concentres nos problemas e vai ver que eles bazam :P
    Beijinhos*

    Ps. O meu blog "Yeack! It's Lemon" já está activado :)
    Passa por lá se quiseres ^^

    ResponderEliminar
  2. Oh eu estou sem coise. Um 'coise' com pequenos termos de inspiração pelo meio, não sei. Estou entupida, acho. E quando quero que algo saia, é difícil. Torna-se difícil organizar um pensamento único. E ainda por cima eu mudo muito depressa de opiniões, muito mesmo :\
    E uma das coisas que tenho a dizer é que estou farta do meu outro blog(Snoopy).

    Mas também acho que vai passar, pelo menos espero :)

    E obrigada por teres passado neste.
    E comenta! Nem que seja para dizer um Olá :)
    Beijinhos**

    ResponderEliminar
  3. A culpa é do medicamento ;)

    Por outro lado, a chave pode estar quando falas no "outro eu".

    É a falta de se ser natural, e aqui forçamos o ser num objectivo e depois aparecem estes "ecstasys" vivenciais.

    Keep great.

    Abraço e bons estudos e exames. Falta pouco... ou entao nao penses nisso. ;)

    ResponderEliminar
  4. É disso que eu estou a precisar... "nada sentir"..!

    BEIJO

    ResponderEliminar
  5. É "Nada sentir", por vezes (vezes demais!) é muito bom.
    Sentir fragiliza, pode magoar.
    Mas, sem sentirmos, o que seríamos?
    SENTE!!!!! ;)

    Beijo!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!

Mensagens populares deste blogue

Repondo a verdade

Depois de inúmeras tentativas (que agradeço), passo a devolver o dente ao leão, a identificar aquilo que é verdade ou mentira: 1. Adoro manteiga de amendoim Verdade. Quem convive comigo (ou quem me ouve falar) sabe desta paixão. Em pequeno ia para a casa da minha tia e comia pacotes dela. Hoje, depois do sofrimento para emagrecer, contenho-me no consumo. Mas a paixão existe, ai se existe... 2. Compro todas as edições da “Super Interessante” Verdade. Compro-as todas (pelo menos de há dois anos para cá) sem falhar um número. Fascina-me a forma despreocupada, límpida e inteligente que pautam os artigos da revista. 3. Já apareci no programa da Fátima Lopes vestido de anjinho Verdade. A minha mãe foi ao programa SIC 10 Horas demonstrar ao país o seu ofício (vestir anjinhos) e eu, filho devoto e cumpridor, pousei como Jesus Cristo (com cabeleira e tudo). Vergonha. Foi o que me restou do acontecimento. :) 4. Leio a Bíblia constantemente e o meu Evangelho favorito é o de Mateus ...

Aceitação do Prémio Lusitania História – História de Portugal Academia Portuguesa da História

Senhora Presidente da Academia Portuguesa da História, Professora Doutora Manuela Mendonça,  Senhores Membros do Conselho Académico, Senhoras e Senhores Académicos,  Senhor Dr. António Carlos Carvalho, representante da Lusitania Seguros, S.A., Ilustres Doadores,  Senhoras e Senhores,  Vestidos de Caridade, Vestidos de Fé, Vestidos de Serviço, Vestidos de Pátria.  São vários os nomes que podem ter os vestidos que, ao longo da História, foram oferecidos de ricos para os pobres, dos homens e mulheres para os deuses, dos senhores para os seus criados e criadas, de um país ou reino para o seu povo, do ser que não se é para o que se quer ser. Em todos eles há pedido, necessidade, dádiva, hierarquia e crepúsculo. A minha avó Júlia, costureira de ofício e filha de um armador de caixões, fez durante décadas roupas de “anjinho” que alugava nas festas e romarias do Minho. Miguel Torga, num de “Os Contos da Montanha”, referiu que nem o Coelho nem outro qualquer da aldeia o ...

Carta IV

Avó, como estás? Noutro dia, como sempre, fui ver-te ao local onde está a tua fotografia e umas frases iguais a tantas outras. Eram vermelhas, as tuas flores. Estava tudo bonito e arrumado. A tua nova casa, como sempre, estava tão fria. O dia está sempre frio quando te vou visitar lá, já reparaste? Espero que no céu seja tudo mais ameno e menos chuvoso. Tu merecias viver mais tempo, porque eras calma, serena e um porto seguro. Queria voltar a ser menino e ter-te novamente e dar-te tudo o que merecias de mim. Era muito pequeno para perceber como merecias mais carinho... Tenho saudades tuas, avó. Do teu colo. Do teu carinho. Da tua protecção e de quando ias comigo passear, à terça-feira. Fomos dois companheiros muito fortes, não fomos? Deixaste-me de responder... Não te oiço. Mas sinto-te. Sinto muito a tua falta, onde quer que estejas.  Tenho muitas saudades tuas. Muitas mesmo.  Até logo, nos sonhos, avó. É só lá que me consigo encontrar contigo e abraçar-te docemente. Luís...