Sempre critiquei a falta de lealdade intelectual. As coisas quando não são pensadas e/ou criadas por nós não podem ser vinculadas, aclamadas e proclamadas como nossas. Justiça e lealdade nas ideias e nos pensamentos, é isso que peço sempre. Não gosto de vaguear pelos blogues, teses, apontamentos, e perceber que ali não mora a mínima consciência de mesura e responsabilidade.
A citação de fontes é fundamental para a percepção da rectidão de certa ideia. O criador soma-se à obra criada, resultando na perpétua singularidade e originalidade de um feito. Sob pena do esquecimento, as observações alheias dever-se-ão manter nesse status, no estado de criação externa a nós, mas aceite pelo nosso discernir. Ao citarmos algo ou alguém estamos a respeitar outro ente, com pensamentos e contextos de vida únicos. O espírito de alguma coisa faz-se constar no seio da sua équa repetição. Assim, sobrevivem as obras de arte dos grandes génios emblemáticos. Que seria de Leonardo Da Vinci sem os quadros pechisbeque que reproduzem a Última Ceia ou Gioconda? Um pintor de elites? Acredito que sim. Contudo, é do conhecimento comum e actual que Leonardo inventou, criou e foi extremamente revolucionário. O conhecimento desenvolve-se dentro do conhecimento, por acomodação e desenvolvimento, como uma bola-de-neve.
Ao desenvolvermos um conceito, principalmente quando o positivamos, esperamos que ele seja observado, criticado e, se for o caso, alterado. Se alterado, almeja-se que o seja justamente. O poder de criticar positivamente habita, apenas, em certos iluminados. Esses são tão raros como os pólos onde fervilham ideais verdadeiramente inovadores destabilizadores das verdades a se stante. Admiro quem assume, de forma pronta e concreta, as suas influências.
Falo de tudo isto, porque abundam na blogoesfera e nas academias a apropriação de conhecimentos gerados de forma clara, original e estruturada. Por mais fantástica que seja a cópia, nunca será tão maravilhosa como a potência originária. Podem tentar criar clones, mas as estruturas factuais, históricas, sociais e culturais únicas, relativas a certo conceito, fa-lo-ão sobreviver numa redoma especial. Daí o valor do facto, da prova e do contraditório. Acredito que aí resida o núcleo duro do respeito inato pelo mérito.
Sei que podem existir os favorecimentos, as cópias, os clones. Conforta-me saber que existirão sempre, e para sempre, os grande génios, os criadores inovadores e a revolução na senda da evoluçã positiva.
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
O original, os grandes génios, serão sempre especiais e únicos e vão permanecendo ao longos dos anos.
ResponderEliminarGostei do que escreves-te, e tenho pena que de momento não possa comentar melhor. É a tal coisa de me ser difícil transmitir por palavras aquilo que penso. Forma-se uma "bola" de ideias na minha cabeça que passa-las por escrito fica confuso. É um dos aspectos que tenho que (tentar) melhorar.
E o que escreves-te aqui na parte dos comentários é encorajador :)
Beijinho*
Uma pessoa fica umas horinhas sem te vir visitar e encontra logo três textos novos :O Sabes bem que concordo com tudo.
ResponderEliminar"Por mais fantástica que seja a cópia, nunca será tão maravilhosa como a potência originária."
Fantástico como habitual.
Beijinho sem cópias :D
'Conforta-me saber que existirão sempre, e para sempre, os grandes génios, os criadores inovadores e a revolução na senda da evolução positiva.'
ResponderEliminarGenial são estes teus textos que nem sempre comento, mas que sempre faço questão de ler.