Avançar para o conteúdo principal

Em Alijó...

Alijó, Vila Real

... (Trás-os-Montes) vive um plátano (mais que) centenário enorme, um autêntico colosso. Espantei-me com a enormidade da copa da árvore. Aproximei-me. Li, em voz alta (como tanto gosto), esta mensagem. Ela havia sido plantada, no seu tronco, a correntes, por um ser qualquer. Reli-a e arrepiei-me. É uma súplica de um ser que não fala, mas que se cruzou com alguém que, com mestria, soube apelar à decência daquele que se acha o todo poderoso humano. É uma mensagem que nos faz pequenos pela veracidade crua das palavras.

Gostei particularmente do seguinte parágrafo:

"Eu sou o cabo da tua enxada, a porta da tua morada, a madeira do teu berço e o conchego do teu caixão".

Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

  1. Não esperava algo assim.
    Parece um ameaça em espécie de alerta, para os que lêem o cartaz, e fazem para que não se preservem estes seres.
    Intimidativo até.
    Adorei esta pérola :)

    Beijinho

    ResponderEliminar
  2. "Tu que passas, olha-me bem..."
    Que frase tão provocante vinda de uma árvore.
    Uma provocação positiva, que visa suscitar o nosso estado de alerta para a dádiva que é a natureza em geral e as plantas em particular.
    Já fiz amor debaixo de uma árvore, já sorri, já rebolei, já fui feliz.
    As sua copa é o manto de serenidade que precisamos. Os seus ramos são o abraço mais colorido que podemos ter.
    Gostei. Invejo-te por teres estado lá. :)
    Um abraço!

    ResponderEliminar
  3. Alijó! O presidente dessa terrinha é primo do meu pai xD
    *

    ResponderEliminar
  4. Wow, também eu me arrepiei. Uma súplica maravilhosamente provocante que marca (ou devia marcar) quem o lê.

    Só tu para nos mostrares coisas destas, Luís. beijinho maior que a copa dessa árvore :P

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!

Mensagens populares deste blogue

Pensar mais do que sentir

Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira

Sem parágrafos

Por momentos  - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me acha...