Eu tenho repulsa pela parte do meu eu que se vicia nas pessoas. Eu não queria sentir vontade de correr atrás desta ou daquela pessoa que parte da minha vida. O afastamento gera conflitos e inseguranças interiores. Não sei se soucapaz, a cada nova página da vida, de deixar, para trás, as pessoas que hoje amo. Ainda por cima, quando a distância não é calculada aos quilómetros, nem aos centímetros, nem a coisa mensurável nenhuma. O coração estremece de dor ao sentir que a presença me vai fazer falta. Às vezes, poupo-me a coleccionar amigos para não sofrer desilusões. Depois, por ter poucos, sinto-me destronado por ter que os abandonar, a meio de uma existência. Não quero que nada acabe, nem espero que nada se enfraqueça. Mas, sei, serenamente, que nada se faz sem esforço e sem proximidade. Sei, perfeitamente, que vou sentir saudades. Sabes que não te consigo dizer que vou ficar feliz por seguires o teu sonho. Mas sei, e quero que tu saibas, que sou feliz quando tu fores inteiramente feliz.
Luís Gonçalves Ferreira
Luís Gonçalves Ferreira
Por não sermos mais do que rostos marcados de vida, e pela tua existência ter sublinhado o meu semblante de rugas felizes, tranquiliza-me saber que te tenho no meu caminho. E, quem sabe, nem os quilómetros interromperão os nossos melancólicos serões!
ResponderEliminarUm beijinho amigo *
A vida é feita de encontros e desencontros. Contra esta dinamica nada pudemos...a não ser aceitar, pacificamente, o que ela nos reserva e aproveitar cada olhar com verdadeira intensidade, gravar cada gesto e assimilar cada traço. Deste modo, do nosso coração, nunca perderemos ninguém.
ResponderEliminarBeijo
Eu tambem me viciava nas pessoas, principalmente nos amigos, eram como água que me saciavam a sede. Depois a pouco e pouco uns foram para um lado, outros para outro, fizeram-se novos amigos e começou-se a perder o contacto com os velhos. Ainda à aqueles que deixam muita falta, mas como a rosa negra disse, não perdemos ninguem se os guardarmos no coração...:) e à sempre espaço para um novo amigo!
ResponderEliminarBeijinhos
p.s. sobre o comentario que me deixas-te, respondi-te lá!
Isto é assim, Luís. As pessoas vêm, vão, tocam-nos, magoam-nos, partem. Custa estar longe de quem gostamos, principalmente quando temos uma amizade construída com essa pessoa, mas depende de nós e apenas de nós conseguir manter uma relação.
ResponderEliminarHá amizades que se fortalecem ainda mais com a distância. As saudades, de certa forma, até são saudáveis entre duas pessoas. O sentir a falta, o "quero estar contigo", o desejo de reviver os momentos passados.
Um beijinho com quilómetros de distância.
Perdemos tanta gente na vida... tanta!!! E, no entanto, aparecem outros que não substituem os que foram, mas que nos aconchegam.
ResponderEliminarA vida é como um aeroporto, uma estação de comboios, sei lá...: há sempre gente a ir (para perto ou para nunca mais voltar) e há os que chegam. Normalmente, é a estes que me dedico, embora de forma reticente de início, porque sou algo avessa a novas amizades.
Mas depois elas tornam-se velhas e é bom.
:)
Desejarmos a felicidade dos outros é algo de muito, inteiramente nobre, mas nao devemos fazer depender a nossa felicidade da felicidade dos outros. Sao coisas diferentes. Eu fui sempre assim: e esquecia-me de mim. Mas sei que nao é o caminho correcto. Desejar felicidade aos outros mas nao hipotecar a nossa nesse desejo...
ResponderEliminarAbraçao
Ao meu amigo como eu te compreendo!
ResponderEliminarQuando vemos uma amizade a desvanecer-se é como se entrassemos num profundo estado de melancolia.
às vezes dou por mim a pensar no que correu mal, o que fiz ou disse que nao devia ter feito ou dito, mas a verdade é que não vale a pena.
Quando acaba uma amizade de muito tempo não sei se é possível reatá-la. Pelo menos comigo não dá. Parece que a mágoa aumenta. Enfim!
Restá-nos lembrar, relembrar os bons momentos que passamos.
Neste caso, a amizade poderá fortalecer-se. Eu acredito. Temos todos NÓS de fazer um esforço.
Beijinhos
Até amanhã
Dra Cromo Filosófica