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Insuportável

Estou com uma neura inimaginável. É uma coisa que me corrói por dentro e não me deixa ouvir as pessoas. É uma energia que me arrebata o espírito e me transforma a expressão. Hoje, sinto-me escuro. Hoje, estou mau e insuportável. Tudo me parece parvo e estúpido. Todos os zum zum me irritam e frustram. Todos sorrisos se coloram de amarelo. Todas as vozes se transformam em barulhos que já não suporto ouvir. Não me sinto eu, assim. Mas não consigo fazer nada para alterar esta carga negativa que transporto no ego.

É o excesso de trabalho e de sentido de responsabilidade que me atarefa a mente e o corpo. Isto não é queixume, mas sim desabafo. Eu estou, entre estes dias, cada vez mais cansado. Apetece-me passar dos pensamentos ao actos e ir de férias. Ou deixar a mente parada, suspensa, em redes translúcidas e desprovidas de responsabilidade e tarefas marcadas.

Dei esta fugida ao computador na tentativa de arranjar um subterfúgio para me acalmar e repousar. Encho-me de coragem para descer as escadas e encarar o espaço de todos os dias.

Ao dia primeiro de Setembro, eu, admito-me estafado. Só não sei se me apetece chorar.

Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

  1. É mais fácil desabafar para o papel ou para o computador... pelo menos ele "ouve-nos"e não desata em perguntas idiotas e conselhos repetitivos... eu escolho smp uma caneta em vez de uma conversa xD

    Força aí e encontra as forças q tens dentro de ti

    tou a seguir o teu blog :D

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  2. Isso é normal..
    E sabes qual a terapia ideal?
    AC/DC ou Eye of the tiger ;)

    ResponderEliminar
  3. Ouve lá man, take it easy! Relaxa um bocado, descansa, vai à praia, qualquer coisa...mas não me andes assim!

    Vê lá se é preciso eu ir aí, hm hm!

    Beijinho com sabor a Verão *

    ResponderEliminar
  4. Como dizes aqui acima desta caixinha, olha coloca "sal e pimenta" nesse cansaço, nesse não querer nada, nesse lado negro que te está a tapar uma saída feliz.


    Vai :D

    ResponderEliminar
  5. Como conheço essa sensação... é o que mais me aproxima do desatino, da loucura, principalmente quando não consigo chorar.

    Tem calma (e desculpa o cliché!), o sol anda aí...

    Beijo!

    ResponderEliminar
  6. Se necessário for quebra muitos pratos e em cada pedacinho que ouvires estalar no chão deposita sentido de humor...quando ando assim, a chegar ao limite, só rir me alivia a alma...
    Beijo

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Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira

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Por momentos  - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me acha...