Avançar para o conteúdo principal

Somos todos artistas do trapézio

A vida é rápida de mais para merecer que percamos tempo, essa preciosa instância, com coisas vãs. É chavão, mas não deixa de ser uma verdade incrível. Entre a vida e a morte existe um vínculo demasiado curto para ser desprezado. Andar no suave trapézio da vida é existir na presença concreta do buraco que paira sob os pés e o divino que nos cobre a cabeça. A vida é fugaz de mais...

Luís Gonçalves Ferreira 


____________________________
Este blogue está a concurso, na categoria Pessoal, nos Super Blog Awars 2009/2010. Vota aqui.

Comentários

  1. E o que pudemos fazer quanto a isso?

    ResponderEliminar
  2. «Andar no suave trapézio da vida é existir na presença concreta do buraco que paira sob os pés e o divino que nos cobre a cabeça».

    Confesso que tive de ler esta frase mais do que uma vez para a entender. Gosto da complexidade *

    ResponderEliminar
  3. "A vida é fugaz demais...", e a gente se preocupa com coisas tão bobas, não é? Perde tempo... um tempo precioso porque a gente nunca sabe quando a vida terminar.

    Nada na vida é simples, você mesmo me disse certa vez, mas com certeza tudo nela é um aprendizado. E em meio a tudo que nos sujeitamos ao viver, há muitas coisas boas que fazem o aprendizado valer ainda mais a pena.

    Lindo texto, Luís!

    Abraços.

    ResponderEliminar
  4. Sim, a vida é fugaz demais... às vezes esqueço-me disso.

    ResponderEliminar
  5. E é essa efemeridade que me faz não querer ser só mais uma. Não quero cair durante esse "trapezismo"

    ResponderEliminar
  6. Somos todos artistas do trapézio, é verdade! Numa corda bamba, muito ténue, que balança suavemente de um lado para outro, sujeita aos olhares atentos de quem nos vê por diversão, numa superlotada bancada de circo!
    (Desculpa, mas não resiti!)

    ResponderEliminar
  7. "Entre a vida e a morte existe um vínculo demasiado curto para ser desprezado. Andar no suave trapézio da vida é existir na presença concreta do buraco que paira sob os pés e o divino que nos cobre a cabeça" - Soberbo! Poético.

    Sobre a substância do post todo em si, concordo em absoluto. A vida é demasiado curta e só temos uma vida por viover. Pode haver maior disparate do que desperdiçar uma vida única?

    (Olha aí está a tua connection para o facebook. :) Mas nao é necessario estar-se registado para verem o teu perfil? De qualquer forma nao sei fazer a ligaçao. Como sabes sou caloiro no face, e nao ligo muito aos farmvilles e afins. É mais para o que se pode ter de lúdico no conhecimento dom outro ainda que pela brincadeira :)

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!

Mensagens populares deste blogue

Pensar mais do que sentir

Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira

Sem parágrafos

Por momentos  - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me acha...