As integrações forçadas em meios estranhos sempre me abespinharam. O ambiente em que me desenvolvo, dia-a-dia, feito de pessoas, revela mais de mim do que um texto auto-crítico de 100 páginas. Não mudar facilmente de companhia, de espaços, é basicamente um traço da minha personalidade: Eu gosto de segurança, estabilidade e algumas certezas. É um estado psicológico que faz, aos olhos nus dos outros, uma transfiguração da minha verdadeira personalidade. É o conhecimento que me revela. E só me revelo quando me encontro entre gargalhadas e assuntos sérios. Já abandonei as preocupações com os olhares dos outros. Peço, constantemente, sem falar, para que não me forcem a ser o que não. É um pedir calado. É uma solicitação feita de silêncio e mudez. Por isso, já sabem: Quando estou desconfortável estou calado. Todos os que convivem comigo, na extroversão de quem conhece, penso que já sabem isto. São duas fases: O Silêncio, feito de observação, medidas e prestações; A gargalhada, feita de à-vontade, com direito a menos medidas e mais prestações. Acho que só me conhece verdadeiramente quem já me tiver provado com dois sabores.
Luís Gonçalves Ferreira
As palavras não ditas são por demais eloquentes.
ResponderEliminarComo tu, gosto do meu chão: dos amigos e sítios de sempre. Não nego a novidade mas também eu levo o meu tempo a adaptar-me.
Já não me lembro das tuas gargalhadas mas recordo o teu silêncio, num olhar farto de frases.
Pois você é transparente, Luís. Não sei nem se sabe o quanto é. E por assim ser, conhecer você é fácil para aqueles que dão a atenção necessária ao que os rodeia, a quem os rodeia. Conhecer alguém apenas virtualmente foge aos padrões, mas é perfeitamente possível quando ambos se dispoem. E você sempre se dispoe, e isso me admira.
ResponderEliminarAbraços, amigo Luís!!