Avançar para o conteúdo principal

Não quero ser escravo de mim mesmo

Fala-se muito de saudade. Toda a gente fala. Eu também falo. É inevitável. É uma coisa que cresce aqui dentro. Imensa. Gigante. Que nos dá nós na garganta e faz soltar lágrimas. As lágrimas são quentes. Eu, loucamente, consigo senti-las frias, quando dói imenso cá dentro. Uma dor que corrói. Mas, hoje, não quero falar de dor nem nada disso que mata sem fazer sangue. Hoje, aos não sei quantos de Março (quase Abril), quero, simplesmente, dizer-vos que é óptimo viver. Com ou sem saudade. Com ou sem negritude. Aliás, é bom viver com saudade e negritude. Eu quero isso tudo. Saber que existe (e conseguir definir ) é sinal que de experimentação real do oposto, inverso... daquilo que conforta e faz feliz o sorriso. E é isso que hoje quero reafirmar: É bom estar triste e sentir saudade. Logo a seguir, como uma mão divina que dá e tira, vem o lado bom. E é isso que quero lembrar: A positividade. Vivamos. Com tudo a que temos direito. Se assim não for, vivemos na escravidão solitária de pouco sentir.

Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

  1. A vida é feita de bons e maus momentos, bons e maus sentimentos. Cabe-nos a nós , pessoas (sim pessoas, porque o que nao falta ai são humanos que nao sabem sequer como viver, apenas existem) distinguir o bem do mal e dar um rumo aos nossos sentimentos. Todos eles nos muda e fazem crescer. O mau tem o seu lado bom, tal como tudo na vida. E somos nós quem tem o poder de o ver, de o mudar e crescer com isso. Viver com saudade é melhor do que viver sem ela . a saudade dá-nos a certeza que aqela pessoa, aquele momento, foi realmente importante , foi realmente vivido, foi realmente nosso . É bom ter saudades , ainda que doa, é muito bom ter saudades...

    ResponderEliminar
  2. Sou por tudo o que se sente.
    Até pela raiva, pelo desespero, pela tristeza.
    Antes isso do que o nada.
    E quem reflecte como tu não está senão muito vivo.
    Vivamos!, sim.
    Beijoooo!

    ResponderEliminar
  3. "Não quero ser escravo de mim mesmo". E, no entanto, há no que nos define um traço de sujeição e impotência...

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!

Mensagens populares deste blogue

Repondo a verdade

Depois de inúmeras tentativas (que agradeço), passo a devolver o dente ao leão, a identificar aquilo que é verdade ou mentira: 1. Adoro manteiga de amendoim Verdade. Quem convive comigo (ou quem me ouve falar) sabe desta paixão. Em pequeno ia para a casa da minha tia e comia pacotes dela. Hoje, depois do sofrimento para emagrecer, contenho-me no consumo. Mas a paixão existe, ai se existe... 2. Compro todas as edições da “Super Interessante” Verdade. Compro-as todas (pelo menos de há dois anos para cá) sem falhar um número. Fascina-me a forma despreocupada, límpida e inteligente que pautam os artigos da revista. 3. Já apareci no programa da Fátima Lopes vestido de anjinho Verdade. A minha mãe foi ao programa SIC 10 Horas demonstrar ao país o seu ofício (vestir anjinhos) e eu, filho devoto e cumpridor, pousei como Jesus Cristo (com cabeleira e tudo). Vergonha. Foi o que me restou do acontecimento. :) 4. Leio a Bíblia constantemente e o meu Evangelho favorito é o de Mateus ...

Aceitação do Prémio Lusitania História – História de Portugal Academia Portuguesa da História

Senhora Presidente da Academia Portuguesa da História, Professora Doutora Manuela Mendonça,  Senhores Membros do Conselho Académico, Senhoras e Senhores Académicos,  Senhor Dr. António Carlos Carvalho, representante da Lusitania Seguros, S.A., Ilustres Doadores,  Senhoras e Senhores,  Vestidos de Caridade, Vestidos de Fé, Vestidos de Serviço, Vestidos de Pátria.  São vários os nomes que podem ter os vestidos que, ao longo da História, foram oferecidos de ricos para os pobres, dos homens e mulheres para os deuses, dos senhores para os seus criados e criadas, de um país ou reino para o seu povo, do ser que não se é para o que se quer ser. Em todos eles há pedido, necessidade, dádiva, hierarquia e crepúsculo. A minha avó Júlia, costureira de ofício e filha de um armador de caixões, fez durante décadas roupas de “anjinho” que alugava nas festas e romarias do Minho. Miguel Torga, num de “Os Contos da Montanha”, referiu que nem o Coelho nem outro qualquer da aldeia o ...

Carta IV

Avó, como estás? Noutro dia, como sempre, fui ver-te ao local onde está a tua fotografia e umas frases iguais a tantas outras. Eram vermelhas, as tuas flores. Estava tudo bonito e arrumado. A tua nova casa, como sempre, estava tão fria. O dia está sempre frio quando te vou visitar lá, já reparaste? Espero que no céu seja tudo mais ameno e menos chuvoso. Tu merecias viver mais tempo, porque eras calma, serena e um porto seguro. Queria voltar a ser menino e ter-te novamente e dar-te tudo o que merecias de mim. Era muito pequeno para perceber como merecias mais carinho... Tenho saudades tuas, avó. Do teu colo. Do teu carinho. Da tua protecção e de quando ias comigo passear, à terça-feira. Fomos dois companheiros muito fortes, não fomos? Deixaste-me de responder... Não te oiço. Mas sinto-te. Sinto muito a tua falta, onde quer que estejas.  Tenho muitas saudades tuas. Muitas mesmo.  Até logo, nos sonhos, avó. É só lá que me consigo encontrar contigo e abraçar-te docemente. Luís...