Sinto repulsa por aquilo em que me tornei. Sou uma pedra que já não sente. Um coração que já nem sorri. E mais incrível: Já fui brilhante, humano e sentimental. Estou uma linha. Riscada. Re-sublinhada. Mastigada por um tempo cansado, exausto, de ser tempo. Sou uma mera matéria existencial. Levito nas entre-linhas. E não confesso estar triste, porque isso de nada adianta. Oiço música para aliviar a carga. E vou-me, dentro do meu próprio quarto, com uma luz vermelha ao fundo, para outra dimensão. Continuo uma pedra que é coração que nem sente nem sorri. E volto. E esbarro no que sou, de forma irremediável.
Até à próxima,
Luís Gonçalves Ferreira
Li e me vi nas sua palavras!sinto-me assim tambem!Meu coraçao nao bate nem apanha mais!
ResponderEliminarSe eu te disser que és muito novo e que a vida te vai trazer muitas outras coisas que te transformam ora em pedra, ora em luz, ora em desespero, ora na mais profunda das felicidades; se te disser que não desistimos nunca (e muito menos de acreditar!) porque não somos feitos dessa massa, crer-me-ás?
ResponderEliminarJuro que não minto.
Beijo, beijo!
Muitas vezes passamos o dia a pensar, a sorrir a brincar...Mas no fim da noite, no leito do sono, sentimos um vazio por procurar nas pessoas o brilho que nos falta...
ResponderEliminarÉ dificil nos comparar e nos ver como marmores, dura e fria... Mas talvez ainda possa existe a cura para o que somos...
Ora aí está a razão de eu querer fugir deste antro de atrasados. Não gosto, nem consigo fazer um esforço para gostar disto aqui. Já vivi tudo o que tinha a viver, agora sinto-me na obrigação de viver o que tenho a viver num outros, ou outros, lugar(es). Procuro o meu refúgio na música e no cinema e em tudo mais a que possa chamar arte.
ResponderEliminarÉ para isso que vivo, é para isso que quero viver. Vê lá se vais tirar o mestrado para Lisboa, estás a precisar de coisas novas.
Admiro tanto a forma como escreves... É talvez aquela com que mais me identifico...
ResponderEliminarE não és de certo uma pedra que já não sente :)