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Amor em carta

Mesmo que tente, não consigo descrever, em palavras, a maravilha que é o que sinto. O coração palpita inadvertidamente. Os olhos sorriem para os neo-meios de falar. O sorriso ganha asas, mesmo quando o estímulo é parco e o meio pobre. O meio, mesmo que simples, preenche-se de ti. O meio - do meu corpo -, o coração que roubaste, controla-me a mente, os pés, as mãos... os sonhos. 

Sem escolher, todos os caminhos me levam a ti. Todos: O veículo que cruzo na rua; O cheiro que se sinto, mesmo nunca te tendo cheirado; As vozes de lavanda que oiço; As mensagens que recebo.

Nestes dias, meu amor, os meus dias têm sido teus. É uma devoção brutal, quase total. É  uma dádiva a quem merece, feita do respeito que envias em cada embrulho de letras românticas cheias de ti... De nós.

Recebo-te, de braços abertos, no meu mundo. Sê bem-vindo. Reservei-te o melhor quarto, a melhor ementa e o melhor lugar na minha poltrona vermelho-escarlate. 

Dá-me a mão e... voemos juntos. Nas asas do nosso imenso amor.


27 de Dezembro de 2010,
Luís Gonçalves Ferreira

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