A manifestação artística eleva as pessoas a um patamar de excelência em si mesmas. Criar o que quer que seja é um profundo acto de amor e uma necessidade intelectual: uma dádiva aos outros e a si mesmo. É como falar ao espelho, mas ser ouvido, escutado, interpretado vezes sem conta. A obra é a clara parte do corpo fora dele mesmo. É uma alma prostituída pelas visões dos outros acerca de um corpo e uma alma de quem ousou dar de si. Toda a coisa criada em profundo acto de transfusão e transfiguração emociona-me profundamente. E arte não são só coisas. Arte não são coisas. Arte não é nada, mas um tudo diverso para poder chegar a todos. E a maior peça criativa, do canivete suiço de Deus, são os Homens. A inocência pura e cândida da infância revela a auto-criação constante, sem juízos nem pré-juízos. É despudorada e básica. É criativa sem fim. Como o corpo que cresce para a roupa jamais servir. São as criaturas que me emocionam. E é isso que respeito profundamente como quem aplaude um bailado, chora um Picasso ou sorri perante o melhor filme dos últimos tempos. Criar é estar perto da glória e da memória eterna. É o mais justo acto de se ser pessoa. É a mais justa instância de tornar eternas as rugas da vida.
"I'm on The Edge of Glory, and I'm hanging on a moment of truth,
Out on The Edge of Glory, and I'm hanging on a moment with you"
Out on The Edge of Glory, and I'm hanging on a moment with you"
Luís Gonçalves Ferreira
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