Vim-vos falar de estrelas. Daquelas que brilham, de noite e dia, e moram lá sempre. É sempre de estrelas que se faz qualquer dia especial. Das que brilham, mesmo quando há um nevão lá fora ou um apagão dentro do peito. Quero-vos falar de estrelas e confessar-vos que a minha colecção é invejável. Eu tenho estrelas. E orgulho-me todos os dias disso mesmo. E hoje, por haver velas com estrelas, decidi-vos segredar que, mesmo egoísta, mesmo distante, mesmo menos contente, mesmo mais feliz, mesmo que cheios de "mas" e "mesmos", as minhas estrelas brilham todo o dia, como de noite. E eu consigo senti-las. As minhas estrelas adormecem e acordam comigo. E ter estrelas, das que dão abraços e beijos - ou das que apenas brilham quando a luz falha, é das coisas mais especiais do mundo. E entre brindes, e estrelas, que se festeje com o coração, das estrelas. É esta a novidade do fim do mundo: as estrelas têm coração. E assim acrescento: o sol também ama. A lua.
Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira
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