Por vezes, aguentamos de mais daquelas coisas às quais diríamos, narrativamente, "nunca me sujeitarei". Duvidamos da assertividade das primeiras vezes, subjugando-as ao acaso; desacreditamos da continuidade dos ensaios intermédios - não podemos abandonar aquilo que nos parece salvar; e, quando damos por nós, somos ferros da girândola. Há um raio espirituoso que parece condenar o estado em que nos metemos. Na verdade, vemos que nunca devíamos ter aceite entrar naquele círculo de droga, de vício; de carência de nós próprios.
Depois da poeira passar - e dos apercebermos da real sujeira que nos está nos sapatos - há que saber limar arestas, reconhecer erros, repartir e repatriar vícios: momentos de apátrida sofrido. Há que saber continuar, especialmente com a consciência de que, durante a vida, formulamos certas verdades nas quais acreditamos apenas para nos abstrairmos do nosso real caos interior. É como uma fuga em frente sem momentos de lucidez. E há pessoas que nos parecem salvar nestes intervalos em que nos abandonamos.
Luís Gonçalves Ferreira
Espectacular ;)
ResponderEliminara sério? pedantezinho de araque... do que tu precisas é de um emprego (por favor não consideres o de escritor).
ResponderEliminarCaro anónimo, a questão da desocupação não parece ser minha. Eu tenho um emprego e escrevo bastante bem. Agradeço a sua humilde falta de educação. Passar bem!
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