Grito surdo num túnel de vento. Angústia. Pânico. Nojo. Fobia do desprezo, do desengano, do desapego. Arrependimento. Interesse. Amor. É um fogo desértico num corpo gelado de revolta, raiva. Talvez seja tão-só repulsa num corpo prostituído por um vagabundo. É um instante que nem gritar livremente me permite. Estou preso numa câmara com oxigénio milimetricamente controlada. É um crime de guerra numa operação de gosto e desengano. É como um vómito entalado no meio do choro. É uma represa prestes a abrir comportas.
Luís Gonçalves Ferreira
Não há preces que valham nem santos que acudam e há muito que promessas deixaram de fazer sentido. É uma prisão de cordas, tolas cortinas. O pano não cai. A dor não passa. O barco não acalma. O mar nem abranda.
Casca de laranja que flutua pelo mar. Há um grito mudo que não sai.
Fumaça.
Repulsa.
Desengano.
Cortina de Raiva.
Comentários
Enviar um comentário
Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!