Isso da essência das pessoas tem que se lhe diga. Não somos que nem compotas de estação. É difícil de nos diagnosticarem o biológico, o natural e distanciar do composto e sociológico. A essência é um pré-diagnóstico dessa doença necessária que é o normal. Acho que nem a própria pessoa se conhece ao ponto de dizer "esta é a minha essência". Antes fossemos frascos de perfume e tivéssemos uma científica composição.
Mas, vamos ver, isso da essência tem a sua piada. Fazemo-nos coisas e simplificamo-nos. O que eu gosto nisso da essência é descobrir que a essência não existe. Aliás, hoje pode existir e amanhã já não, porque não nos iremos identificar. Nós mudamos, os contextos mudam, e a essência também. E tem graça esta auto-submissão a conceitos que diariamente concordamos. Felizmente na arte não há contratos sociais, ou se calhar até há.
Mesmo assim, continuo a gostar de sotaques. É o perfume mais natural das pessoas.
Luís Gonçalves Ferreira
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