E esse é o maior sinal de amor profundo: o de cair no imenso que é deixares de acreditar em tempo e em espaço e no significado da matéria nas transmissões da química. É o de brincares com premissas e palavras e jogos de rimas e encaixes; e é fazeres barulho no silêncio e silêncio quando só há barulho. É o de sonhares acordado, a dormir, ou num mortal encarpado com a cabeça nas coxas do mundo que mais te deixa confortável. É do sufocares ao veres uma foto onde não estiveste. Talvez seja saudade, no simples que isto é. É apenas e só aquilo que sei sobre o amor, e nada me prova que esta é uma verdade absoluta. O melhor de tudo é que nunca lutei por coisas absolutas, mas sempre quis ser absoluto. A certa altura percebo-me e digo que sou um cortejo de contradições, de hipocrisias e de falsos censos. E até chega a magoar quando fazes da tua vida um desfile de pormenores que tentas, com canseira, compreender.
Luís Gonçalves Ferreira
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