No meio do Norte, ao oeste do mar, plantada terra-a-terra, suor a suor, com cheirinho a rio e erva molhada. Com sorrisos semeados a pregões, crianças brincam em tendas de sonhos com futuros semeados no olhar. De jeito mimado com agulha de bordar, Vila Verde tem futuro e tradição. Onde pontes se erguem numa linha, com um horizonte fitado nas malhas do passado. Uma identidade convicta, numa voz que diz gritando, lá longe, com uma calma sem igual. Onde natureza respira e a evolução transpira, em poros fartos de vida. É uma terra com alma, sabedoria, cheia de pês e bês pelos vês. Vila Verde rima e soletra amor, companhia, respeito, como um sono bom de quando estamos completamente apaixonados. Vila Verde é namoro, e uma felicidade espelhada na água que transpira, bordas a fora, entre a gargalhada de um filho e um abraço de um avô. Vila Verde é um mimo no Minho e uma ternura sem par, onde as suas gentes, convictas, apaixonadas, vividas, se orgulham e enchem o peito, cantando. Encantam e apregoam, nas danças, bem alto, em feiras, janelas, e cantares ao desafio à ajuda à vizinha, numa catucada de intimidade. Aqui ainda há amigos, e famílias, e ternuras em público. Vila Verde é o respeito de uma casa e o desafio grandioso de uma avenida. Vila Verde é uma rima para um casamento perfeito, onde o passado, o presente e o futuro caminham, à chuva molhada, como num filme de cinema. Vila Verde é um poema sem igual, com direito a finais felizes e tragédias românticas de Sá de Miranda. Vila Verde são letras, e linhas a cor, onde prosas erradas são cicatrizes, como uma “carta que, feliz boando, beio nas asas de um passarinho.”
Apetece-me amor e um bocadinho de paz.
Apetece-me tradição com sabor a verdade.
Apetece-me carinho e tanta identidade.
Apetece-me voar e ter onde estar.
Apetece-me uma voz docinha numa pinga de chuva de luar de Agosto.
Luís Gonçalves Ferreira
Fevereiro de 2014
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