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HIM

O Sam Smith escreveu uma música chamada HIM que me comove muito, porque é uma espécie de uma carta aberta a deus; às vezes parece que os lgbti, para serem lgbti, têm que estar divorciados da sua fé monolítica e preconceituosa. Se deus é uma criação de amor fraterno e puro e cheio de pessoas dentro, não faz sentido que não se possa ser feliz no colo de deus. Mesmo que no colo de deus estejam vários homens e/ou mulheres de géneros iguais. Um dia quando casar com o meu sol gostava que tocasse e se escutasse HIM; ou outra carta qualquer, que um dia espero ter coragem de escrever. Mesmo que não seja numa igreja ou num templo, vou fazer um altarzinho simples em que me possa ajoelhar e agradecer ter encontrado uma luz e um colinho confortável onde ficar o resto da minha vida. Afinal de contas, foi o próprio Cristo que rezou num monte sem tijolos nem pedras; foi Cristo que ensinou ao fariseu como nascer de novo. 
Sejamos Nicodemos e rezemos no jardim com Ele.

Luís Gonçalves Ferreira

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Pensar mais do que sentir

Tenho saudades de ser pequeno, livre e inocente. Sinto falta da irresponsabilidade de ser cândido e não saber nada sobre nada. Estou nostálgico em relação ao Luís que já existiu, foi, mas que não voltará a ver-se como se viu. Este corpo e alma que agora me compõem são reflexos profundos da minha história. O jeito de sorrir, abraçar e beijar reflectem os sorrisos, abraços e beijos que fui recebendo. Sinto falta do Luís que só sabia dizer mamã e Deus da má'jude . Sinto a ausência das pessoas que partiram e que naquele tempo estavam presentes. Sinto saudade de só gostar da mãe e de mais ninguém. Sinto saudades de sentir mais do que pensar. É um anseio que bate, mas nada resolve, porque apenas cansa a alma. A ausência corrói a alma e o espírito. É nestas alturas que penso que a Saudade e o fado são as maiores dores de alma que consigo ter. Provavelmente, sou mesmo um epicurista. Luís Gonçalves Ferreira

Sem parágrafos

Por momentos  - loucos, é certo - esqueço-me de mim e sou capaz de amar. Amar sem parar, com direito às anulações, sofrimentos e despersonalizações que os amores parecem ter. Por momentos - curtos e fugazes - eu esqueço-me de mim e sou, inteiramente, completamente, antagonicamente teu. Entrego-me, como quem não espera um amor livre. Dou-me como quem sente que as minhas vísceras são as tuas entranhas. Abraço-te como quem encosta os corações, que outrora estavam frios, gelados e nus. Aproveita, meu amor, eu sou teu. Aproveita que estou louco e leva-me contigo, para sempre. Rapta-me o corpo, a mente e o descanso eterno deste insano coração. Corres, contudo, o sério risco de não me levares por inteiro. Prefiro trair o coração que a mente, amar a imagem do que viver intensamente a vida de outrem. Amor, querido e visceral amor, leva-me e mostra-me que existes. Não sei quantas horas tenho para cumprir esta promessa que fiz a mim mesmo. A memória irá voltar e corres risco de já não me acha...