A síntese do trabalho intelectual está agrafado às paredes das cabines da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. A noção da infinitude do conhecimento perante a mortalidade do corpo e a solitude dos diálogos de duas dimensões - tantas vezes com pessoas mortas e quase sempre com gente cujo máximo que se sabe é o nome e os apelidos. Escrever teses tem muito de autoconhecimento do tudo que se aprende a conhecer no eco mudo das coisas que lemos e ouvimos. Bate e rebate e não sai dos líquidos que temos dentro de nós. Um metro quadrado de solidão nos tantos centímetros cúbicos de conhecimento por descobrir. Conhecer parece um aquário que atribui significado ao que descobre pelo tanto que desconhece. Aprendemos a chamar nomes aquilo que somos para sermos compreendidos e, mais do que tudo, desculpados. Imperfeições que vejo nos tantos olhares que lanço ao cemitério dos livros emoldurados na janelota da cabine.
Luís Gonçalves Ferreira
"Um metro quadrado de solidão nos tantos centímetros cúbicos de conhecimento por descobrir." F*cking great quote! 😉
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